quarta-feira, 17 de março de 2010

Aos amigos

Recebo muitas vezes e-mail de «amigos». Gente que conheço e gente que nunca vi - «amigos virtuais». Agradeço-lhes a lembrança. Os amigos virtuais são, para mim, muitas vezes, um aconchego. Mas não são Os Meus Amigos. São um aconchego que me remete daqui, da minha individualidade, para o resto do mundo. São o aconchego que me tira da solidão e me dá uma ilusão de pertença, de multidão. Mas não são Os Meus Amigos.
Os Meus Amigos são aqueles que me acodem quando preciso. São aqueles que se levantam às sete e meia da manhã para me ajudar a mudar um pneu; são aqueles que ao ler um manuscrito meu não descansam enquanto uma editora não diz que sim; são aqueles que não hesitam quando preciso de dinheiro emprestado; são aqueles que torcem por mim e que acreditam em mim, muitas vezes mais do que eu mesma.
Que não me levem a mal os meus amigos virtuais mas não posso, não seria justo, usar das mesmas palavras para uns e para outros. Vulgarizar termos como «O Maior Amigo do Mundo» ou, «Bastas-me tu que Vales por Todos», é impossibilitar a distinção entre uns e outros e isso eu não posso fazer. Não, enquanto não for capaz de inventar outras palavras, maiores, mais luminosas, mais extraordinárias, para designar Os Meus Amigos. E, a esses, serei sempre grata do fundo do meu coração porque muito lhes devo. A ti CP e a ti FS a quem devo o que sou, porque nós também somos o que fazemos; a ti VS não sei o que faria sem ti; a ti RC minha querida amiga como eu gostaria de te ver mais vezes!; a ti RJT e a ti CCP, que as nossas tertúlias não acabem nunca; a ti RA a quem tantas vezes devi o meu equilíbrio, tenho saudades tuas; e até a ti MG que apesar dos pesares nunca deixaste de estar não estando. A ti PV pela preocupação, pelo carinho, pela companhia e pelo prazer que tens em me ouvir. E finalmente a ti SC, com quem sei que posso contar porque és família não o sendo e da família nem falo porque as palavras não chegam, teriam de ser maiores, muito maiores. A todos vós o meu mais eterno e profundo obrigada por existirem, serem e estarem presentes quando é preciso.
Quanto aos meus amigos virtuais, não saiam daí. Na vida nada é estanque e o dia de amanhã será sempre o nosso eterno desconhecido. Mas não esperem receber de volta esses e-mails que me enviam, pelo menos não para já…

5 comentários:

Rapunzel disse...

Penso exactamente da mesma forma. E acho que actualmente, cada vez mais, as pessoas olham para as amizades como algo descartável... E eu não consigo conceber uma vida sem Amizades e sem os Meus Amigos!

Bjs :)

Leididi disse...

eh lá, tanta sigla. e tanto agradecimento. Que te deu, mãezinha?

CCP disse...

Ao ler este post fico com a ideia de que precisas é de uma tertúlia, mas sem conversas muito profundas como da última vez, mas mais na base da música, dum copo e do muito que nos une. Que tal Antígona. E que dizes tu RJT? (acabei de ler o teu último post no teu blog, e embora concorde com o conteúdo, a forma está um pouco demagoga - tens que levar uma paulada!).
Vamos mas é a uma tertúlia à maneira!

Sputnick disse...

A ti Antigona, assim não vale, comoveste-me.
A ti, CCP, creio que te referes ao post Amen, fica para a tertúlia, que por mim pode ser quando quizerem. Jinhos e Abração.

Sputnick disse...

Ahhh, CCP, quando houver a tertúlia, não te esqueças do pau :)