domingo, 30 de novembro de 2008

Apresentação

Este sim, é o primeiro texto desta minha humilde entrada na blogosfera. Os outros, os anteriores, forem ensaios. Tímidos ensaios.
Assim, peço aqui, publicamente para que me oiçam os deuses, que a inspiração não me falte. E nem a vontade. Que eu vá sendo capaz de confessar as tantas antagonices que habitam no meu ser, e que essas confissões possam ir ao encontro de outras antagonices, suas irmãs, que habitam noutros seres que não eu e que, por se julgarem únicos, se sentem tantas vezes sós.
"Espírito de Contradição" e "Poço de Contradições" são termos bem conhecidos e sempre, sempre depreciativos. Estranhamente depreciativos, digo eu, já que não existe nem gente, nem mundo, onde não veja contradições.
Estranhamente depreciativos porque se é da discussão que nasce a luz é, sem dúvida, das contradições que nascem as ideias, as vontades e as grandes almas.
Proponho-me pois expor e defender as contradições deste mundo ou, quanto mais não seja, o direito à sua existência.
Que venham os Antagonismos. Que venham. Cá estarei para os acolher.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

De como os óculos mudaram o MEU mundo

- Estou a trabalhar! - disse para o miúdo mais do que insubordinado que me estava a dar cabo do dia. E pensei: - Mas não é este o meu trabalho?!

Quais são as hipóteses dos óculos me terem virado o Mundo de pernas para o ar?

Passei a ver o que não via. E isso é bom.

Agora vejo tremido. E isso é mau.

Dá-me dores de cabeça. O que vejo, não o que não vejo. O que não vejo descansa-me.

O que não foco, não olho. É sempre preferível não ver do que ver o que não é.

De Como os Óculos Mudaram o Mundo

Estes óculos estão a dar cabo de mim!
Transporto uma lente e tudo o que olho tem de ser focado primeiro.
Vejo o mundo através do vidro. Será que era isso que Pessoa dizia?! Entre mim e a vida há um vidro ténue, transparente. O meu não é ténue e nem sempre é transparente.
Certo é que o mundo mudou para mim...