quinta-feira, 30 de junho de 2011

Bancos!

São o meu maior pesadelo! os Bancos, as taxas de juro; os spreads; as obrigações; os custos de manutenção, que existem e persistem mesmo quando não há nada para manter – aliás, quanto menos houver mais eles crescem! Já com as crianças não se pode dizer o mesmo que se não comem, o raquitismo, e sabe-se lá que mais, trepa por elas acima empurrando-as para baixo e chupando-lhes os ossos; as anuidades, mensalidades e trivialidades, às quais nada escapa, enquanto houver tira-se…

Descobri hoje que esses gigantes têm gente dentro. São, ou gostavam de ser, colossos, mas têm gente dentro, e gente é bom. Gente ajuda-me a relativizar as coisas. Gente tem voz que me diz, não se preocupe que vai dar tudo certo. Gente tem o dom de me ajudar a creditar que quando tudo isto acabar, e vai acabar, o sol voltará a brilhar, pelo menos para mim…

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Ser ou não ser...

Tenho dificuldade em interpretar sinais. Creio até que tenho dificuldade em reconhecê-los. Muitas vezes, para não cair no exagero de em tudo ver um sinal, tenho a sensação que algo me escapa e que esse escapar me pode ser prejudicial.

Desde miúda que oiço aquelas lengalengas e histórias macabras que nos gritam ATENÇÃO! Como aquela do homem que rezava em cima do telhado da casa e que acabou por morrer afogado porque não percebeu que as três ajudas que se lhe ofereceram estavam a ser enviadas pelo Deus ao qual rezava esperando salvamento.

Este tipo de histórias entranha-se e eu dou por mim a tentar estabelecer paralelo entre episódios da vida e estes exemplos fantasiosos. A quem devo dar ouvidos? Aos sinais, se é que o são? Às decisões que na verdade já tomei? A mim? Ao senso comum? A quem?!

Há dias uma amiga disse-me que há alturas em que nos devemos deixar ir. Não resistas!, disse-me ela. Mas o que é isso de não resistir? Se baterem à porta, abro; se quiserem entrar, deixo; mas se quiserem ficar, não deverei ser eu a impor as condições? Afinal a casa é minha!... faz todo o sentido que seja eu a impô-las! E se quem bateu não as aceitar e eu ficar sem visitas? Cumpre-se ou não a Vontade Maior?!

É que preciso de saber isso para estar em paz comigo mesma! E estar em paz comigo mesma é tudo aquilo que preciso neste momento.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Amar

Olhar nos olhos do outro e ver o que ele vê.

Ouvir nos seus ouvidos e sentir com a sua pele.

Eis o que é amar.

Não adivinhar, mas conhecer. 

Uma explicação como outra qualquer

A mobilidade social é, na verdade, uma hipocrisia.

Fica bem dizer que se promove a dita, fica bem mas convém que todas as démarches que se façam nesse sentido não tenham, na realidade, grandes repercussões que isto de abrir portas e convívios a gente das barracas tem que se lhe diga.

Contudo, se de repente o gajinho das barracas ganhar uma qualquer fortuna e decidir comprar uma moradia na Herdade da Aroeira e ir passar férias a um qualquer destino inacessível ao comum cidadão, tudo muda de figura e os maus modos, a ignorância, o mau gosto e a estupidez passam a ser “estilos” e “géneros”, excêntricos e “diferentes”.

Por sua vez, o gajinho das barracas, que sempre foi bronco, passa a ter poder, reduzindo assim a mobilidade social que era suposto existir por via da escola, da cultura, do conhecimento, da educação e, consequentemente, da elevação dos valores, a uma mera ascensão económica.

Só assim se explica o substancial aumento de bens de que a humanidade tem vindo a usufruir, e o proporcional decréscimo da qualidade de vida humana que tende, agora com a crise do económico – único baluarte da humanidade -, a agravar-se.

E é neste estado de coisas que se intensifica a luta travada pela gentinha que apesar de se ter sentado no trono do poder nunca chegou a ascender socialmente porque ao invés de se cultivar e humanizar, impôs, ou tentou impor, às minorias que verdadeiramente contam e sempre contaram, os seus modos rudes e as suas mentes deformadas.

São eles, evidentemente, que lutam com todas as forças, que aliás nunca lhes faltam, para que a mobilidade social continue a ser a hipocrisia duma Era cujo fim já se avizinha.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Aos nosso queridos fornecedores - o quanto nos cobram, o quanto nos roubam e o "faça você mesmo"

A EDP cobra pouco pela energia que vende praticamente em exclusivo (estou a pensar nessa firma espanhola que anda por aí a tentar fazer concorrência sem grande sucesso). E o pouco que cobra não dá para suportar os salários extravagantes de que usufrui o pessoal que por aí anda a ler os contadores. Por isso é que só vêm de três em três meses; por isso é que só emitem, em certas localidades, facturas de dois em dois meses.

A contrapartida de se pagar a energia tão abaixo da média comunitária (ahahahahahahahah) é a obrigatoriedade de colaboração gratuita.

Então é assim – pode requerer-se a facturação mensal e pode até pagar-se apenas aquilo que realmente se consome, sem estimativas nem acertos de contas. Para tal temos de nos transformar numa espécie de funcionários da EDP sem remuneração – voluntários... Comprometemo-nos a telefonar todos os meses a dia certo (sendo que as despesas do telefone serão, evidentemente, por conta própria), para fornecer à Companhia as leituras que figuram no contador. Se este for bi-horário e, portanto, um pouco mais difícil de interpretar, um dos privilegiados funcionários da EDP disponibilizar-se-á para nos instruir, via telefone, sobre os números a fornecer mensalmente e o dia certo para o fazer (entenda-se que estas chamadas serão sempre por conta do consumidor).

Desta forma, simples, evitar-se-ão facturas de valores exorbitantes, que é como quem diz, evitar-se-á o pagamento, em Julho, de toda a energia que se consumiu durante o Inverno. E evitar-se-á, sobretudo, que o nosso dinheiro repouse na EDP durante dois ou três meses, período que medeia as contagens da Companhia cujas estimativas são sempre, mas sempre, feitas por cima não vá o diabo tecê-las e os nossos fornecedores, tão esforçados, irem à falência…

Aos poucos, e quase sem darmos por isso, têm vindo a ser-nos subtraídos vários serviços, ao mesmo tempo que a inflação vai aumentando substancialmente o preço dos produtos.

No preço da gasolina estava incluído o serviço de um funcionário que nos poupava ao frio e ao toque pouco higiénico das “pistolas” das gasolineiras.

No preço da roupa estava incluído o salário de quem verdadeiramente nos atendia, e não de meia dúzia de arrumadores e vigilantes.

No preço da água e da luz…

…e por aí fora, que quanto mais pagamos menos serviços temos e mais desemprego… 

...e por aí fora porque há, seguramente, quem ganhe cada vez mais, muito mais…

... e agora é a parte em que saltam as asneiras para aliviar a tenção, mas como o texto já vai longo deixo-as ao vosso critério.

domingo, 26 de junho de 2011

Valeu a pena?

Estava choroso. “Por causa da vida” – disse. Mas a vida é o que é, é preciso aceitá-la. Esse é o grande segredo – aceitá-la como é. Comoveu-se com o neto. “Deixa-o gozar a vida.”, pediu. Mas eu não o impeço! “Se eu tivesse a idade dele!”, sonhou. Se tivesse a idade dele, ele não existia! Nem eu!

Olhou para mim, pasmado, e riu-se. Tinha acabado de descobrir uma vitória.

Contra factos, não há argumentos

Há pessoas que nasceram para ser, outras para parecer. Há aquelas que nasceram para transformar, e as que nasceram para aproveitar. Há quem tenha nascido para resolver, e quem tenha nascido para desfrutar. Há de tudo. Mas, grosso modo, só chegamos a conhecer as segundas.

Do nu, do prático e do belo

Parece que a PSP disse que não a isto. 

As suas chefias não se entusiasmaram com este tipo de metáforas ideológicas de despojamento total. Não andámos estes séculos todos a inventar coisas para agora nos livrarmos delas assim de repente e do pé para a mão.

O que é que há de belo no nu?! Nada. E de saudável? Menos ainda.

A sensualidade está no que se veste e não no que se despe e o sol, que já fez melhor trabalho com a pele, não é de todo aconselhável às zonas erógenas. De resto a Natureza, mãe sapientíssima, sempre nos disse isso – não existe na verdade nenhum animal que viva com elas expostas. E mesmo o Homem, que apareceu coberto de pêlos, assim que se pôs em pé tratou de as tapar. Não foi, com certeza, por vergonha…

Penso que no cerne do nudismo, mais do que o apregoado regresso às origens, estão as vontades férreas de chocar, de libertar, de mandar tudo às urtigas.

Quando vejo essas comunidades nuas, lembro-me dos homens em t-shirt mas de tins-tins a abanar, ao cair da noite, em filas de supermercados. Lembro-me dos chinelos e das máquinas fotográficas a tiracolo como únicos acessórios, e dos duches a céu aberto. Lembro-me das carnes morenas e caídas dos velhos a passearem-se pelo meio das árvores e lembro-me, sobretudo, do cheiro! Meu Deus, o cheiro! Eu andava sempre com uma toalha não fosse precisar de me sentar…

sábado, 25 de junho de 2011

Lobbies, clubismos e sociedades secretas

 São gregárias, pedantes e, sobretudo, quadradas, como tudo o que se fecha ao mundo de fora – o outro - do qual eles não fazem parte, Deus os livre!

Este isolamento disfarçado de diferença é sempre uma forma de cobardia e muito, muito contrário, à alma lusitana que é de misturas, olá se é!...

E é nessa aflição que vivem os gregários – na aflição de terem uma alma lusitana. Então inventam. Inventam palavras e tiques e cores, sempre contrários às maiorias e que lhes dão essa extraordinária ilusão de serem especiais – afinal falam uma língua que mais ninguém percebe, nem eles!…

Alguns escrevem, outros lêem. Os que escrevem acreditam pertencer a uma espécie de realeza e os que lêem têm com eles a esperança de vir um dia a pertencer.

Intimidades

Percebe-se que são várias habitações pelas minúsculas portas que, de duas em duas janelas, exibem o seu azul nas paredes que já foram mais brancas. Parecem ter sido construídas para anões. Tudo é pequeno, do chão ao tecto. Tudo é plano, nada sobressai do muro esbranquiçado. Entre esse muro e a estrada por onde circulam dezenas de automóveis a uma velocidade superior à permitida “dentro da localidade” não distam mais de trinta centímetros. Há mesmo lugares em que o alcatrão se estende até à soleira da porta ameaçando entrar pela casa adentro. Alguém que se aventure a assolar à janela de uma dessas minúsculas habitações, arrisca-se a levar um tabefe de uma mão que goste de agarrar o vento.

No entanto tudo isto esquece quem lá habita e é comum vê-las, às mulheres, do lado de fora da casa, limpando os estores e caiando as paredes. Não é caso raro ter o carro de parar por falta de espaço para “contornar o obstáculo”. Não tenho conhecimento de acidentes ou mortes! 

Em certos lugares, ainda existem coisas extraordinárias.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Artº 0, § único

Não tenho uma natureza desrespeitadora. Grosso modo aceito regras, normas e leis e entendo-as indispensáveis à boa camaradagem entre iguais. Num mundo com tanta e tão díspar gente será uma forma de manter uma certa harmonia, pelo menos enquanto a humanidade não for suficientemente evoluída para não precisar delas.

No entanto não as engulo em seco. Tenho de as compreender e verificar por mim mesma que não servem apenas um dos lados interessados. Se não, está tudo estragado.

Dizerem-me que não posso aparecer pela manhã quando toda a gente está a fazer a sua higiene e o pessoal anda atarefadíssimo a pôr ordem na desordem, é perfeitamente compreensível até para um espírito de contradição como reconheço que o meu, de vez em quando, é.

Já dizerem-me que só posso entrar às tantas horas; que não posso dar almoço e que tenho de sair do quarto sempre que entra pessoal para o mudar da cama para o cadeirão ou do cadeirão para a cama, é inaceitável.

A partir do meio-dia irei às horas que puder e muito bem me apetecer, sem aviso prévio nem hora marcada. Observarei, com muita atenção, a forma como é transportado e tratado – já fiz o mesmo e quero saber o que fiz de mal e o que fiz de bem. Considerando que se encontra sozinho num quarto, não existem inconvenientes que envolvam terceiros, pelo que será como eu digo ou não será de todo.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Auto-elogio

Não estou disposta a deixar de dormir; a engordar (muito pelo contrário, preciso é de emagrecer); a transformar-me numa alcoólica; a voltar a fumar ou mesmo enveredar por uma daquelas situações dramáticas e condizentes com certas aflições que cada um de nós, mais dia, menos dia, com mais ou menos gravidade, sente ou vai sentir.

Não me suicidarei, literal ou metaforicamente, muito pelo contrário - continuarei como até aqui, trabalhando o mais e o melhor que posso e sei. É comigo que tenho de estar satisfeita e não com o contexto, seja lá ele qual for.

E estou. Tenho sido uma linda menina e estou orgulhosa.

Parei uns míseros quatro dias entre Setembro de 2009 e Junho de 2011. Pode não parecer nada de especial, mas é - trabalho com crianças. E estava disposta a perfazer os dois anos seguidos, se tivesse condições para isso. Parece que não tenho. Não foi que não tivesse lutado por elas. Lutei. Enfim, talvez não com tanta garra quanto o ano passado mas isso compreende-se – ninguém é de ferro.

Trabalhei sozinha e foi sozinha que consegui uma taxa de êxito de cem por cento, já que a única menina que não transitou de ano entrou em Abril com oito negativas que baixou para três neste terceiro e último período. Costumo dizer que não faço milagres mas já acreditei mais nisso.

Propus-me a deixar de fumar e já lá vão mais de três meses que não pego num cigarro pelo que me arrogo a afirmar que não voltarei, até porque sou fumadora e um fumador quando deixa de fumar não se pode dar ao luxo de abrir excepções.

Propus-me a fazer Ciências da Educação e mais de meio curso já lá vai, sendo que até aqui ainda não deixei rabo nenhum de fora.

O Governo não vai fazer férias este ano. Acho muito bem. Eles estão a começar, eu já comecei há pelo menos três anos. Já sei o que isso é. Este ano vou parar. Vou aceitar as circunstâncias que me impedem de não o fazer, e vou parar. Vou parar e arcar com todas as repercussões que daí advém na certeza de que se o Governo se dedicar como eu me tenho dedicado e se for pessoa de bem, como eu tenho sido, não só não sofrerei graves repercussões como poderei, num futuro próximo, voltar a respirar.

Desejo-lhes pois saúde, sorte, empenho, seriedade e muita força. Desejem-me, por aí, umas boas férias.

Não, não irei para lado nenhum. Mas escreverei, dormirei e transportar-me-ei, tantas vezes quantas aquelas que me apetecer, à praia.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Dos homens, e das mulheres também

Há nos homens em geral uma excessiva dependência do feminino como se os direitos aos cuidados da mãe fossem para a vida pelo que não precisam de crescer. Há nos homens em geral um complexo de Peter Pan, disfarçado, muitas vezes, pelos afazeres e responsabilidades profissionais, ou mesmo por uma superioridade física que fazem questão de colocar na linha da frente quando tudo o resto falha.

Não sei mesmo até que ponto é que a sua compleição não se coaduna com a vontade permanente de regresso ao útero materno…

Talvez até a necessidade de controlar tudo, e as mais diversas e camufladas formas que têm de o fazer, seja ao mesmo tempo uma manifestação de desagrado perante o corte umbilical e uma luta diária para não perder esse aconchego da vida que é o nunca ter de crescer.

Seja o que for a culpa é nossa. Educamo-los mal enquanto mães e continuamos a educá-los ainda pior enquanto mulheres. A consolação que me resta é o facto das mulheres virem a estar tão tremendamente ocupadas que deixa de ser humanamente possível continuar a tratá-los como se fossem inaptos e ineptos. Pode até ser que, com o tempo, as mulheres percam um pouco desta mania de cuidar de tudo e de todos e os homens cresçam mais um bocadinho. Quem sabe?, talvez venhamos a formar belas equipas...

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A sedução é uma coisa extraordinária e, por isso mesmo, muitas vezes faz milagres

Considerando que as nossas reacções são muitas vezes fruto de saberes recônditos que apelidamos de pressentimentos, gosto de imaginar que os meus receios e pruridos se devem a uma espécie de ciumeira (estou a brincar) provocada pelo sucesso que o meu pai tem no seio da comunidade feminina. 

Ainda há pouco tempo uma amiga da minha mãe, já a caminho dos 90, que veio cá a casa e que não nos via há alguns anos, ficou pasmada a olhar para o meu pai e a dizer que estava parecido com um actor qualquer (ela conhece-os todos).

Expressões do tipo “Deve ter sido um belo homem!” rematadas com um rápido “ainda é!” alimentam-lhe o ego e aliviam o desaire de se ver afastado da minha mãe, por quem ele, aliás, alimenta infundados ciúmes apesar dos seus quase 80 anos!

Hoje só me dizia que “são muitas”, as meninas, e quando uma delas lhe perguntou “como me chamo?”, ele encolheu os ombros, levantou as sobrancelhas e atirou-lhe um sorriso malandro de “não me lembro, são tantas!...”

Enfim, pôs-me bem-disposta

domingo, 19 de junho de 2011

Dói-me a alma

Dói-me a alma e, no entanto, cheguei a acreditar que a aliviaria libertando o corpo e o espírito do encargo de cuidar do meu pai.

É evidente que esta ordem de coisas não serve ninguém; que a minha mãe não tem estrutura para um agravamento desta natureza e que eu, na verdade, não tenho saber que cumpra os requisitos que a situação exige.

Ainda assim, ainda assim dói-me a alma. E se ele ficasse por cá em vez de ir? Se se mantivesse nesta cama, comigo a levantá-lo de dois em dois dias para lhe dar banho, lavar dentes, fazer a barba…dito assim parece francamente disparatado! O mais certo seria a não recuperação e o início do fim. Seria o mais certo.

Indo para onde vai as hipóteses de recuperação aumentam. Afinal já recuperou tantas vezes! Recuperará mais uma e voltará, andando, para o pé de nós.

Dói-me a alma.
Sei que estou prestes a atingir o limite quando algo, que normalmente me passaria ao lado, me deixa de nó na garganta e lágrimas nos olhos.

Há quem lhe chame depressão. Eu sei que ainda não é, é só cansaço. Mais ou menos extremo…cansaço.

Seja o que for que a vida nos reserve, em cada balanço o que fica é aquilo que fomos, ou não, capazes de fazer com o que nos calhou em sorte. A uns calha mais, a outros menos. Ao meu pai, e a nós por arrasto, calhou uma vida de dependência física.

Não é fácil. Mas aprende-se muito.

Já agora, se algum dia precisarem de fazer a barba a alguém, tenham em atenção as zonas hitlariana e zappiana, que é como quem diz: o zona mais baixa do nariz e a "mosca", imediatamente abaixo do lábio inferior, são as mais difíceis. Vai-se a ver e tanto Hitler como Zappa eram preguiçosos…

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A política; os políticos e a liberdade

Cheguei à conclusão que não gosto de política. Nem de política, nem de políticos. E mais, estou em crer que a política na verdade não serve ninguém já que o seu objectivo central é sempre o poder, ao invés da funcionalidade. O poder ou, muitas vezes, a sombra dele…

O politicamente correcto é um yes men que acredita que é livre. É aquele que ostenta as cores da uma qualquer bandeira e defende com unhas e dentes tudo o que os da sua cor dizem, sendo que toma sempre partido, não pelo que é verdadeiramente melhor para o país, mas por aquilo que for mais conveniente para a defesa das suas ideias. As “ideias” é que prevalecem. As ideias como baluartes de uma liberdade que alguns desses políticos de meia tigela ostentam para camuflar a incapacidade que realmente têm de ser livres.

Eu “sou livre” quando protesto, porque ao exercer o meu direito de “protestar” seja contra o que for, estou a exercer o meu direito à liberdade!

Aqueles que ficaram presos à noção de liberdade veiculada durante o Estado Novo e, convenientemente exacerbada aquando do 25 de Abril, continuam a protestar porque acreditam que se pararem voltamos atrás. 

São eles que estão presos no tempo! Liberdade é esquecer de vez a necessidade de lutar por ela. Só quando ela deixar de ser um fim, se transformará numa realidade.

Quanto à política, e aos políticos que têm preenchido as nossas fileiras, a sua filosofia tem estado assente num jogo que os países em situação de aperto, como está o nosso, não se podem dar ao luxo de jogar. Partidarismos são tachos e os tachos não estão de acordo com as exigências técnicas que a situação exige.

Estamos todos no mesmo barco. Embora lá ser livres!


Antes de nós nos mesmos arvoredos
Passou o vento, quando havia vento,
E as folhas não falavam
De outro modo do que hoje.

Passamos e agitamo-nos debalde.
Não fazemos mais ruído no que existe
Do que as folhas das árvores
Ou os passos do vento.

Tentemos pois com abandono assíduo
Entregar nosso esforço à Natureza
E não querer mais vida
Que a das árvores verdes.

Inutilmente parecemos grandes.
Salvo nós nada pelo mundo fora
Nos saúda a grandeza
Nem sem querer nos serve.

Se aqui, à beira-mar, o meu indício
Na areia o mar com ondas três o apaga
Que fará na alta praia
Em que o mar é o Tempo?

Ricardo Reis

Falta de corda

Há cansaços que são extremos mesmo que julguemos aguentar só mais um bocadinho talvez.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Amar a pedido

É preciso amar. Este, aquele, o outro… É preciso amar pais, irmãos, primos e amigos… É preciso amar…e não fica bem dizer que não, que não é isso que se sente, que cada vez são mais as alturas em que os sentimentos se contradizem – o que é preciso e o que é – tão díspares! Tão envergonhadamente díspares! E é uma agonia – o que se sente e que não era suposto sentir-se. Que tipo de pessoa sou eu afinal?!, quando um dos seres que era suposto amar, me cansa, me satura, me desperta sentimentos de “já chega”?!

Provavelmente uma cobarde. Daquelas que valoriza mais o que acha que deve sentir do que aquilo que verdadeiramente sente.

Trinta e sete anos são de mais. Já chega. Nada do que me foi dado se equilibra com o que já dei. Os papéis inverteram-se demasiado cedo e, se ninguém teve a culpa eu muito menos! e estou farta. Já chega.

E é agora que uma boa meia dúzia de puritanos se escandaliza. Sabem porquê? porque, como todos os puritanos, são daqueles que nunca passaram por nada. Falam de barriga cheia. E é tão curioso observar a sapiência dos que falam de barriga cheia…

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Vale tudo, menos desistir

Agarro-me a certos textos como se de textos milagrosos se tratasse. Textos que insistem em traçar-me directrizes que eu me esforço por seguir, minuto após minuto, o que faz de mim a corda que alguém puxa de um lado e outro alguém de outro – ganha o que pisar o traço fronteiriço…

Apercebo-me assim da fragilidade do intelecto que só o é enquanto não aperta o que realmente dói, porque quando as coisas se tornam verdadeiramente sérias vai o intelecto às urtigas e fica a nossa humanidade, aquela que sabe no quão ignorante e presunçoso o intelecto se torna quando tudo corre mais ou menos de feição.

Leio-os de manhã e à noite; guardo no meu intelecto as suas palavras e assim me acalmo, assim confio, assim vou alimentando a minha fé.

domingo, 12 de junho de 2011

Lido mal com a teimosia

Passadas vinte e seis horas fui buscar o meu pai ao Hospital. Diagnóstico: fractura da L4.

Sem mexer o braço direito e mal mexendo a perna cujo pé se encontra cada vez mais rígido e inerte, é  agora preciso que permaneça na cama, levantando-se apenas depois de embrulhado numa cinta de apoio lombar que carece de alguma técnica de colocação. Com estas directrizes cumpridas à risca, levará, talvez, um mês até a vértebra se consolidar.

Para ele é fácil. Tudo é fácil! Ainda no Hospital dizia para a enfermeira – é fácil. É fácil desde que não se faça nada como o médico mandou. Desde que seja ele a dizer quando e como, independentemente dos resultados finais, é fácil.

Para quem, pergunto eu?! Para a minha mãe que tem oitenta anos e trata dele há trinta e oito?! Para mim?! Para quem?! Para ele?!

Partiu a vértebra porque caiu a sair da casa de banho a meio da noite. Agora fui dar com ele meio dentro e meio fora da cama, a preparar-se para lá ir sem cinta, sem apoio, sem nada!

Que Deus nos dê toda a paciência do mundo. De momento é só isto que peço: paciência.

Maria Helena

Disse-me, há cerca de dois meses, mais coisa menos coisa, que faria oitenta anos e que se iria embora. “Faço oitenta anos e morro”, eram as palavras exactas que usava.

Eu sorria, condescendente: “Ó Maria Helena! Que disparate! A gente sabe lá quando é que se vai embora! Não diga essas coisas.” Ela olhava-me nos olhos e afirmava: “Eu sei.”

E apesar do mau feitio apregoado por alguns, e das queixas típicas dessa idade em que o corpo já não acompanha o espírito, ela trazia uma lufada de ar fresco nas vestes coloridas, na força do olhar e na teimosia com que fincava a bengala no chão, zangada com a queda que nunca mais a deixou ser quem era, tão viva, tão enérgica, tão determinada a vencer.

Faz precisamente hoje um mês que completou os seus oitenta anos.

Ante-ontem, às quatro da tarde, cumpriu-se a sua certeza. Ontem despedi-me dela. Não a acompanharei  hoje mas sei que vou, durante muito tempo, estranhar-lhe a ausência. E nada no meu caminho, naquele que diariamente percorro, poderá substituir a sua imagem colorida e caprichada, de bengala na mão, a vir ao meu encontro. 

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Portugal


Se calhar já mudava de cor. É mais sangue do que esperança! O passado e o futuro que nunca há de chegar porque é já presente.

Estamos parados na esperança carregando o sangue derramado em glórias passadas!

Não me parece nada bem.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Van Der Graaf Generator – Man Erg


How can I be free? 
How can I get help? 
Am I really me? 

E é neste momento que a música muda e eu estremeço, tal como estremecia há mais de trinta anos quando os sonhos e as vontades eram tão extraordinários quanto os planos inexistentes.

Acabo de descobrir que obtive resposta a todas as perguntas que me atormentavam.

Seniores, haja paciência...

Precisar de ir ao banco e pensar que o melhor é chegar à hora da abertura para evitar perder um tempo considerável arriscando-nos a chegar atrasados onde quer que tenhamos de ir a seguir, é pura ilusão. Isso só acontece exactamente assim se, ao chegar, quando faltam precisamente três minutos para o dito abrir, não estiver já à porta, de ar seríssimo que com a vida não se brinca e cara de quem pouco dormiu porque a excitação não deixou – Amanhã é dia de ir ao banco, ena ena, clap clap, viva viva!..., um casal de idosos.

Alguém que me explique como é que pessoas que NÃO TÊM RIGOROSAMENTE NADA PARA FAZER, se vão prostrar à porta do banco para tratar de assuntos contratuais, que levam uma eternidade, ÀS OITO E MEIA DA MANHÃ! Às oito e meia da manhã!!!, empanando a vida de quem trabalha! Porquê, meu Deus?! Porquê?! Não dormem estas pessoas?! Não aproveitam o privilégio de terem um dia inteirinho por conta! Inteirinho!

Dá Deus nozes a quem não tem dentes, é o que é…

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Das crises, dos professores e dos lobbies

O nosso instinto de sobrevivência vai muito para além da sobrevivência, ou então foi este conceito que se alastrou à forma de vida…

Fechamo-nos perante qualquer ameaça ao status quo, e fazemo-lo, muitas vezes, disfarçadamente, como quem aceita as mudanças que são óbvias…

As novas tecnologias vieram revolucionar isto tudo. Mas antes delas já o comboio a vapor e a maquinaria tinham feito a mesma coisa. Afinal já deveríamos estar habituados a revoluções e mudanças, porque a única variável é o tempo – quanto mais recentes, mais depressa evoluem – o que é sinal que estamos cada vez mais espertos…(reparem que eu não disse: inteligentes).

Então o que fazem aqueles que se sentem ameaçados por elas? Aqueles cujos postos de trabalho ou prestígio se encontram em risco?

Reúnem-se todos e provam por A mais B que a sociedade não pode passar sem eles e, em vez de se “moldarem” ao que é novo, em vez de tentarem descobrir de que forma poderão contribuir para o todo, porque no fim é sempre o todo que interessa e não a parte, fecham-se em grupos e sugerem, cinicamente, novas regras que no fundo lhes permitam manter, se não aumentar, o prestígio e o poder.

Por exemplo (e é agora que vou ser crucificada), os professores sofrem uma crise de identidade, em grande parte devido ao advento das novas tecnologias de informação e comunicação que permitem, aos alunos e ao público em geral, o acesso a um conhecimento considerável, relegando o professor para o papel de mediador. Por outro lado, trata-se de uma profissão tão marcada por tradicionalismos que acredito não ser fácil a sua conversão…enfim, o que é que certos autores (que não vou aqui dizer o nome porque não me apetece) sugerem? Sugerem que se estabeleçam parcerias entre o Estado; as agências formadoras e as instituições contratantes (que é como quem diz, as escolas), de forma a “uma maior integração entre as instituições implicadas no desenvolvimento profissional dos professores”.

Sou eu que sou maldosa, não estou a perceber a coisa, sou mau carácter, ou isto soa a lobby? É que não vejo abertura aqui! Pelo contrário, vejo paredes, muros, futuras fortificações…

Beijos destes, não obrigada

Não sei o que é que me complica mais com os nervos…

(adoro esta expressão: complica-me com os nervos!, a minha mãe usava-a muito quando era mais nova, agora deixou de o fazer provavelmente porque os nervos também já não são o que eram…)

…se aqueles apertos de mão frouxos, moles mesmo, alguns até viscosos, inundados de suores frios e de desmaios constantes, ou aqueles beijos bico de pato de quem tem pressa de chegar não vá o outro fugir e então deixa-me lá mandar os beiços à frente. A imagem de dois lábios em forma de bico a sair meio metro antes de mim seja de que cara for, desaustina-me de tal maneira que só ainda não me desviei na hora H porque sou uma pessoa bem educada e estou à espera que me aconteça o mesmo que aconteceu à minha mãe – que os nervos se me acalmem.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Acordei com Fé

Não sei se foi o hino cantado com emoção, se uma certa espontaneidade de principiante, à mistura com aquilo que me pareceu ser uma genuína intenção de honestidade, trabalho e luta em prol deste país, mas o nosso recentemente eleito primeiro-ministro semeou alguma tranquilidade num coração que tem andado algo atormentado – o meu.

E, provavelmente a reboque, acordou o meu patriotismo adormecido e deu-me vontade de lutar, mais um bocadinho se é que isso é possível, por este canto. Assim, decidi que vou tomar todas as diligências para consumir maioritariamente produtos nacionais e só não o farei em caso de ausência total de oferta, pelo que, compatriotas, toca a produzir coisas para a gente comprar. De preferência bens essenciais, pelo menos para já…

(É claro que posso eventualmente estar ainda a sonhar e verificar  pela manhã que tudo não passa de um embuste, que a demissão, não de ânimo leve mas profissionalíssima, do demissionário, já estava programada desde que tudo isto começou, tipo - Está na altura certa para mudar as moscas, embora lá arranjar um gajo credível...

Enfim, vamos esperar que não.)

domingo, 5 de junho de 2011

Consequências

Não causa grande impacto a queda de um castelo de cartas ou o desmoronamento de uma construção de areia. Afinal cartas são cartas e areia é areia e só um cego ou um grande sonhador ficaria decepcionado com o seu fim.

Mas quando tudo indica que o castelo é de sólido material, com fortes alicerces. Quando tudo leva a crer que aquela é a construção ideal, a casa da nossa vida, o caso muda de figura…

Espera-se que para a derrubar só uma catástrofe daquelas mesmo grandes – um terramoto com tsunami à mistura; um tornado daqueles mesmo potentes, nada menos que isso.

Nada  menos  do  que  isso.

Que coração aguenta a queda de uma casa que acreditou do mais sólido que existe, quando ela cai com um simples mudar de brisa? – Olha sabes, ontem soprava daqui mas hoje acordei e passou a soprar dali…E tudo muda nesse instante!

É por essas e por outras que, devagarinho, há quem vá ficando assim como que empedernido, imune às entregas e aos amores. Como se a solidez que acreditou existir nas paredes da sua casa se instalasse, sem dar por isso, à volta do coração.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Banalidades

São muitas as coisas que me vão preocupando e sobre as quais vou evitando pensar e fingindo que não. Não que não existem mas que não me preocupam, porque de nada serve uma pessoa preocupar-se com coisas que não pode resolver ou consertar.

Não quer isto dizer que de vez em quando não fale delas, assim em tom de desabafo. E uma das coisas que me preocupa ou, vá lá, que me incomoda, é o espírito com que a maioria das pessoas vai votar ou, pelo menos, o espírito com que segue a propaganda eleitoral que, de ano para ano, mais se assemelha a um circo.

Ora depois de ouvir o Paulo Portas a salientar as diferenças entre partidos políticos e clubes de futebol…, exactamente, o Paulo Portas! para mim também foi uma surpresa…, fez-se-me luz e disse para comigo – Pois que isto é verdade! E é uma grande chatice! Então não querem vocês ver que esta gentinha anda toda atrás dos partidos, a agitar bandeiras, a gritar ao Deus dará, como se estivesse num estádio de futebol a apoiar a sua equipa favorita! Trata-se, portanto, de partidite, doença com sintomas muito aproximados da já conhecida clubite. E da mesma forma que não sabem o que se passa nos bastidores dos clubes pelos quais arrancam os cabelos; também não fazem a mínima ideia dos programas e intenções que estão por detrás dos partidos que apoiam!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Estranhas Nostalgias

De vez em quando sou atacada por uma nostalgia, não exactamente do passado, não aquela nostalgia que se sente quando uma voz dentro de nós diz muito baixinho – se pudesse voltar atrás…, antes uma nostalgia do presente que não é mas que podia ter sido; do presente que ainda bem que não foi porque houve vidas que se salvaram no meio dos destroços que fui semeando pelo caminho, cega no meu jovem egoísmo que sempre confundi, e por vezes ainda confundo, com vontade de “endireitar” o mundo. Nunca me conformei a não ser com inevitabilidades absolutas – não tive, não tenho, outro remédio. O meu amor foi-se espalhando por aí, pelas coisas, pelas crianças, pela vida, pelos seres, pelos filhos, pelos pais, pelos primos, pelas primas, pelas tias, vizinhas, amigos, amigas…por tantos que tenho dias em que sinto que está espalhado por todos, ainda que não de forma igual! Nunca de forma igual! Mas está, espalhado por aí, e não sobra, talvez nunca tenha sobrado, para um só.

São sempre as mulheres que escolhem. Os homens deixam-se escolher. É talvez mais fraco o seu amor… Talvez eu tenha amor de homem ou nunca tenha tido a sorte de me cruzar com a minha escolha mas, uma coisa é certa – eu nunca escolhi ninguém e, na verdade, nunca ninguém me escolheu a mim.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Os Loucos, o "Impossível", o Querer, o Poder e Fernando Pessoa

De vez em quando aparecem uns loucos que escrevem coisas e fazem filmes daqueles “impossíveis”, que dizem coisas “impossíveis”, esta expressão é da minha mãe, ela adora dizer isto: Coisas impossíveis!,  cobertos por aquela expressão pirosa que certos autores gostavam de usar: o manto diáfano da fantasia.

Pois eu gosto. Gosto de tudo quanto é fantasia e intrigo-me sempre onde raio é que as pessoas que escrevem essas coisas as vão buscar! Cada vez que oiço a palavra “impossível” dá-me vontade de rir porque começo logo a pensar na quantidade de “impossíveis” que ao longo da História se foram transformando em banalidades. E depois, não posso deixar de sentir sempre um certo respeito por essas pessoas que as imaginam porque, e mais uma vez a julgar pela História, me parecem sempre pessoas que vêem mais do que eu. Penso mesmo que deveríamos, todos, dar mais atenção a essas “fantasias” e ter sempre presente uma verdade inegável, é que “a mentira, para ser convincente, tem de ter sempre à mistura uns pozinhos de verdade”, e são esses pozinhos que eu me entretenho a tentar descobrir.

Já agora, na sequência desta onda de mistério, desejos e poderes, fiquem-se com Pessoa, o mais lúcido dos nossos loucos:

“Querer não é poder. Quem pôde, quis antes de poder só depois de poder. Quem quer nunca há-de poder, porque se perde em querer.”