Ele é carros por todo o lado.
Carros, carros e mais carros. Vêm da direita, da esquerda, do centro, sei lá
mais de onde!
Na Rua das Areias, que mais parece uma avenida,
como em tantas outras o alcatrão acaba junto às entradas dos quintais e os
carros estacionam rente aos muros das casas.
As ruas, poucas, que dão a quem
anda a pé a alegria de terem um pouco de passeio, arrependem-se passados poucos
metros e estimam-nos tão pouco que deles só sobram as empedradas bermas. O
passeio em si é leito de ervas daninhas tão densas e altas que expulsam o
caminhante mais afoito.
Eu gosto de andar a pé. Gosto de
agarrar na cadela e passear, meia hora, uma hora, hora e meia. Aqui, na
Charneca da Caparica, principalmente aos fins de semana, os nossos passeios
transformam-se em pesadelos. Cuidado! Cuidado! é a palavra que a Puca mais ouve
da minha boca e já sabe que este som diz que tem de se encolher rente ao muro
que estiver mais perto se não quiser ser atropelada por uma dessas viaturas que
corre atrasada para o almoço de família.
É triste. É triste que numa terra
tão plana, tão cheia de verde e ar de mar não se possam dar passeios a sério,
daqueles que não ficam confinados aos espaços privilegiados mas que se estendem
por toda a charneca. Afinal, é uma charneca, deveria poder ser percorrida a pé!
2 comentários:
Boa tarde. Tive hoje conhecimento do seu blogue através da divulgação que dele fez uma minha amiga. Gostei do comentário sobre o estado das ruas e passeios, bem fundamentado e ilustrado. Mais uma voz a juntar-se a muitas outras...Oxalá ele constitua mais uma ferramenta para o objectivo de requalificação que urge fazer. Cump.
Muito obrigada António pelo seu comentário. Espero, sinceramente, que alguém faça alguma coisa. Como já disse - é uma pena que uma terra como esta não permita a circulação segura de pedestres e bicicletas.
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