Todos nós somos antagónicos. Todos procuramos, incessantemente, dentro e fora de nós. Todos somos múltiplos. Neste espaço, é a minha multiplicidade que se manifesta.
domingo, 31 de janeiro de 2010
Orgulhosa
sábado, 30 de janeiro de 2010
Despedidas
É transparente um coração de 77 anos quando se despede dum neto por um período demasiado longo, porque tudo o que ultrapasse uma ou duas semanas é já demasiado longo para um coração de 77 anos.
E as lágrimas soltam-se empurradas pelas batidas aceleradas pela dúvida – Será que o volto a ver? Será que ainda cá estarei quando voltar? - E as palavras que não são ditas estão lá, tão reais como a chuva, para quem as quiser ver.
Foi assim que o meu pai se despediu hoje do meu filho e todos os corações se apertaram, por um e por outro, que isto de viajar é muito bom para quem vai, porque para quem fica…
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Muito jeitoso!
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Partos dificeis
Não sou uma pessoa pessimista até porque acredito na força das palavras mesmo daquelas que não sendo ditas vagueiam pela mente sem forma física.
Acredito que a vida é aquilo que dela fazemos e que o segredo está na tranquilidade do controle que sobre ela exercemos, e «é aí que a porca torce o rabo».
Estou há meio ano à espera que o banco me diga se empresta ou não o dinheiro para a compra de uma casa que vi em Agosto, uma única vez, e já nem me lembro de que cor são as portas. A resposta veio a semana passada – é positiva. Estou desde aí à espera de a poder ver segunda vez! Nunca vi parto tão difícil!...
Diz que Deus escreve direito por linhas tortas e eu quero acreditar que tudo tem um propósito e que o objectivo joga sempre a nosso favor. Mas olho as notícias e tenho a sensação que regredi à Idade Média, não fora a televisão a recordar-me que não, que afinal estamos no século XXI.
Tenho momentos em que tudo me parece demasiado pequeno para ter importância. Poder-se-ia pensar que isso é bom, é uma forma de despreocupação e de entrega mas a insignificância das coisas arrasta consigo a pergunta: Para quê?! E se não se encontra uma resposta pronta a coisa complica-se porque os braços, mesmo contra vontade, tendem a baixar e as forças a esvaírem-se juntamente com o sentido que, afinal, tudo deve ter e me parece, nesses momentos, imperscrutável.
Entretanto ando há semanas a preparar-me para a partida do meu filho que me diz hoje que telemóvel não, é uma tentação demasiada cara, e que contacto só eventual a partir de um qualquer cibercafé que haverá, com certeza, por essa América do Sul….
Assim mudo de casa mais só do que nunca, excepto talvez quando estava casada porque a pior solidão é aquela que se sente na presença de alguém, e tudo está prestes a mudar, mais uma vez, na minha vida que não pára, o que me vale é provavelmente este coração que é forte, até quando pergunto eu…
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
À pessoa que decidiu enfiar uns quadrados de pedra no meio da relva
Espelho
Ganho e perco anos de um momento para o outro mas não deixo de me surpreender quando me olho ao espelho…
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Isto não está para distrações!...
Falha-se uma alínea e está tudo lixado. Lá temos nós de andar a mendigar favores, porque nos esquecemos de entregar o papel X dentro do prazo Y, sempre mal anunciado; falha-se a leitura das minúsculas e lá se vão as esperanças implantadas pelas maiúsculas.
Dois olhos não chegam para nos movimentarmos neste mundo, nem dois olhos nem dois ouvidos, Deus deveria ter tido em consideração a enorme capacidade de complicar das criaturas que criou e dever-nos-ia ter equipado com mais um olho a meio da testa e um outro na nuca que nos preparasse para os ataques traseiros. Por muito largas que sejam as costas, ele há ataques que não se aguentam.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Haiti
domingo, 17 de janeiro de 2010
Nunca Mais
Quando a dor o consome.
E o Nunca Mais dá o seu último suspiro na Primavera
Quando todas as flores despontam pr’á vida
E a dor, também ela, já morreu de velha.
«Nunca Mais», volta a dizer o ainda inocente
À nova dor que o acorda pr’á vida
E mais uma vez o Nunca Mais morrerá
Levando consigo um pouco mais
Desta inocência quase perdida.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Não desapareci...
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Das mulheres portuguesas
Mesmo assim continuam a receber salários inferiores aos dos homens.
As mulheres portuguesas têm poucos ou nenhuns filhos. Aquelas que os têm têm-nos tarde.
A população está a envelhecer em toda a Europa, inclusive em Portugal.
Mesmo assim o governo é capaz de aprovar a decisão da TAP de não pagar subsídios àquelas que estiveram de licença de parto.
Das duas uma, ou não sabem o que andam a fazer, ou estão a contar com os filhos dos emigrantes brasileiros, e não só, para rejuvenescer a população.
E se se perguntarem porque é que estou a escrever isto a esta hora, ou como é que eu tomei conhecimento deste facto. É que acabei de tomar o pequeno-almoço e é esse o momento em que aproveito para ver as notícias.