Tenho o hábito de me questionar sempre que alguma coisa me acontece, principalmente se for algo de mau ou doloroso. Não que sinta culpa ou responsabilidade mas porque acredito que se me aconteceu a mim, algo em mim contribuiu para que assim fosse. Desde que me conheço que faço isto. É automático. As coisas acontecem e eu pergunto, porquê e para quê; o que é que me estão a mostrar; o que é que posso aprender com isto?
Esta atitude acaba por me afastar dos sentimentos que os acontecimentos me despertam. Racionalizando-os, procuro as razões dos outros desconsiderando o mal ou as dores que a mim me causam. Não sei, não percebi ainda, se isso alivia ou se acentua, mas temo bem que, em certas circunstâncias, acabe por acentuar. Uma dor não desaparece só porque não lhe damos importância, ainda que, em muitas circunstâncias, isso possa minimizá-la. Parte da existência de algo depende também da dimensão que lhe atribuirmos. Mas é só parte – a parte possível de controlar. O restante existe, quer queiramos quer não. Por isso há coisas que nos doem, independentemente do que delas quisermos pensar ou fazer.
Todos nós inventamos, ao longo da vida, truques para nos protegermos. Ninguém gosta de ser magoado. As dores custam a todos. Talvez esta racionalização seja o meu truque. De facto, muitas vezes, são aqueles que aparentam mais solidez os mais quebradiços.
Desde garota que as pessoas me traem. É claro que estas generalizações são sempre perigosas e exageradas. Muitas vezes basta uma grande traição para nos marcar para o resto da vida, como aqueles ferros com que se marcavam antigamente os escravos - impossíveis de apagar. O pior é que são marcas assim que nos moldam e servem tantas vezes de suporte àquele em que acabamos por nos tornar. Quem sabe são essas primeiras marcas que chamam outras – uma vez escravo, para sempre escravo. Que as pessoas acabam quase sempre por me entristecer, é um facto. Mas com a tristeza posso eu bem, o pior são aquelas capazes de me arrancar o coração! Aquelas que têm sobre mim esse poder. Aquelas que fazem parte de mim. Se calhar por isso é que abro a porta a tão pouca gente…aliás, cada vez fecho mais portas. Por este andar, acabo sozinha.
Esta atitude acaba por me afastar dos sentimentos que os acontecimentos me despertam. Racionalizando-os, procuro as razões dos outros desconsiderando o mal ou as dores que a mim me causam. Não sei, não percebi ainda, se isso alivia ou se acentua, mas temo bem que, em certas circunstâncias, acabe por acentuar. Uma dor não desaparece só porque não lhe damos importância, ainda que, em muitas circunstâncias, isso possa minimizá-la. Parte da existência de algo depende também da dimensão que lhe atribuirmos. Mas é só parte – a parte possível de controlar. O restante existe, quer queiramos quer não. Por isso há coisas que nos doem, independentemente do que delas quisermos pensar ou fazer.
Todos nós inventamos, ao longo da vida, truques para nos protegermos. Ninguém gosta de ser magoado. As dores custam a todos. Talvez esta racionalização seja o meu truque. De facto, muitas vezes, são aqueles que aparentam mais solidez os mais quebradiços.
Desde garota que as pessoas me traem. É claro que estas generalizações são sempre perigosas e exageradas. Muitas vezes basta uma grande traição para nos marcar para o resto da vida, como aqueles ferros com que se marcavam antigamente os escravos - impossíveis de apagar. O pior é que são marcas assim que nos moldam e servem tantas vezes de suporte àquele em que acabamos por nos tornar. Quem sabe são essas primeiras marcas que chamam outras – uma vez escravo, para sempre escravo. Que as pessoas acabam quase sempre por me entristecer, é um facto. Mas com a tristeza posso eu bem, o pior são aquelas capazes de me arrancar o coração! Aquelas que têm sobre mim esse poder. Aquelas que fazem parte de mim. Se calhar por isso é que abro a porta a tão pouca gente…aliás, cada vez fecho mais portas. Por este andar, acabo sozinha.
2 comentários:
Puxa Antígona, como te entendo...
Amiga, cada vez mais, se torna necessário abrir a porta, apenas às pessoas certas. O resto, que vá bater a outro lado. A propósito, podes tocar à minha campainha. Xi-coração.
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