Na edição de fim-de-semana do i, na página 7, um título chamou-me a atenção:
“Onda de Suicídios na France Telecom”, e por baixo: “ No último ano e meio mataram-se 22 trabalhadores. Empresa vai activar plano anti-stresse”.
Seria caricato, se não fosse trágico.
Imediatamente abaixo desta notícia está uma fotografia, que com ela nada tem a ver, de Hugo Chaves e Juan Carlos a rirem-se a bom rir.
Ontem a minha mãe perguntou-me porque é que nós, eu e a minha sócia, não juntávamos a Terapia do Riso às nossas actividades. Fiquei a pensar no assunto.
Dos outros animais não sei, mas nós somos de extremos. Como se precisássemos de testar até onde conseguimos ir, treinamos afincadamente o esquecimento de nós; mergulhamos de cabeça no trabalho com o único objectivo de ganhar muito, ganhar mais, muitas vezes não para podermos viver, mas para superarmos os bens do vizinho do lado. Esquecemo-nos que quando se ganha muito dessa maneira, pouco ou nenhum tempo nos resta para o gozar, ao dinheiro.
Esta forma de estar transformou-se de tal maneira em status quo que já fica mal visto quem tenta, nem que seja pontualmente, sair do círculo.
É claro que ninguém aguenta tanta contra-natura, então inventam-se ou reinventam-se as mais variadas formas de terapias, de religiões e de práticas para darem solução à morte daqueles que andam anos à espera para serem enterrados. Pelos vistos na France Telecom, 22 deles desistiram de esperar.
“Onda de Suicídios na France Telecom”, e por baixo: “ No último ano e meio mataram-se 22 trabalhadores. Empresa vai activar plano anti-stresse”.
Seria caricato, se não fosse trágico.
Imediatamente abaixo desta notícia está uma fotografia, que com ela nada tem a ver, de Hugo Chaves e Juan Carlos a rirem-se a bom rir.
Ontem a minha mãe perguntou-me porque é que nós, eu e a minha sócia, não juntávamos a Terapia do Riso às nossas actividades. Fiquei a pensar no assunto.
Dos outros animais não sei, mas nós somos de extremos. Como se precisássemos de testar até onde conseguimos ir, treinamos afincadamente o esquecimento de nós; mergulhamos de cabeça no trabalho com o único objectivo de ganhar muito, ganhar mais, muitas vezes não para podermos viver, mas para superarmos os bens do vizinho do lado. Esquecemo-nos que quando se ganha muito dessa maneira, pouco ou nenhum tempo nos resta para o gozar, ao dinheiro.
Esta forma de estar transformou-se de tal maneira em status quo que já fica mal visto quem tenta, nem que seja pontualmente, sair do círculo.
É claro que ninguém aguenta tanta contra-natura, então inventam-se ou reinventam-se as mais variadas formas de terapias, de religiões e de práticas para darem solução à morte daqueles que andam anos à espera para serem enterrados. Pelos vistos na France Telecom, 22 deles desistiram de esperar.
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