Hoje, a tratar do Ernesto (o Ernesto é o canário), tive consciência de que sempre parti do princípio que o Ernesto é macho, quando não faço a mínima ideia se é macho ou fêmea.
Aposto em como ele também não e, a esta hora, acredita tanto como eu, ou mais ainda, que é macho. Que é macho, que é amarelo, que é pequenino e que é lindo; que canta muito bem e por aí adiante… É nisso que ele acredita e é isso que ele é, tudo aquilo que eu lhe digo que é – ele é.
Imaginem agora o que cada um de nós é! Provavelmente por isso, por sermos o que os outros desde sempre disseram que somos, é que somos todos muito parecidos senão iguais! Vai-se a ver e aquilo que cada um de nós é, se é que existe, e que nos poderá efectivamente diferenciar de todos os outros, está mais do que camuflado debaixo de tudo aquilo que, desde que nascemos, nos dizem que somos. A não ser que tenhamos tido a sorte da coincidência, isto é, que quando nos disseram, em pequenos, que éramos inteligentes, tenham acertado na muche!, aquilo que cada um de nós é permanecerá para sempre no segredo dos deuses. Isto se realmente existir, já se vê...
Todos nós somos antagónicos. Todos procuramos, incessantemente, dentro e fora de nós. Todos somos múltiplos. Neste espaço, é a minha multiplicidade que se manifesta.
sexta-feira, 23 de abril de 2010
No segredo dos deuses
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1 comentário:
Hum... Perspectiva interessante, e com alguma verdade, julgo.
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