sexta-feira, 12 de março de 2010

A quem de direito

Há mais de quarenta anos que ando em guerra com a vida, provavelmente como todos nós ou, se não, pelo menos como a maior parte. E, a cada batalha, cerro os dentes e grito, Não me derrotarás!

Contudo, e apesar das tréguas mais ou menos longas que me restabelecem, parto para a batalha seguinte um pouco mais fraca; um pouco mais débil. Desgastada talvez.

A quem de direito, que me esteja a ouvir e tenha poder – Não são tréguas o que agora peço, mas Paz. Uma Paz permanente; definitiva. Paz.

Porque temo como nunca temi, que a minha fragilidade crescente lhe dê a vitória a ela. E ela não a merece tanto quanto eu.

5 comentários:

CF disse...

Antígona, vê bem. Se o que julgas ser fragilidade, não é sabedoria, adaptação, crescimento. Aliado ao cansaço da vida, claro, que ás vezes se insurge imponente. Impossível de lhe fugir... Vitória a ela? Hum, tenho para mim que não...

XR disse...

Sabes que ela acaba sempre por ganhar... a questão é quanto tempo conseguimos resistir-lhe.
E, sim, seria mais fácil se a resistência pudesse ser passiva como a do Mahatma e ainda assim resultar.

Acho que é o package completo - se queremos as alegrias, tristezas, capacidade de escolha e de arrependimento que vêm com o facto de sermos humanos... temos que aceitar o combate.
Sim, podes estar cansada. Tens esse direito. Podes protestar. Tens esse direito. Podes espernear e gritar com todas as tuas forças. Tens esse direito. Mas pensa também em tudo o que te passaria ao lado se em cada dia acordasses sem um objectivo; a alguns, o que os move é já apenas essa vontade desgarrada de lugar contra a p%&@ da vida.
Cada dia que combatemos é um dia ganho. Ela não merece a vitória e sabemos que a irá ter mais cedo ou mais tarde, mas diabos me levem se a iremos oferecer de mão beijada!

Antígona, minha querida... um dia de cada vez; um combate de cada vez. Ela vai ganhar - mas vai ter que suar as estopinhas.
I believe in you!

Alda Couto disse...

:):):) Agora é que me comoveram :):) Obrigada.

Chamem-me o que quiserem - desde que me chamem. disse...

RECOMEÇA!
Se puderes, sem agústia e sem pressa (...) De nenhum fruto queiras só metade.
Miguel Torga

Sputnick disse...

Será por estas e por outras, que a frase sem sentido - descansa em paz - faz algum sentido? Bjs Miga.