quarta-feira, 30 de setembro de 2009

As queixinhas Presidente

Ontem, por motivos óbvios, não consegui ver/ouvir o discurso do nosso Presidente, o da República. Mas hoje de manhã deu para apreciar uma pequena síntese, é claro que as sínteses são sempre um pouco tendenciosas, fica sempre alguma coisa por ouvir e dependem dos destaques de quem as faz, mas o facto é que, na síntese que a RTP1 apresentou no jornal da manhã, o senhor apareceu como um daqueles putos queixinhas - Ó mãe eles bateram-me!... mas depois não diz onde, nem como, nem porquê!...
E que temos nós com isso?! Então mas agora já não nos chegam os nossos problemas, ainda temos de levar com as crises existenciais do Cavaco?!
Senhor Presidente, se tem algo de concreto para dizer, diga - e de preferência que seja algo que contribua para o bem-estar, o desenvolvimento e a transparência deste país; se não tem, por favor não partilhe connosco as suas desconfianças, dúvidas ou incertezas, não vamos nós todos começar a temer o pior - que o nosso Presidente manifesta laivos de esquizofrenia...

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Do extraordinário número de coisas que podem e cabem num espaço de 24 horas

Preâmbulo

Ontem, tendo-se o meu filho deslocado ao Centro de Saúde para tirar os pontos que ficaram de 3 sinais extraídos, acabou por se demorar por lá por via de uma dor forte que lhe tolheu o peito e o assustou.
Visto pela médica de serviço, foi-lhe administrada uma injecção – relaxante muscular, que muito o aliviou. À noite, sentindo-se como novo, decidiu ir ao cinema com os amigos. Saiu de casa por volta das 9h com a costumeira promessa, nunca cumprida, de não chegar muito tarde. Eu, cansada como estava, fui cedo para a cama.

Era praticamente meia-noite quando um sonho perturbador me acordou. Não foi a primeira vez mas, controlada, decidi ser falso alarme e tentar adormecer. Dormi aos soluços. Levantei-me por volta das duas e tal da manhã, a caminho da casa-de-banho não vi o D. no quarto dele – Raio do puto vem sempre às tantas!, pensei. E voltei a deitar-me. Às 5h30 levantei-me outra vez – o quarto vazio! Ó diabo!, aqui há gato!.. Corri para o telefone. Uma mensagem dizia – Ainda estou no Hospital. Não vi as anteriores. Carreguei na tecla verde.
Do outro lado uma voz um pouco abatida, rodeada de tosses cavernosas! Estou aqui desde as 11h da noite!, Porque é que não ligaste?! Mandei mensagem! Não vi!
Já me fizeram isto aquilo e aqueloutro. Como te sentes?, Mais ao menos, ainda tenho a dor. O que te fizeram? Ligaram-me a um frasco que pinga pinga e puseram-me no meio de um freakshow! Vou já para aí! Não venhas, vou já sair. Então sai. Deixa-me falar com a enfermeira. Ó mãe tem calma, vou já sair.

6h da manhã, volto a carregar na tecla verde. Já vou a caminho, diz ele.

6h15, entra em casa a tresandar a Hospital. Deito a mão aos exames. Todos normais. Diagnóstico 0. A dor – a mesma! Muda de roupa, vamos à CUF. Não, e a voz era sumida, já chega de Hospital, preciso de dormir. E despe-se, e deita-se. Eu deambulo pela casa sem saber o que fazer.

6h45, dorme sossegado, de barriga para cima. Ponho-lhe a mão na testa, está fresca. Ressona.

Vou à teórica, pensei eu, que é das 9h às 10h e falo com a professora por causa da prática. Ele descansa e eu não falto.

7h45, saio de casa.

7h55, IC20 cheia! Um acidente com direito a carro de bombeiros e duas ambulâncias! Três carros enfeixados, um deles em muito mau estado.

Ligo ao ex., ponho-o ao corrente da situação. Passado algum tempo recebo um sms– Não fico muito sossegado com ele sozinho em casa. Eu também não! A partir daquele momento!.. A meio do tabuleiro da ponte pouco se pode fazer, sigo caminho.

Antes de entrar falo à prof. Não posso de maneira nenhuma vir à prática! Explico-lhe a situação. Tente dar cá um salto enquanto a aula dura, só para apresentar o trabalho, despacho-a em meia-hora. Fica combinado.

Assisto à teórica de coração nas mãos. Quero ligar mas não ligo porque ele precisa de descansar. No meu coração sei que é isso que se passa, tal como soube à meia-noite que outra coisa se passava…

Psicologia – fala-se de Piaget e das várias fases do crescimento. Começa-se do princípio – recém-nascidos. Tomo consciência da quantidade de disparates que fiz quando aos 22 anos fui mãe pela primeira vez. Vêm-me as lágrimas aos olhos.

Entro no carro e ligo para a minha filha, peço-lhe desculpa por tanto disparate, digo-lhe o quanto gosto dela e sigo em direcção à Ponte 25 de Abril.

Pelo caminho ligo para o benjamim, ele atende, fala comigo meio-acordado, meio-a-dormir. Como está a dor? Na mesma… Veste-te, vamos à CUF. Não quero… Quero eu!

10h30, entro em casa. Agarro nos exames feitos durante a noite no Hospital – ECG; Ecocardiograma; análises; RX Tórax. Tiro-o da cama. Enquanto ele se veste eu estendo a roupa que tinha ficado a lavar, aquela que cheirava a hospital…

11h, CUF- Infante Santo – mais exames; observação cuidada como se esperava… Diagnóstico – lesão traumática torácica com alguma gravidade. Mais uma injecção.

13h, tolhidos de fome metemo-nos no carro. Está na hora da prática de Psicologia. Estão 3 pessoas à minha espera para apresentar um trabalho. Sigo para a Faculdade. O D. fica no carro à espera. Não dorme.

13h30, o trabalho é apresentado, corre bem, segue-se discussão.

14h, saio. O D. liga para o restaurante e encomenda o almoço. Praça de Espanha…Ponte 25 de Abril…IC20…

14h30, estamos sentados a almoçar. Comemos como se não houvesse amanhã!

15h15, algo não está bem na minha boca. Tacteio-a com a língua – mais de metade de um dente desapareceu!, devo tê-lo engolido…

Ligo para a minha sócia, tenho de ir às compras, não tenho nada em casa e o D. não pode ir trabalhar nos próximos dias. Não se preocupe, diz ela, está tudo sob controle.

Paramos na farmácia; seguimos para o Jumbo. Ele diz que não se sente bem para se enfiar no super-mercado. Diz que precisa de ir comprar não sei o quê não sei a que loja. Ficamos de nos encontrar à saída do super. Despacho as compras mas quando saio não o vejo. Levo as compras para o carro, arrumo-as no porta-bagagens e dele nem sombras. Volto a subir, espreito o Jumbo; passo pela Fnac, pergunto por ele – já cá esteve há coisa de 10 minutos, dizem-me. Tento ligar, o telefone está desligado – com a bateria viciada basta uma noite sem carga e apaga-se…; volto a descer, ele não está no carro; volto a subir, sinto as forças a faltarem e não o vejo em lado nenhum!, há meia-hora que arrumei as compras no automóvel! Subo o tapete rolante pela quarta vez, deixei de sentir o chão, parece que pairo… Ele lá está, à minha procura como eu à dele, na porta do Jumbo…


segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Resposta à Inês e ao comentário que deixou no post anterior

E a culpa é dos meninos. Claro que é dos meninos. Dos meninos e de todos aqueles que não o sendo já, não os souberam educar.
Gostava de ter um Obama por aqui, por este nosso cantinho, ou gostava de ter alguém que falasse para todos os miúdos, quase graúdos e graúdos, como ele falou para os estudantes americanos. O discurso que fez é universal. Ainda que se destine aos estudantes americanos, pode e deve, dirigir-se a todos os estudantes de todo o mundo.
Aqui fica a segunda parte dele, por me parecer a mais relevante.





E não me venham cá dizer que a última parte deste discurso não se aplica a este ou um a qualquer outro país porque, na verdade, aquilo que é importante reter é que tudo depende do empenho e da vontade de cada um.

Post à Cota

Hoje vou fazer jus à minha idade e vou escrever algumas linhas dignas da cota que sou, porque sou!...

A escolaridade mínima obrigatória é o 12º ano! Por enquanto, digo por enquanto porque nunca se sabe, não é obrigatório andar na faculdade! Isto à laia de esclarecimentos para os meninos e meninas que sentam o rabinho nos bancos da dita com a mesma disposição com que os sentam na esplanada do café! É que não há pachorra! Enchem-se as salas com crianças faladoras e barulhentas, que se estão nas tintas para o que se está a passar e não deixam aqueles que têm mais que fazer ouvir coisa nenhuma. Não há justificação para o barulho de fundo de uma aula universitária ser comparável ao de uma esplanada ou, pior ainda, ao de um café cuja acústica deixa muito a desejar!

A culpa é de quem a dirige, evidentemente, se fosse comigo tinha-os convidado a sair… mas enfim… este senhor, a quem faz hoje oito dias eu dei o benefício da dúvida, está a caminho de confirmar as minhas suspeitas – houve engano na sua colocação!, era suposto ter sido colocado na Secundária do Seixal e foi parar ao Instituto de Educação sem saber como nem porquê!...

A partir de hoje...

Se eu pedisse a quem me conhece uma palavra que me defina, haveria certamente unanimidade – Lutadora. Lutadora, forte e corajosa.
Pois eu estou cansada de ser uma lutadora. Só D. Quixote conseguiu segurar esse epíteto até ao fim, em parte pela Dulcineia, em parte pela quantidade de moinhos que há por esse mundo fora…. Eu cansei-me de lutar. Agora quero vencer!
A partir de hoje deixei de ser lutadora e passei a ser Vencedora. A partir de hoje, é isso que quero ser – Uma Vencedora!

domingo, 27 de setembro de 2009

Se fosse possível...

Sabendo eu, como sei por experiência própria, que nós temos mais poder do que aquele que a nossa consciência nos dita, para “construir” a nossa realidade, porque é que há alturas em que me deixo enredar nessa mesma realidade?; porque é que há alturas em que, ao invés de a “construir”, deixo que ela me destrua?!
Por vezes chego a pensar que nos convém alguma inconsciência, alguma cegueira e surdez relativamente aos dramas, maiores ou menores, que insistem em infiltrarem-se na nossa vida. Alguma “inconsciência” relativa àquilo que nessas alturas vimos como a nossa realidade.
Se fosse possível… se fosse possível abstrairmo-nos de todos os itens que, no presente, mascaram a antevisão de um futuro negro, se fosse possível termos a força interior necessária para, sem os ignorar em absoluto, os podermos “transformar”, tudo se compunha, tudo seria mais fácil, e tudo seria possível, tudo! E o futuro viria a ser quase um conto de fadas, onde todos os sonhos se realizam e nós, finalmente, nos encontramos connosco, sem sobressaltos, sem medos, sem dúvidas, sem carências…

sábado, 26 de setembro de 2009

Poder-se-ia pensar,

dado o avançado da hora e porque afinal hoje é sábado, véspera de eleições, que eu poderia estar recolhida, meditativa e silenciosa... Mas não! Onde eu tenho estado mesmo, todo o dia, é de nariz enfiado em 200 e algumas páginas de um policial de Gaston Leroux que tenho de entregar segunda-feira logo de manhãzinha, prontinho prontinho para a paginação...
E agora vou voltar ao trabalho. Pode ser, quem sabe, que ainda o consiga acabar hoje para amanhã poder ter algum descanso, ou não!, já que seria sensato começar a desbravar a resma de trabalhos que, numa singela semana de aulas, foram encomendados...

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A gripe A pode ser um maná

E não é só para os laboratórios! É para os supermercados, minimercados, farmácias e para-farmácias, para as drogarias e telefonias – Compre já o anti-séptico mais eficaz! Toalhetes, papeletes e lembretes, não vá a malta esquecer-se de e como lavar as mãozinhas todos os dias e a toda a hora e agora espirrou, pode ser alergia mas também pode não ser…mais vale prevenir, se tocou na porta desinfecte, se mexeu no rato, desinfecte, se acendeu a luz…desinfecte.
Hoje comprei um! Novidade absoluta aqui no estaminé da esquina – Elimina 99,9% dos Germes… só espero que o 0,1 que fica por eliminar não se chame H1N1…
Qualquer dia estamos tão assépticos, mas tão assépticos que ao menor contacto com um inocente germezito…apagamo-nos.
Para já não falar na frieza a que nos vamos habituar, e às nossas crianças. Hoje um levava como trabalho de casa a lista de cuidados a ter. Entre eles contava-se – não beijar, não abraçar, não apertar a mão…
Enfim, se formos a ver, se quisermos estudar bem o assunto, chegaremos à conclusão que muitos, se não todos, dos hábitos que temos hoje, e que criticamos por não os perceber e achar que são apenas e tão só uma questão de educação, tiveram a sua origem em momentos como este.

Saudades

Tenho saudades do meu pai!
De vez em quando dá-me para isto – ter saudades do meu pai, ou dos meus filhos ou da minha mãe, apesar que com a minha mãe falo todos os dias, é menos comum… mas com o meu pai é raro falar, só quando vou lá a casa e agora não tenho tempo nem para me ver ao espelho… É sempre a minha mãe que atende o telefone. Ele cada vez tem mais dificuldade em falar. Em falar, em andar… Mas os olhos brilham quando me vê e hoje viu-me e foi tão a correr…tão a correr que eu trouxe o brilho dos olhos dele nos meus sem ter tido tempo de o retribuir e agora tenho saudades…tenho saudades dele…

É deste tipo de gente que precisamos!

Sempre que aparece, e infelizmente é raro aparecer, alguém com ideias verdadeiramente arrojadas, inovadoras, que impliquem mudanças radicais, que sejam saltos para a frente, ou para cima, tanto faz, que melhorem substancialmente o nosso mundo ou que tentem, pelo menos, mudá-lo, fico empolgadíssima, contagiada e crente, sobretudo crente, num futuro melhor.


Espreitem aqui... e assinem aqui, assinem.

Verdades diferentes

A verdade tem muitos defensores mas poucos devotos, principalmente quando se trata de verdades incomodativas como o são todas aquelas que se referem às partes mais negras da personalidade de cada um.
Quem é que quer ouvir um outro dizer, Estás convencido que és bom, mas não és porra nenhuma?!
Há pessoas que constroem vidas inteiras centradas em verdades que se esfumam como o vento aos olhos dos outros. Mas, como geralmente são pessoas que não vêem os outros, nem dão por isso. E muitas morrem convencidas que desempenharam um papel quando, na verdade, desempenharam outro completamente diferente.
Até que ponto se deve ou não confrontar essas pessoas com a verdade, é a minha pergunta.
Quando se trata de alguém que não nos diz nada, não vale a pena porque não nos diz nada. Ouve-se a pessoa a cagar sentenças durante alguns minutos, acena-se que sim e nunca mais a vemos, ou ouvimos, porque não há pachorra.
Quando se trata de alguém que faz parte da nossa vida, é muito mais complicado. Por um lado, teme-se o conflito, por outro duvida-se muito que a mensagem seja descodificada, geralmente não é, e a pessoa toma isso como um ataque ou uma cegueira que é do outro e não dela. As coisas ficam na mesma e quem fala é que passa por invisual.
Este tipo de pessoas vive de tal modo centrada no seu próprio umbigo que não tem abertura para qualquer tipo de crítica ou de reparo. São pessoas que passam pela vida sem nunca saberem o que os outros, mesmo os que amam, realmente pensam deles.
São pessoas incapazes de lidar com a verdade…



quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Cansada fico amorfa

Ontem ao jantar o meu filho falava-me com tamanha convicção de oportunidades de emprego desprezadas por falta de maturidade; do certo e do errado; de determinação e falta dela, que me deixou muda de espanto. Eu olhava-o ali à minha frente e lá estava - o homem em que se tornou! E eu sem dizer nada, como se isso fosse banal! Como se não tivesse importância!
Só hoje compreendi que aquilo que me apertava o peito era um orgulho do tamanho do mundo e que o que me impediu de o manifestar não foi apenas o espanto mas o enorme cansaço com que cheguei ao fim do dia.
Hei-de lembrar-me deste episódio sempre que a tentação de julgar os outros me importunar. É que o que nos parece fácil pode não o ser. Nós somos muito mais influenciados pelas condições que nos rodeiam do que aquilo que parece...

Hoje acordei com esta...

... a tocar no despertador, o que equivale a dizer que acordei a dançar.

Resultou comigo. Espero que resulte convosco. Vamos lá embora malta!


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Já me tinha esquecido disto!

Sete horas de aulas, praticamente seguidas. Um iogurte comido à pressa dentro do carro enquanto o tirava do lugar de estacionamento sob a ameaça de uma multa e o enfiava no meio de uma fila de trânsito absolutamente medonha à procura de um lugarzinho em estacionamento autorizado. Foi este o meu pequeno intervalo entre uma aula de 3 horas e uma outra de 4.
Esta história do Bolonha é muito bonita para levar as pessoas ao limite e no fim obrigá-las a pagar o resto, e bem que não se paga pouco! Antes aguentava-se com 5 anos mas sempre se podia pastelar um bocadinho e faltar às aulas e essas coisas todas que se fazem quando se pode. Agora andamos a toque de caixa com toda a gente a gritar que só tem 12 horas até ao final do semestre e a sofrer de ansiedade por antecipação. Nunca nada é perfeito, vá lá saber-se porquê!
O que me pergunto a cada dia que passa é onde é que vou arranjar o espaço que preciso para a catrefada de trabalhos que tenho de encaixar entre todos aqueles que já tinha e não posso perder porque é com eles que ainda vou pagando as poucas bananas que compro… enfim, alguma coisa se há-de arranjar.

Gosto de os ver, de os cheirar e de os sentir, a eles, aos sabonetes...

Gosto muito de sabonetes. Há quem goste de carros, de motas, de isqueiros, de relógios… eu gosto de sabonetes. Sabonetes de todas as cores – verdes; amarelos; grenás; vermelhos; laranjas; azuis; brancos; pretos; lilases; rosas… com os mais variados aromas, e sabores, sim, sabores, a condizer com as cores.

Não! É claro que não como sabonetes! Mas adivinho-lhes o sabor. Basta cheirá-los. Basta senti-los.

Sempre que viajo trago-os comigo. Tenho sabonetes goeses; brasileiros; suíços; franceses; ingleses; espanhóis e até americanos. Seja porque os compre, seja porque os subtrai-a aos Hotéis por onde passo, acabam por vir parar à gaveta que lhes tenho reservada.

Não posso dizer que faço colecção porque as colecções a gente guarda-as. Eu utilizo-os. Pelo menos aqueles que compro. Os que são subtraídos muitas vezes vão ficando pela graça e pequenez mas como, na sua maioria, não são à base de glicerina, não os uso.

Hoje, por exemplo, fui a uma caixa que trouxe de Goa e abri um de mentol. É uma sensação única! Não aconselhável, a sua utilização, em pleno Inverno. É como se o fresco que é mais frio do que fresco se infiltrasse pelos poros e se instalasse na parte inferior da epiderme! Nem a água quente altera a sensação, muito pelo contrário, transforma-a num quente-frio que dura até se fechar a água e quando se sai do duche parece até que se saiu da marquesa de um qualquer spa especializado em tratamentos de revitalização. Aconselho vivamente!




terça-feira, 22 de setembro de 2009

O cansaço, esse filho da p...

O maior risco do cansaço é levar-nos a reagir abruptamente a acções que não justificam reacções abruptas. Depois a culpa bate-nos à porta e mina-nos porque atrás dela entra o medo, a dúvida e a insegurança.
São péssimos estados de espírito. Inimigos da razão e causadores de maus momentos. É a entrada no círculo negro, como lhe costumo chamar. Para mudar a agulha, é preciso parar, respirar fundo e, contrariando uma certa lógica, não pensar em nada. Esvaziar o pensamento é sempre a melhor política em alturas como essas. Andar à caça de fantasmas dentro do armário, só piora a situação e os estados de espírito são canibais – alimentam-se de seres da mesma espécie.

Blogues

Eu gosto de ler, sempre gostei, e tenho pena de ter um pouco, ou um muito... , menos de tempo agora para ler o que me apetece. Tenho alguns blogs que gosto de seguir, ou porque lhes encontro alguma qualidade linguística, ou porque os encontro ricos em conteúdo, ou por ambas as razões. Há de tudo um pouco, o que é bom sinal. É sinal que há mais gente a escrever do que se pensava, de que muita gente que não pensava escrever agora escreve e escreve cada vez melhor e, principalmente, que há quem vá lendo. Se mais razões não houvessem, estas já justificariam a existência de tantos cantinhos que por aqui vagabundeiam.
Há quem aponte contras, há sempre quem aponte contras!, do estilo, ai e tal tantos erros...e as pessoas lêem...
Pois eu digo que mais vale ler com erros do que não ler de todo. mas não foi para isto que aqui voltei hoje. Fi-lo porque nesta minha ainda frágil nova ordem de vida acabo por acumular as leituras de todas as actualizações de todos os blogs que ando a seguir. E eles são variados! Ó se são! Variados na forma, nos conteúdos, nos autores! Lê-los de seguida é habilitarmo-nos a um passeio numa montanha russa de emoções. Então pessoas como eu!, que têm a estúpida mania de se entranharem nas palavras... Enfim, fiquei um pouco tonta!

Hoje...

...conheci três pessoas daquelas que vale a pena conhecer. É que nem todos nós valemos a pena. Há uns que valem mais do que outros. Eu tive o privilégio de conhecer três duma assentada – Uma professora e dois alunos.

A Professora, não não é por acaso nem por engano que está em maiúscula, é como todos os professores deveriam ser e não são. Dos alunos, uma é cega e deu-nos uma lição de força daquelas que estamos acostumados a ver nas histórias e nos filmes; a outra é uma jovem muito jovem que deixa transparecer sem esforço nenhum a enorme humanidade que a habita.

É em dias como este que se renova a minha fé nos Homens.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Ora bem

Eu estava a ver se me escapava mas este menino já protestou portanto aqui vai:
As aulas começaram hoje. Começaram sim senhor mas na verdade não há grande coisa a assinalar.
Quando de lá saí vinha com vontade de escrever um post sobre a paciência que tende a mirrar quando somos assolados pela sensação de estar "a encher cartuchos". Não é nada de novo, já na Nova eu senti isso mas hoje dou de barato já que foi o primeiro dia e o desgraçado do professor teve de "encher" duas horas de uma aula salpicada de gente (a maior parte andava pela alameda aos gritos e de cara pintada). Ainda assim prevêem-se dias de luta já que eu tenho mais que fazer do que andar a "encher cartuchos" e quando eles começarem a patinar lá estarei para puxar a carroça que eu quero é saber coisas e o resto é conversa.
Já sei, já sei, que muita gente está para aí a pensar que não é lá que vou "saber coisas", é sempre isso que se pensa eu também já pensei... mas vou, garanto-vos que vou que é p'ra isso que ali ando.
Mas como eu estava a dizer, meu caro N., eu até que vinha com um post na cabeça mas como não consegui escrevê-lo nessa altura e depois meteram-se pelo meio coisas do tipo, ir à Clínica com o D. para tirar uns sinais, a inspiração foi-se e quando regressou trazia uma outra forma que é aquela do post que se encontra logo abaixo deste (agora dava-me imenso jeito que isto tivesse daqueles smiles que me são tão gratos quando não sei exprimir por palavras aquilo que sinto...como não tem ou se tem eu não sei onde estão, façam de conta que sim).

Do Prazer

Hoje em dia fala-se muito da importância do Prazer. Tirar prazer de tudo aquilo que se faz, em oposição à mentalidade retrógrada do Espírito de Sacrifício que pode muito bem ter sido uma das géneses do fado.
Eu própria defendo a importância de procurarmos quem somos e descobrirmos aquilo de que somos capazes para que possamos ser felizes, já que acredito que quem faz o que não gosta tem mais dificuldade em encontrar essa ilusão que a todos nos alimenta – a Felicidade.
Mas o facto é que isso só é válido para as coisas grandes, as mais abrangentes. No dia-a-dia não faltam pequenas coisas, e é de pequenas coisas que o dia-a-dia é feito, que exigem esse tão radicalmente excomungado Espírito de Sacrifício.
Eu não gosto de passar a ferro, não me dá gozo absolutamente nenhum, muito pelo contrário, deixa-me com uma dor de costas descomunal. Mas dá-me um gozo do caraças abrir as gavetas e encontrar aquilo que quero quando quero e pronto a usar. Não gosto de limpar a casa. Mas detesto viver no meio da confusão e da porcaria. E o facto é que não tenho ninguém para fazer essas coisas, ditas menores, que vivem connosco todos os dias e às quais não se dá grande importância porque as temos como garantidas; a não ser, evidentemente, aqueles que as fazem…
Será que na ânsia de mudarmos tudo não exageramos na mensagem que passamos às nossas crianças? Não que isso não seja natural. Sempre que uma mudança ocorre, a balança tende a cair exageradamente para o lado oposto. Mas o facto é que, até reencontrarmos um certo equilíbrio, estamos a transmitir uma mensagem viciada e viciante. Ele há coisas que requerem algum sacrifício – aquelas que no fim do caminho nos podem melhorar substancialmente a vida.
Se calhar valia a pena começarmos a transmitir isto aos miúdos, não vão eles acreditar que se deve baixar os braços sempre que algo não nos agrada. É que ninguém gosta de ser forçado a fazer seja o que for; ninguém gosta de fazer coisas que não fazem sentido; ninguém gosta de ficar com dores de costas. A não ser, evidentemente, que o prémio valha a pena.
Nós somos um bocadinho como os burros, precisamos da visão, a meia distância, de uma pequena cenoura. Em vez de dizermos às nossas crianças - tens de fazer isto, há que descobrir que tipo de cenoura é que as faz mover.

domingo, 20 de setembro de 2009

Acabei agora de jantar

Consegui fazer tudo o que me propus. Não tudo o que gostaria de ver feito, mas tudo o que me propus. Há que ser realista nos objectivos a que nos propomos...

Há tempo para tudo...


... é o que não páro de dizer a mim mesma.


É uma questão de organização. Não posso deitar-me tarde porque não posso passar a manhã na cama. De manhã é que se começa o dia e se ele começar de manhã, de manhãzinha, o tempo parece que estica e chega-se ao fim com aquela sensação de arrumo, de sossego.


Aproveitar os domingos, mesmo quando há trabalho para fazer, trabalho que pertence à semana, como é o caso, também dá os seus frutos. Ainda hesito entre estar no supermercado à hora da abertura ou agarrar-me ao trabalho e deixar as compras para depois, mas sei que o depois acaba por ser dramático - à tarde não há supermercado e amanhã o dia complica-se consideravelmente. Portanto, é combater a conveniência pontual, substituí-la por uma mais abrangente e meter pés ao caminho. Amanhã vai saber-me muito bem ter o frigorífico cheio. Vai poupar-me uma dose considerável de stresse. E hoje hei-de chegar ao fim do dia com o grosso das tarefas terminado... o mais fino, não havendo tempo, logo se verá. O importante mesmo é que não me absorva ao ponto de me fazer esquecer de mim.


sábado, 19 de setembro de 2009

Dos Sonhos

Eu gosto de sonhar, e sonho.
Às vezes os sonhos são tão reais que acordo com a sensação de ter andado por outras paragens.
Mas não sonho só quando durmo. Gosto de sonhar acordada. Gosto de sonhar com realidades que alteram, prolongam e se encaixam perfeitamente na minha; possibilidades reais. Por vezes vejo-os como objectivos e entranha-se em mim uma certeza absoluta que se realizarão. Só não sei quando…
Ultimamente tenho percebido que isso não basta. Que é preciso vivê-los como se já existissem, ou corre-se o risco de ficarem eternamente no mundo dos sonhos, presos num futuro que será sempre isso – futuro.
Sonhar é preciso. Toda a alma se alimenta de sonhos e um corpo sem alma definha. Vê-se nos olhos a falta de vida e nas carnes a secura do cansaço, já repararam? Já repararam que quem não sonha também não anda, arrasta-se; não vive, sobrevive; não ama, tolera; não escuta, ouve; não vê, olha? Se nunca repararam, reparem. Reparem no vazio do olhar, como se não existisse. Por vezes confunde-se com o olhar perdido dos sonhadores, mas não é a mesma coisa. Ainda assim, sonhar não basta. É preciso acreditar. É preciso viver como se… É preciso trazer para o hoje os sonhos do amanhã. E é fundamentalmente preciso, ter cuidado com o que se sonha.

Momentos


Não gosto de perder, desanima-me...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

PARABÉNS!

A minha sócia faz hoje anos. Trinta anos! Quer isto dizer que vai passar a fazer parte do grupo dos "trintões", aquele grupo que inspirou Os Amigos de Alex e uma série com o mesmo nome - Os Trintões. E provavelmente mais uma carrada de histórias que não me ficaram na memória. Para mim, que já por lá passei há mais de vinte, considero-a uma idade genial. Uma idade cheia de energia e já com alguma sabedoria.
É isso que lhe desejo - Toda a energia do mundo com muita sabedoria. Porque na energia está a saúde; a força e o entusiasmo. E na sabedoria, a sensatez; a ponderação; o conhecimento e a paz.
Aqui fica um bolo, virtual é certo, mas um bolo ainda assim, muito ao jeito dela que é uma amante, não do diferente, mas do desigual.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Nos bastidores do meu país...

…há jovens adultos apátridas apesar de terem nascido no mesmo lugar que eu; há sítios onde a polícia não entra; há cafés que recebem notas falsas mas não as denunciam porque as chatices são maiores do que aquilo que elas valem; há praças onde jovens adolescentes, alguns ainda crianças, fumam ganzas sem que ninguém lhes diga nada; há praças onde se vende droga sem que ninguém interfira e cafés, nessas mesmas praças, onde a polícia fiscaliza a venda de tabaco a menores sem sentir o cheiro que circula pelas esplanadas.

Nos bastidores do meu país há todo um mundo que não conheço e do qual não gosto nem um bocadinho.

E pronto...


...foram-se as linhas, já não tenho o corpo cosido, se doeu? Doeu bué!!! Mas foi há bocadinho, já não me lembro...

Acreditem ou não...


... as moscas têm um radar que capta os mata-moscas! Só pode!
Já não é a primeira nem a segunda vez que isto me acontece - eu gosto de ter as janelas abertas. Claro que estas são as melhores condições para visitas indesejáveis. Detesto moscas. Mas detesto mesmo.
Enquanto estou sentada andam à minha volta feitas doidas e a endoidecerem-me a mim. Levanto-me, vou buscar o mata-moscas e ponho-o perto de mim. Desaparecem! É que muitas vezes nem as chego a matar! As gajinhas parece que percebem e... pimba, piram-se! Ele há coisas!...

A Morte...

…é a nossa maior inevitabilidade, a nossa única certeza. Se o Destino existe, ela é sem dúvida o nosso destino comum, o único.
Assustadora quase sempre, consoladora às vezes, por muito que tente mostrar-nos que é até mais honesta e segura do que a própria vida, não se livra da má fama de Ceifeira que ceifa o que está pronto para ser ceifado e o que ainda, aos nossos olhos, não está. E isso todos nós sentimos como uma enorme injustiça. Mas o que sabemos nós?! Nada. Nada, a não ser que por ela seremos levados, mais cedo ou mais tarde.
Já lhe vi os olhos em outros olhos. Já estive perto dela, mais do que uma vez e sei que quando chega aquele momento em que ela nos dá a mão e diz, Vamos que chegou a hora, o medo do desconhecido é inevitável. Não é o medo dela, é o medo do desconhecido. Há certos rostos que se suavizam quase de imediato! Quem sabe se o desconhecido afinal nos é familiar e está apenas esquecido?...
O facto é que tratamos muito mal a morte, às vezes pior ainda do que tratamos a vida. Não só evitamos falar dela, como todos os dias fazemos de conta que não existe. Mas estamos sempre prontos a desafiá-la! Desafiamo-la quando entramos no carro; desafiamo-la quando ignoramos os sinais do nosso corpo; desafiamo-la quando atravessamos a estrada; quando entramos na banheira; quando mergulhamos nas ondas… desafiamo-la a toda a hora como se tivéssemos uma necessidade maior de lhe provar que não nos vence, ainda que saibamos que será sempre ela a vencer. Cada dia que se ganha é uma vitória. Talvez por isso nos custe tanto ver vidas tão jovens serem ceifadas.
Mas uma coisa é certa – não sabemos o que existe para lá dela. Não sabemos o que está do outro lado. Não sabemos para onde vamos quando nos vamos embora e, não sabemos sequer, se apesar de nos parecer uma monstruosidade, uma enorme injustiça, ela, a morte, não sabe mais do que nós, aquilo que anda a fazer…

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Um caso de polícia, ou de psicólogo...

Há coisas do arco da velha e gente esquisitinha pr’a caraças.
Imaginem que andam nas compras de supermercado, e que de repente, assim do nada, alguém que não conhecem de lado nenhum fica pespegado a olhar. Agora imaginem que esse alguém, que vocês não conhecem de lado nenhum, vos aborda educadamente dizendo que lhe aconteceu uma coisa que nunca lhe tinha acontecido – ficou deslumbrado com a visão que teve durante os escassos segundos em que vocês se iam, naturalmente, aproximando da sexy e desejável, banca do peixe. Imaginem ainda que durante os poucos minutos de conversa que decidem dar a essa pessoa, porque foi educada, o tema se desvia para o que cada um faz. Imaginem agora que, num acesso de estupidez, só pode, vocês oferecem-se para ajudar essa pessoa numa questão que se prende com a vossa profissão e que, para tal, lhe facilitam o vosso número de telefone.
E agora vem o mais difícil de imaginar – imaginem que essa pessoa nunca lhes liga por questões profissionais mas que não pára de enviar sms completamente fora de contexto; não pára de fazer chamadas em que mal fala porque, segundo diz, está sem palavras e não sabe o que há-de dizer só sabe que não consegue dormir porque vocês não lhe saem da cabeça, e que acorda a meio da noite e que sonha e o diabo a sete! Imaginem que decidem dizer claramente a essa pessoa para deixar de ligar, que o aconselham a consultar um psicólogo e que chegam mesmo a ameaçá-la com a polícia. Imaginem que essa pessoa vos dá sossego por alguns meses mas que acaba sempre por voltar à carga, periodicamente durante DOIS ANOS!!
O que é que faziam? Chamavam a polícia ou mudavam de telemóvel?

Os dados estão lançados...

Bom, lá me matriculei. Trocaram-me as voltas com o horário, um horário tão catita que eu já tinha escolhido e afinal chego lá e dizem que não, que não há vagas para esta e para aquela e blábláblá... Devia ter ido ontem, isso sim. A culpa disto tudo é da Física e das suas leis, que era suposto podermos estar em dois lados ao mesmo tempo, até a miúda do Harry Potter já conseguiu isso...

Espero sinceramente que a Clássica funcione melhor do que a Nova e agora é andar pr'á frente e vamos lá a ver se consigo descalçar esta bota dos horários...

Duas notícias me despertaram hoje:

A greve dos funcionários públicos ao nível da recolha do lixo, limpeza de estradas, policiamento e vigilância nas escolas, pelo que eu entendi; e a borla nos transportes públicos do Porto e Lisboa. É verdade, hoje não se paga, toca a aproveitar!
Infelizmente nenhum deles me traz qualquer tipo de proveito.
A greve dos funcionários da limpeza não me aquece nem arrefece, aliás eu até estava convencida que esta greve tinha começado em 1968 e que durava até agora! Só hoje é que percebi que afinal não, afinal a greve é só hoje!
A minha esperança é que isto tenha o mesmo tipo de comportamento dos aparelhos computorizados, desligam-se e fazem reset. Assim sendo, amanhã quando aqui chegar vou encontrar as ruas limpas de todas as bostas de cão que as têm atapetado ao longo destes anos.
Quanto à borla nos transportes públicos, quer-se dizer… eu até os utilizaria, se não tivesse de esperar tanto tempo por eles, se não tivesse de mudar tantas vezes – ele é camioneta e depois o comboio o metro o autocarro…e se não tivesse de viajar enchouriçada entre gente que diz que o banho é só de vez em quando.
Esta história de oferecer um dia a pensar que as pessoas vão todas a correr porque é de borla!...
Já lá vai o tempo em que as pessoas pensavam assim. Graças a Deus!
Eu estou convencida que as pessoas que preferem o privado ao público (estou a falar de transportes), é por questões de comodidade e não por questões económicas, para além de que me parece também que a maior parte dos carros que circulam nas grandes cidades não são de gente que vive por lá mas sim de quem vem de fora. Ora se querem diminuir o fluxo de automóveis têm de facilitar os transportes que entram na cidade para além dos que por lá circulam. Eu, por exemplo, tenho um comboio que me põe em Lisboa em cinco minutos, mas para o apanhar tenho de ir de carro… Mas pronto, a esse nível apraz-me dizer que os progressos são grandes só ainda não o suficiente para mim que sou esquisita. Quando tiver um comboio que me venha buscar à porta de casa e me leve até onde quero ir, passo a andar de transportes públicos.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Apeteceu-me

A vida é fácil

O meu filho ultimamente só vem a casa para trocar de roupa, deixa a suja, leva a lavada. O tempo livre passa-o com os amigos e com a namorada. Eu já disse que está aqui está casado, à procura de casa já anda…
Noventa e nove vírgula nove porcento das pessoas que conheço dir-me-iam que este tipo de vida não faz sentido; que se é já adulto para umas coisas também o deveria ser para outras; que a vida não é fácil e por aí adiante…
“A vida não é fácil”, vivi a maior parte da minha vida a ouvir esta frase. Vivi sempre rodeada de gente que ma gritava aos ouvidos vezes sem conta – A vida não é fácil, e não tem sido; Desgraças acontecem, e têm acontecido; Há que fazer sacrifícios, e sacrifícios têm sido feitos.
Vivi rodeada de gente bem-intencionada que me mostrava exaustivamente o que estava mal, o que faltava, o que era feio. E estava, e faltava, e era.
E o que é que eu fiz sempre que as dificuldades ou as desgraças bateram à porta? Refugiei-me nos momentos mais simples, mais fáceis, mais doces da minha vida, porque são eles, esses momentos, os que na boca da maior parte das pessoas não são vida, que nos podem servir de amparo nos momentos difíceis.
Há gerações e gerações que educamos as nossas crianças na preocupação de lhes mostrar a realidade “nua e crua”, na preocupação de lhes mostrar, o mais cedo possível, as dificuldades da vida. Não por sadismo, não por retaliação – não foi fácil para mim, também não pode ser para ti, mas porque acreditamos genuinamente que é assim que deve ser. E se eu aprendi alguma coisa neste meu meio século de existência é que poucas são as coisas que têm tanto poder como aquelas em que acreditamos.
Se eu pudesse voltar trinta anos atrás, ofereceria aos meus filhos todos, todos os momentos fáceis, divertidos, felizes que conseguisse encontrar. Se eu pudesse recuar trinta anos, dir-lhes-ia que a vida é aquilo que nós quisermos que ela seja porque nela existe de tudo só depende do nosso olhar.
Se eu pudesse voltar atrás trinta anos, saturaria os meus filhos de bons momentos até eles acreditarem que é isso a vida. E sei, que sempre que os menos bons lhes batessem à porta, eles teriam toda a estrutura do Universo para lhes fazer frente e saírem vitoriosos.

Francesco Alberoni...

...tirou-me as palavras da boca, que era exactamente isto que eu ia dizer mas ele adiantou-se, pronto, paciência, aqui ficam


e para que lhes façamos justiça, porque são palavras sábias, embora lá dançar um bocadinho

Patrick Swayze (fiquei triste)


Não foi só o Dirty Dancing. Foi o Ghost; foi o Norte e Sul... eu gostava dele, achava-o bonito. Às vezes confundia-o com um outro e os meus filhos riam-se de mim. Quando gostamos de ver alguém na tela, não queremos outro parecido, queremos aquele...


Morreu na idade a que já me habituei a chamar, Idade do Cancro. Tenho vários casos na família, todos com essa idade...


Que descanse em Paz.

"Não vamos continuar a ter uma taxa de letalidade zero"

Esta frase proferida aqui pelo nosso director-geral de saúde fez-me lembrar uma outra que se gritava por aí logo após o 25 de Abril – “Nem mais um soldado para África”.
“Vírus vai matar no País” pois com certeza. Ora se anda a matar por aí ao desbarato, nos outros países todos, porque é que havemos de ficar de fora?! Mas quem julgamos nós que somos?! , os Escolhidos de Deus?! Olha que essa!!! Que raio de mania de que somos diferentes dos outros!
Preparem-se Portugueses! Nisto não ficaremos para último nem mais um minuto! Toca a morrer porque se os outros morrem é nossa obrigação, como cidadãos Europeus, membros desta grande Comunidade que é a Europa, sim porque a integração é um facto, morrer também. Não ficaremos, mais uma vez, na cauda dela!
Chega de letalidade zero!
Se queremos direitos iguais! Sejamos como os demais!

Das Camas


A todos aqueles que têm camas de madeira, com ou sem cabeceira, por favor não as encostem à parede. É que vocês até podem pensar que estão a pairar, mas não estão. E para quem lá está, na dita cama, pode até parecer que o tempo é curto, mas para quem vive por cima, ou por baixo, é um tempo interminável!

Os meus vizinhos estão possessos hoje e eu já não aguento o toc toc........toctoctoc.....toc toc......toctoctoctoc...........é que já chega! O mundo não acaba hoje!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Alternativa à Terapia do Riso

Nesta minha nova mania de me pôr loira e a conselho desta menina resolvi investigar aqui o meu computador na busca do photoshop. Pois que não tenho. O melhor que consegui arranjar foi o photoimpression que não dá para pintar o cabelo a não ser com um lápis, um spray ou mesmo um pincel mas que dá para transformar cada foto qual sala de espelhos da saudosa Feira Popular.
Há muito tempo que não me ria assim. Andei pela sala agarrada à barriga. Correram lágrimas meus senhores e minhas senhoras!
Continuo sem saber como ficaria loura mas diverti-me que nem uma doida.
Para todos aqueles que acham que precisam de rir a bandeiras despregadas, antes de recorrerem à Terapia do dito experimentem uns minutinhos em frente ao computador no PhotoImpression5. Quando clicarem nos “Efeitos” e lhes aparecerem uns malmequeres, não desanimem, é aí. Vão carregando em cada um deles e divirtam-se.

Toca mas é a rir antes que seja tarde de mais

Na edição de fim-de-semana do i, na página 7, um título chamou-me a atenção:
“Onda de Suicídios na France Telecom”, e por baixo: “ No último ano e meio mataram-se 22 trabalhadores. Empresa vai activar plano anti-stresse”.
Seria caricato, se não fosse trágico.
Imediatamente abaixo desta notícia está uma fotografia, que com ela nada tem a ver, de Hugo Chaves e Juan Carlos a rirem-se a bom rir.
Ontem a minha mãe perguntou-me porque é que nós, eu e a minha sócia, não juntávamos a Terapia do Riso às nossas actividades. Fiquei a pensar no assunto.
Dos outros animais não sei, mas nós somos de extremos. Como se precisássemos de testar até onde conseguimos ir, treinamos afincadamente o esquecimento de nós; mergulhamos de cabeça no trabalho com o único objectivo de ganhar muito, ganhar mais, muitas vezes não para podermos viver, mas para superarmos os bens do vizinho do lado. Esquecemo-nos que quando se ganha muito dessa maneira, pouco ou nenhum tempo nos resta para o gozar, ao dinheiro.
Esta forma de estar transformou-se de tal maneira em status quo que já fica mal visto quem tenta, nem que seja pontualmente, sair do círculo.
É claro que ninguém aguenta tanta contra-natura, então inventam-se ou reinventam-se as mais variadas formas de terapias, de religiões e de práticas para darem solução à morte daqueles que andam anos à espera para serem enterrados. Pelos vistos na France Telecom, 22 deles desistiram de esperar.

Back in town


Pois parece que vou mesmo inscrever-me. Já tenho o horário. Vamos lá a ver se aguento a parada...

EUREKA!

Pois que descobri o que aconteceu aqui ao meu blog.
Claro que não o fiz sozinha, alguém do blogspot me deu uma ajuda.
Então é assim, isto para o caso de alguma vez lhes acontecer o mesmo, quando o campo do texto fica demasiado largo, pode ser por causa das imagens por exemplo, o campo lateral desvia-se para o final da página.
Para corrigir o erro tive de editar duas das mensagens que estavam com imagens um bocado avantajadas. Quando for assim mais vale colocar a imagen ao centro e o texto por baixo. Foi o que fiz. E voilá! Problem solved.

domingo, 13 de setembro de 2009

Mas que raio!...

Então os links todos que eu tinha aqui ao lado passaram para o fim, no alinhamento das mensagens! Ele há com cada uma! E o pior é que não posso fazer nada! No esquema está tudo no seu devido lugar!
Bom, espero que o meu blog se endireite depressa. Até lá, tenham um pouco de paciência que isto deve ser macacôa pontual...

Falta de coragem...



Ando com uma vontade de me pôr loura!!!...
Será que não há para aí uma máquina qualquer que nos permita ver o efeito antecipadamente?

Sem comentários...


Na loja, em frente às caixas dos anti-vírus estava um daqueles meninos que andam de farda mas sabem quase nada.

- Preciso de renovar a chave do anti-vírus que comprei aqui o ano passado – disse-lhe eu.
- Não temos renovação de chaves – respondeu ele – terá de desinstalar o que tem e comprar outro.
Desiludida fiquei a olhar para a quantidade de caixas que ele tinha estado a admirar. Mesmo à frente dele uma delas dizia assim: “Anti-Virus 2010” e, num destacado rectângulo dourado: “ 3 utilizadores – R e n o v a ç ã o”.

Jogar pelo seguro

O que eu gostava de não ter medo de comprar coisas aqui pela net! O que eu gostava! Poupava-me o trabalhão de ter de me deslocar a certas lojas, principalmente quando o que preciso é software. Mas tenho, medo.
O anti-vírus está prestes a caducar, preciso de renovar a licença e posso fazê-lo por aqui, sem chatices nenhumas a não ser o facto de ficar preocupada por ter de dar todas as informações do cartão de crédito assim ao desbarato…
Desisti a meio do processo. Vou mas é à loja que o seguro morreu de velho.

sábado, 12 de setembro de 2009

Eu devo ser muito estúpida!


Só agora, depois deste debate entre o Sócrates e a Ferreira Leite, é que fiquei a saber que afinal as contas públicas são contas vedadas a todos aqueles que não fazem parte do Governo vigente.

Que elas não são públicas para nós, o público, isso eu já sabia, o que nunca me passou pela cabeça foi que público é também toda a Assembleia da República, independentemente do partido a que cada um pertença.

Com que bases elaboram, então, os vários candidatos ao Governo, os seus programas eleitorais no que aos dinheiros diz respeito?!

Como é que nós eleitores podemos acreditar, ao ponto de tomar decisões de em que votar, nas medidas que se propõem fazer se na verdade eles não fazem a mínima ideia se têm dinheiro para comprar uma banana ou um cacho delas?!, se na verdade não sabem o que se passa e só o saberão depois de lá chegarem, se chegarem?!

Isto faz-me confusão! É como se me pedissem para poupar cá em casa mas não me informassem de quanto disponho para a governar. É como se me pedissem para arrumar uma quantidade de dados imaginários em várias caixas concretas mas sem nunca me informarem sobre a dimensão dos ditos!

E nunca ninguém se referiu a isto! Só hoje é que a Ferreira Leite lá disse que não pode concretizar nada enquanto não chegar lá, porque só nesse momento é que vai saber como é que andam as contas!

Porque é que ninguém fala disto?! É mesmo assim? Faz parte de alguma lei? Tipo, sigílio financeiro?

Se eu mandasse nisto punha a boca na botija, desse lá por onde desse as contas haviam de fazer jus ao nome que têm.