Decerto será de estranhar esta resistência, que chega a ser física, ao encaixotamento que a mudança de casa exige.
É certo que, na última mudança que fiz, me vi obrigada a superar todas as minhas forças e momentos houve em que acreditei sucumbir à dor de me desfazer de uma vida inteira; de um projecto; de um futuro que dei como certo. Mas esta mudança nada tem a ver com isso. Ao contrário da anterior esta representa um passo na construção de uma estabilidade que acredito ser capaz de construir sozinha. Então porquê esta resistência? Porquê este aperto no estômago, estas vertigens sempre que levanto os olhos para os livros que vou ter de encaixotar?
Provavelmente Pavlov explicaria isto com os seus reflexos condicionados. De facto, e ao que parece, aprendemos mais depressa do que a nossa razão supõe. E é esta «inconsciência» do que se sabe que, não só obriga o nosso corpo a reagir como, e atenção a isso, nos pode induzir no erro de interpretarmos mal essa reacção.
Se eu, em vez de «ler» a forma como o meu corpo tem reagido à mudança como uma estranha aprendizagem feita por ele na mudança anterior, a ler como um aviso ou um alerta – estará lançada a confusão, com todas as dúvidas e todos os medos a causarem-me insónias para além daquelas que já me causam (estão mais brandas) a falta dos cigarros. Estarei a fazer bem? Será que estou no caminho certo? Será que tudo vai correr de forma positiva? São estas perguntas, de resto as mais estúpidas que se podem fazer porque raramente têm resposta e quando a têm ela não passa, ao fim e ao cabo, de suposições e desejos aos quais gostamos de chamar previsões e que nos dão, por períodos de tempo indeterminados, a falsa ilusão de controle, mas são estas as perguntas que me invadem o cérebro sempre que sinto o estômago a apertar, quando afinal e muito, mas muito provavelmente, ele aperta porque se lembra do sofrimento que foi, a última vez que se viu nestes apuros. Até porque, e isso é uma coisa que eu faço questão de ter bem presente, se se tratasse deste tipo de dúvidas então ele tinha-se apertado no dia da escritura e isso não aconteceu. Muito pelo contrário. Por isso vamos mas é a despachar isto que se faz tarde! Que é como quem diz, deixa-te mas é de merdas!
É certo que, na última mudança que fiz, me vi obrigada a superar todas as minhas forças e momentos houve em que acreditei sucumbir à dor de me desfazer de uma vida inteira; de um projecto; de um futuro que dei como certo. Mas esta mudança nada tem a ver com isso. Ao contrário da anterior esta representa um passo na construção de uma estabilidade que acredito ser capaz de construir sozinha. Então porquê esta resistência? Porquê este aperto no estômago, estas vertigens sempre que levanto os olhos para os livros que vou ter de encaixotar?
Provavelmente Pavlov explicaria isto com os seus reflexos condicionados. De facto, e ao que parece, aprendemos mais depressa do que a nossa razão supõe. E é esta «inconsciência» do que se sabe que, não só obriga o nosso corpo a reagir como, e atenção a isso, nos pode induzir no erro de interpretarmos mal essa reacção.
Se eu, em vez de «ler» a forma como o meu corpo tem reagido à mudança como uma estranha aprendizagem feita por ele na mudança anterior, a ler como um aviso ou um alerta – estará lançada a confusão, com todas as dúvidas e todos os medos a causarem-me insónias para além daquelas que já me causam (estão mais brandas) a falta dos cigarros. Estarei a fazer bem? Será que estou no caminho certo? Será que tudo vai correr de forma positiva? São estas perguntas, de resto as mais estúpidas que se podem fazer porque raramente têm resposta e quando a têm ela não passa, ao fim e ao cabo, de suposições e desejos aos quais gostamos de chamar previsões e que nos dão, por períodos de tempo indeterminados, a falsa ilusão de controle, mas são estas as perguntas que me invadem o cérebro sempre que sinto o estômago a apertar, quando afinal e muito, mas muito provavelmente, ele aperta porque se lembra do sofrimento que foi, a última vez que se viu nestes apuros. Até porque, e isso é uma coisa que eu faço questão de ter bem presente, se se tratasse deste tipo de dúvidas então ele tinha-se apertado no dia da escritura e isso não aconteceu. Muito pelo contrário. Por isso vamos mas é a despachar isto que se faz tarde! Que é como quem diz, deixa-te mas é de merdas!
3 comentários:
A mudança faz parte da vida, mas acarta sempre o incerto, o novo, o inesperado. É normal o que sentes, claro que sim. A nossa vida é cheia de coisas, que são nossas para sempre, e que se impõem na hora de deixarem de ser. Faz parte... Sorrisos e tudo de bom. E que arrumes bem o velho, para receberes bem tudo o que de novo venha aí...
Antígona, já dizia Freud que para ultrapassarmos os nossos medos, tinhamos de os viver novamente. Esta é a tua oportunidade de transformar uma experiência má em uma maravilhosa e que o reflexo de Pavlov fique para sempre associado a esta e que leve a outra para o esquecimento...para sempre!
Bjinhos
;)
Não será antes um conluio entre o sr. estômago e os srs. músculos, estes últimos a preverem a canseira que se avizinha e a meterem ideias no sr. estômago, como "Ai, ela vai estar tão cansada que nem uma sandocha come ao jantar, vais ver a fomeca que vai ser!". O sr. estômago acredita e agora torce-se numa tentativa de a desencorajar. :)
Boa mudança!
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