segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Partos dificeis

Não sou uma pessoa pessimista até porque acredito na força das palavras mesmo daquelas que não sendo ditas vagueiam pela mente sem forma física.

Acredito que a vida é aquilo que dela fazemos e que o segredo está na tranquilidade do controle que sobre ela exercemos, e «é aí que a porca torce o rabo».

Estou há meio ano à espera que o banco me diga se empresta ou não o dinheiro para a compra de uma casa que vi em Agosto, uma única vez, e já nem me lembro de que cor são as portas. A resposta veio a semana passada – é positiva. Estou desde aí à espera de a poder ver segunda vez! Nunca vi parto tão difícil!...

Diz que Deus escreve direito por linhas tortas e eu quero acreditar que tudo tem um propósito e que o objectivo joga sempre a nosso favor. Mas olho as notícias e tenho a sensação que regredi à Idade Média, não fora a televisão a recordar-me que não, que afinal estamos no século XXI.

Tenho momentos em que tudo me parece demasiado pequeno para ter importância. Poder-se-ia pensar que isso é bom, é uma forma de despreocupação e de entrega mas a insignificância das coisas arrasta consigo a pergunta: Para quê?! E se não se encontra uma resposta pronta a coisa complica-se porque os braços, mesmo contra vontade, tendem a baixar e as forças a esvaírem-se juntamente com o sentido que, afinal, tudo deve ter e me parece, nesses momentos, imperscrutável.

Entretanto ando há semanas a preparar-me para a partida do meu filho que me diz hoje que telemóvel não, é uma tentação demasiada cara, e que contacto só eventual a partir de um qualquer cibercafé que haverá, com certeza, por essa América do Sul….

Assim mudo de casa mais só do que nunca, excepto talvez quando estava casada porque a pior solidão é aquela que se sente na presença de alguém, e tudo está prestes a mudar, mais uma vez, na minha vida que não pára, o que me vale é provavelmente este coração que é forte, até quando pergunto eu…

4 comentários:

Sputnick disse...

Hoje não tenho palavras. Só um xi-coração.

Leididi disse...

Até sempre, até ao fim. E vais mudar de casa, mas não sozinha, porque tens família. Vais viver sozinha, só isso. Vou ajudar-te no que for preciso e até lá posso ir muitas vezes, se fizeres almoços bons :p

Goldfish disse...

Vá, não seja lamechas e mude-se lá para a casa nova (estava a ver que não!). ;)
E como diz muito bem, a solidão não tem a ver com o estar acompanhada ou não e aqueles que agora a acompanham, ao pé ou à distância, continuarão a acompanhá-la, ao pé ou à distância! Força e felicidades!

Sandra disse...

É nesses momentos que vemos de que fibra somos feitos.

E vivam as mudanças!!!

;)