quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Os escândalos mediáticos

Desde miúda que me lembro de ouvir dizer que este país é um país de compadrios, de filhos e enteados, de luvas e interesses menos nobres. Estou mesmo convencida que grandes fortunas se têm feito, ao longo dos anos, à pala dessas negociatas. Provavelmente o único que não enriqueceu durante o Estado Novo foi Salazar, talvez por uma questão de alma. O homem tinha outros interesses que não os materiais. Para ele o poder era muito mais fascinante e, provinciano como era, solitário também, nunca deve ter visto necessidade de acumular riqueza. Ao fim e ao cabo conseguiu o que queria – poder e controle.
Nunca, em época nenhuma, me lembro de ver tamanha exposição pública de escândalos desta natureza. Não faço ideia se é bom sinal ou apenas uma manobra de diversão. De resto, cada vez questiono mais a verdade e os motivos do que nos é dado a «comer», compreendo Marinho e Pinto quando diz que os media fazem um circo dos casos mais mediáticos; compreendo-o quando afirma que o importante é divulgar, depois de apurados, os culpados e os inocentes já que todos se misturam no início de um escândalo e muitas vidas podem ser destruídas injustamente.
Mas uma coisa é certa, o facto de se saber que alguém, em algum lugar, denuncia e condena publicamente a corrupção, faz-me acreditar que alguma coisa está a mudar. Talvez os tempos, talvez as vontades, mas alguma coisa ainda assim.

1 comentário:

Goldfish disse...

Eu gostava de acreditar que algo está a mudar, mas cada vez me parece mais que todos estes escândalos em fiada não servem para mais do que calar os escândalos precedentes.