Não faço ideia se é assim com todos os meios de comunicação
social mas num jornal a gente afeiçoa-se a tudo – às pessoas; às imagens; ao
lugar; ao funcionamento; às regras e desregras e, mesmo que não se esteja lá
todos os dias, mesmo que seja só um dia por semana, custa à brava deixar de
estar.
Trabalhei no i
todos os domingos durante cinco anos, até que deixei de trabalhar mas, ainda
assim, o i continuava lá e chamou-me.
Voltei mais duas vezes, dias seguidos. Matei saudades e, mesmo voltando só
pontualmente, sabia que eles estavam lá. O jornal estava lá. Com aqueles
jornalistas do caraças! Com os prémios que recebeu. Com o projeto com que
começou. O i ia mudar tudo se vivêssemos
num mundo onde vence o que realmente interessa.
Mas não vivemos. E ontem o i acabou. Acabou porque todos os que lá estavam, todos os que
acreditaram no projeto quando o i
começou, já lá não estão hoje. E o meu
coração está apertado como se alguém que me é querido tivesse partido.
A todos aqueles que conheci no i, a todos com quem tive o privilégio de trabalhar, o meu mais
sincero e apertado abraço de obrigada.
Desejo que este país abra os olhos e reconheça o valor de quem o tem.
Porque quando isso não acontece as pessoas murcham e podem morrer. E, se
duvidam, recuem no tempo e voltem a ler o i
de 2009.
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