segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Dos EUA

Importamos tanta coisa dos Estados Unidos, cinema; música; hambúrgueres, algumas delas mais valia estarmos quietos... bem que podíamos importar duas que me parecem uma evolução positiva: Os votos trocados pelos noivos no casamento e o ritual dos funerais.

Nada como pôr os noivos a dizerem de sua justiça. Sim, porque uma coisa é o que o padre diz e que nem se sabe se o ouvem ou não, outra é aquilo que cada um dos implicados diz. Isto para não falar dos casamentos pelo civil, onde ninguém diz praticamente nada.
Ponham os noivos a falar, pode ser que adquiram mais consciência do compromisso que estão a assumir.

Quanto aos funerais, eu gostava de ouvir tudo o que têm para dizer as pessoas que me acompanharam na vida, e como na verdade ninguém sabe se os mortos ouvem ou não, é bonito jogar pelo seguro. Para além de ser uma oportunidade, a última, de dizer bem ou mal na presença da pessoa. Isto de se falar pelas costas, quando já não está lá o dito, não para se defender claro, mas pelo menos para testemunhar, não dá com nada.
Diga-se tudo o que há dizer, do defunto e perante o defunto, e depois calem-se todas as bocas.

Nunca mais lhe falo!...

Foram várias as vezes em que, ao longo da minha vida, ouvi esta frase de outras bocas – nunca mais lhe falo!

Nunca me tinha acontecido, na verdade sempre considerei tratar-se de uma atitude estúpida e infantil. Aconteceu-me agora.

Confesso que é uma sensação de perda, deixar de falar a alguém de quem sempre se gostou, ou pensou gostar, alguém que se conhece, ou pensa conhecer, desde sempre. É uma sensação de perda. Triste como são todas as sensações de perda.

Infelizmente o deixar-se ou não de falar a determinada pessoa não depende apenas de uma mas das duas. Pela parte que me toca prefiro muito mais o esclarecimento, a zanga, os gritos e as pazes que, quando a amizade é verdadeira, se lhes seguem. Mas nem toda a gente é assim e talvez eu nunca tenha deixado de falar a ninguém porque na verdade sou, não permissiva, mas compreensiva, prefiro este termo já que não permito mas compreendo e aceito, desde que tudo se esclareça e a verdade, seja ela qual for, seja reposta.

Não aceito que me mintam, que me ludibriem, que finjam comigo, principalmente se se trata de amigos de infância com quem partilhámos tanta coisa. Mas as pessoas crescem e nem sempre guardam o que seria de bom guardar. As pessoas crescem e tornam-se cínicas e eu tenho muita dificuldade em aceitar cinismos.

Enfim, a zanga foi pelo telefone, vivemos longe uma da outra, mas hoje cruzámo-nos, pela primeira vez depois da gritaria telefónica, cruzámo-nos e eu olhei, mas ela não olhou e eu segui caminho.

É pena. É pena que se desperdicem assim amizades, como se fossem fáceis, como se caíssem das árvores. Mas também, se calhar, só se desperdiçam aquelas que não existem e, sendo assim, sempre escusamos de desperdiçar o tempo que gastamos com elas…

As férias...

...acabaram ou estão a acabar, pelo menos para a maioria.
É assim que as praias vão passar a estar, pelo menos durante a semana onde só um ou outro sortudo pode ir, ou porque vive perto, ou porque não tem filhos e se pode dar ao luxo de fazer férias quando os outros já estão a trabalhar.
Para quem termina agora, desejo uma excelente rentrée, que tenham conseguido repor toda a melanina que o Inverno roubou, que se tenham cansado de tanto descanso para que o recomeço até nem soe assim tão mal apesar de, na verdade, o que se gostaria era não ter de...mas foi o mundo que criámos e quando assim não era também não havia férias já que o conceito só pode estar associado ao do trabalho tal como existe agora.
Para todos aqueles que quereriam estar a trabalhar e não podem porque não têm onde ou em quê, desejo, sinceramente, que uma solução lhes surja. Não desistam é o que posso dizer. Eu também não tenho emprego, tenho trabalho, e rezo para que tudo corra bem, melhor, muito melhor do que o ano passado. Não que tenha corrido mal mas não chegou...
É inevitável um certo mal-estar proveniente da incerteza e do medo, mas há que ter pensamentos positivos porque não há história de maus resultados onde a persistência e a vontade imperam.
Bom trabalho.

domingo, 30 de agosto de 2009

Pedro Santana Lopes


Por muito que ele tente, e não sei se o faz; por muito injusto que seja, e não sei se é, não consigo olhar para Pedro Santana Lopes e não ver essa imagem desgastada e ultrapassadíssima do Teddy Boy.
O homem até já cortou o cabelo, já não ostenta aquele cabelinho de jogador de futebol que alguns ainda conservam; nunca mais se ouviu falar das noitadas, das discotecas ou das mulheres, mas a imagem colou-se-lhe de tal maneira que quando o vejo, só vejo brilhantina, gastos loucos e boa vida.
E não gosto. Não gosto de não ser capaz de olhar seja quem for como se fosse a primeira vez, não gosto de ficar com imagens "coladas" aos olhos quando acredito que as pessoas mudam, porque mudam, seja lá isso o que for, o facto é que ninguém se conserva estático a não ser que tenha uma incapacidade gravíssima de ser tocado pela vida.
E ele também mudou, com certeza.
Fui aqui espreitar de que forma poderá, essa mudança, ter ocorrido.
Já não vejo o Teddy Boy, vejo mais um político que não diz absolutamente nada a não ser mal dos outros, ou bem. Um político que não fala de si, não expõe as suas ideias, não propõe soluções. Limita-se, pelo que li e o blog é dele pelo que pode lá escrever o que muito bem lhe aprouver, a "cuspir para o ar", a "atirar o barro à parede", para usar uma técnica de frases feitas que me parece ir ao encontro da forma deste político se manifestar. Fala fundamentalmente dos outros, tal como eu estou a fazer neste momento, mas eu não sou política! Ele sim, E de um político esperam-se soluções, ideias, projectos.
Quais são os seus, senhor Pedro Santana Lopes?

sábado, 29 de agosto de 2009

Sob o sol do Alentejo

Depois de um dia de viagem por terras alentejanas, com muito calor e muito carinho de familiares que não via há algum tempo, aqui ficam três testemunhos de uma obra verdadeiramente original. Foi feita para homenagear os bombeiros da vila, com aquilo que parece ser ferro velho.





O ponto alto da viagem de regresso foi o painel luminoso que, no final da autoestrada, avisa os já cansados condutores que este mês de Agosto já conta com 90 mortes e...Se Bebeu Não Conduza!
Se calhar é capaz de ser melhor mudarem o dito para o início da viagem, não?

Da Qualidade de Vida

Não há muito tempo esta menina perguntava no seu blog, quem somos? quem, realmente, somos?

Hoje uma outra pergunta me ocorreu para juntar a esta – O que é, para cada um de nós, qualidade de vida?

Relativamente à primeira pergunta, deixo aqui algo semelhante ao que deixei na janela de comentários da Miss Kin – Somos tudo aquilo que vive escondido debaixo da nossa hereditariedade, da nossa educação e da nossa cultura. E acrescento - mesmo que sejamos, e somos também, o conjunto de tudo isso, a nossa essência, a nossa singularidade, reside aí e, para a descobrirmos, teremos de ser capazes de dissecar uma por uma e cada uma destas influências que nos mascaram, ainda que nos componham.

Não digo que nos desfaçamos delas, evidentemente. São preciosas, fazem parte de nós, também. O que digo é que se nos queremos descobrir, não existe outra forma de o fazer.

Quanto à segunda pergunta, sendo mais comum de tão alardeada por todos aqueles que se rogam o direito de a vender, à qualidade de vida entenda-se, a resposta parece mais fácil e até muito mais óbvia do que a primeira. No entanto, se pensarmos bem na primeira, chegaremos à conclusão que a segunda é tão particular quanto ela.

Senão vejamos – quem é que nos garante que o sucesso, a riqueza e a saúde são sinónimos universais de qualidade de vida?, quem é que nos garante que uma vida simples, remediada e humilde não é, para muita gente, uma vida de qualidade?

O que seria a qualidade de vida para um cego? Poder encontrar, escritos em Braille, todos os livros que quisesse? Seguramente que isso melhoraria a sua qualidade de vida, mas isso só e apenas se ele gostasse de ler.

E para um paraplégico? Poder circular por todo o lado com a sua cadeira de rodas? E se ele nem sequer gostar de sair de casa?

Eu já vivi no Algarve, em condições privilegiadas. Para qualquer olhar menos atento, eu tinha uma excelente qualidade de vida. Isto sim é vida, ouvi de muitas bocas. Não fui feliz.

A qualidade de vida passa por ver satisfeitas todas ou a maior parte das nossas necessidades particulares, não das básicas, não das elementares, mas das particulares. Necessidades que só conheceremos quando conhecermos a nossa particularidade.

Ao Governo cumpre zelar para que as nossas necessidades básicas sejam, o mais possível, satisfeitas; a nós cumpre-nos lutar para melhorar, todos os dias, a nossa qualidade de vida.

E como dizia o saudoso Solnado – Façam o favor de ser felizes.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

American Idol
















Devo ter visto isto para aí uma vez na vida. Hoje dispus-me a ver outra vez e pergunto-me o que é que aquele júri está ali a fazer! Mas que palhaçada! Parecem discos riscados! Repetem-se, concorrente atrás de concorrente, como se fossem todos iguais, os concorrentes, claro! A opinião deles não varia! O primeiro diz mal dos arranjos, invariavelmente; as outras duas gostam sempre muito porque lhes toca a alma e o último nunca gosta de nada, para ele as actuações raramente estão acima de medíocres!
Os concorrentes cantam todos músicas do tempo da Maria Caxuxa e pronto, está montado o circo.

Que palhaçada! Não fossem os concorrentes que até cantam e seria mesmo um circo...

* Aqui na foto falta a Paula Abdul que também lá está hoje.

Os ignorados ignorantes

Acabei de ouvir esta bela dissertação numa esplanada de café:

4 jovens; dizia um:

- Epá estas miúdas de 16 anos pá!...Vão na conversa de gajas de 21! Com de-za-sseis anos! Mete mais cocaína do que eu! Eu! Com os meus 26! Tá bem que não é bom, mas eu com 26 já sei o que faço! Agora uma miúda de 16?!...


E nesta bruta ignorância se vão enganando os brutos ignorantes...
Informação precisa-se!
Não digo mais nada porque considero a droga O flagelo, a droga, e não a Sida ou a gripe A, e a revolta pela sua existência é tanta que fico incapacitada para agir ou até pensar em soluções, a não ser talvez numa bomba que os mate a todos, a esses que dela e com ela fazem fortunas.

A solidariedade, ou a falta dela...

O que leva pessoas que têm estabelecimentos comerciais a negar a divulgação de folhetos de quem anda a lutar pela vida, é uma questão que me transcende.

Será maldade? egoísmo? medo? pedantismo? Será o exercício tão querido e raro do Poder?, aqui quem manda sou eu!? Será tudo isso, ou qualquer outra coisa que me escapa?

E não são dois ou três! São muitos! Muitos os comerciantes dos mais variados ramos que recusam a colocação de folhetos em cima do balcão ou noutro sítio qualquer.

Lembro-me sempre daquela história do pai que tem sete filhos e está a morrer. No leito de morte chama os filhos todos e fá-los prometer que se manterão sempre unidos; mostra-lhes um molho de finas vergas e desafia-os a quebrá-lo, nenhum consegue; em seguida desfaz o molho e quebra as vergas, uma a uma. Mas isto eram histórias que se contavam dantes às criancinhas. Agora, valores “mais altos” se levantam e já ninguém conhece histórias destas.

Porque é que cada estabelecimento comercial não dispõe de um quadro e/ou de uma bancada para receber a propaganda de quem não tem recursos para recorrer a outras vias, é a pergunta que aqui deixo.

Se o medo que têm é da concorrência, olhem pelo menos para os folhetos e verifiquem que podem ser pares e não concorrentes.

Isolem-se e sucumbirão, tal como as frágeis varas que todos, quando isolados, somos.

Para todos aqueles que dizem que sim, porque nem capazes são de dizer não, e que se desfazem deles mal se vira as costas, tudo o que lhes desejo é que uma praga de traças os ataque durante a noite por via dos papéis jogados no lixo. Tenho dito.

Das acções

Qualquer acção desempenhada por dever, obrigação, imposição ou repetição, é uma acção sem alma, logo é uma acção falsa que torna falsos todos os seus objectivos. O papagaio, quando repete os disparates que o dono lhe ensinou, não faz a mínima ideia do que está a dizer, é por isso que ninguém liga nenhuma ao que diz o papagaio.
Há muitos anos alguém me disse que os alimentos devem ser mastigados cem vezes para que o organismo os assimile devidamente, para que não engordem, para que a digestão se faça de uma forma correcta e inócua. Tentei várias vezes e a única coisa que consegui foi cansar os maxilares e alguma ansiedade provocada pela sensação de perda de tempo. Só recentemente compreendi que pouco interessa se são cem, cinquenta ou duzentas as vezes que se mastiga um alimento, o que na verdade interessa é que, ao fazê-lo, o saboreemos de forma a que a sua alma se misture com a nossa e que ele passe a fazer parte integrante de nós ainda antes de descer ao estômago.
Compreender a alma das coisas é compreender todos os porquês. É dar sentido aos nossos actos. É criar objectivos sólidos e válidos, que na verdade nos ajudam e nos aliviam a carga que a vida tende a depositar em todos os ombros.
Se em vez de darmos ordens às crianças lhes mostrássemos a alma de todas as coisas, provavelmente formaríamos adultos mais responsáveis, mais autónomos, mais válidos e mais humanos.
Mas quem é que tem tempo para isso?! Pior, quem é que está preparado para isso?!...

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Apartamento na Aldeia do Meco

Um dos meus amigos mais queridos está a vender um apartamento que tem no Meco e pediu-me para divulgar essa sua pretensão.

Eu por mim não o faria porque se ele vende o apartamento lá se vão umas tardes e noites bem passadas naquela varanda, a beber e a comer que já tenho saudades das patuscadas com som de viola à mistura e vozes que não lembram a Cristo, algumas, porque outras...enfim, são quase profissionais...e outras ainda, como a dele que é músico, são profissionais MESMO.

Foram muito bons os momentos que aqui passámos todos. Mas ele quer vender. Não há nada a fazer. Aqui ficam os dados e as fotos e tudo e tudo...

A gripe A e o Ranking Mundial














Mais uma vez estamos em último lugar no ranking mundial!

Então já temos mais de 2000 infectados com gripe A e ainda ninguém morreu?!

Até o Brasil já nos passou à frente!

Embora lá dizer mal dos nossos médicos e da Ministra da Saúde.