segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Frio


Está oficalmente aberta a época.

Para o que eu havia de estar guardada!!!...

Acabei de saber que afinal a minha nota a Estatística não foi 16,5 mas sim 17,5!!
A professora decidiu tirar um valor (roubar talvez seja uma expressão mais apropriada) a toda a gente pelo mau comportamento da turma!!
Fiquei a olhar para ela como se de repente alguém me tivesse transportado para outra dimensão. E mais não digo...

Faz hoje um ano...

... que coloquei aqui aquele a que entendi chamar o meu primeiro texto de entrada na blogosfera. Digo «aquele que entendi chamar» porque se quiserem verificar existem dois antes dele, postados dois dias antes, aos quais dei o nome de tímidos ensaios.
Portanto, o Antagonices faz hoje um ano e, se fosse uma criança, poder-se-ia dizer que uma vez que sobreviveu ao seu primeiro ano, provavelmente terá uma vida longa mas, nunca se sabe…
Não posso negar, nem quero, o prazer que me tem dado este meu cantinho. E poderia até dizer - com ou sem leitores, é o meu espaço de liberdade onde posso escrever o que me dá na real gana. Poderia, se isso fosse verdade, mas não é. É apenas uma ilusão de verdade. Uma ilusão maior ainda do que quando se escreve um livro porque, esse, enquanto o escrevemos, não sabemos se vai ou não ser publicado e, mesmo assim, custa perder o medo, soltar as palavras… Aqui escreve-se para isso, para publicar, e ainda que os leitores sejam escassos sabe-se que de um momento para o outro podem deixar de o ser. Aqui a consciência da exposição é permanente, logo não vale a pena dizer que o que escrevo é para mim porque se quisesse escrever só para mim escrevia num diário, ou num dos blocos que me acompanham e onde vou depositando, aí sim, o que me vem à cabeça e mais além e depois decido se mais alguém lê ou não.
Aqui, escrevo para mim e para todos aqueles que têm a gentileza de cá vir espreitar diariamente. A esses a minha gratidão porque sem eles este cantinho faria muito menos sentido e eu, provavelmente, já teria desistido. Não são muitos mas são bons e eu espero continuar a ter alguma capacidade de comunicação para que continuem a passar por cá, apesar de saber que ultimamente me tem sido mais difícil manter o ritmo mas isto é mesmo assim, não se consegue fazer tudo. Mas tenta-se. Tenta-se.
Um Muito Obrigada a todos vós que aqui vêm e que me lêem.

sábado, 28 de novembro de 2009

O Santo


Aquele polícia é mesmo tótó!...

Dos donativos e afins

Para qualquer lado que se vá, são mãos estendidas! Vivemos no país da pedinchice.
Gente nos semáforos a exibir a perna mais curta, jovens ainda mas já de mão estendida; gente nas esquinas, deitada em cartões… mas não é esta a pobreza que mais me preocupa, esta é a que me incomoda porque quer eu queira quer não, fico sempre com aquela sensação de ser gente onde abunda mais a miséria moral do que a material, gente para quem é mais fácil andar de mão estendida, gente que não quer trabalhar.
A pobreza que mais preocupa é esta nova pobreza que anda para aí escondida, de desempregados que deixaram de ter dinheiro para comer, de gente que não é velha ainda e já não é nova e que sempre teve um emprego e que agora não sabe o que fazer. Gente que vai, de mansinho e pela calada, buscar mantimentos a Alcântara, ao Banco Alimentar Contra a Fome.
E volto ao princípio deste texto – este é mais um fim-de-semana para os voluntários recolherem alimentos, a eles juntaram-se também as Amigas do Peito, grupo que recolhe fundos para que as mulheres pobres que sofrem de cancro da mama e que são operadas em Stª Maria possam dispor de compressas; cabeleiras e outros «extras» que o Governo, através do Ministério da Saúde, não providencia.
Onde quer que se vá, e há algum tempo atrás estavam apenas nas grandes superfícies, eles lá estão, os voluntários, de mão estendida.
Irritei-me. Como tantos outros se irritam. Mas será que tenho legitimidade para o fazer? Se o Governo não providencia, não teremos nós, todos nós, obrigação de ajudar? Se os impostos que se pagam não chegam a esta gente; se o país em que vivemos compreende a pobreza, não caberá a todos aqueles que ainda não precisam, e digo AINDA porque ninguém sabe o dia de amanhã, a obrigação de contribuir, com pouco que seja, para que este flagelo, porque de flagelo se trata quando quem precisa não tem, diminua? O que é que custa repartir o que se tem? Quanto gastamos nós em coisas que na verdade não nos fazem falta? E, sendo assim, porque é que são sempre os mesmos a dar? Mais curioso ainda – são geralmente aqueles que estão mais perto dos que não têm que dão! Sei-o porque já lá andei de saco na mão. São os que estão mais perto!
Pois àqueles que se julgam mais longe deixo aqui dito, mais uma vez, que ninguém sabe o dia de amanhã. E que, se todos, digo TODOS, contribuíssemos com pouco que fosse, muitos, e digo MUITOS, não estariam na situação em que estão.
Lembrem-se que o Mundo é redondo e gira e, por favor, lembrem-se ainda que quando caímos, para nos podermos levantar, precisamos de alguém que nos dê uma mão. Ninguém se levanta sozinho.

Felisbela Lopes


Ao sábado de manhã a RTP1 tem esta menina que descodifica, esclarece e repõe algumas das verdades dos jornais nacionais.
Ela é clara e directa; tem ética profissional e a graça da elegância.
Hoje entendeu que deveria tapar uma fotografia do secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, o juiz-conselheiro Mário Mendes, a ser transportado para o hospital em sequência do acidente que sofreu esta noite em Lisboa. Diz ela que se trata de uma foto privada que nenhum de nós tem o direito de ver.
Esclareceu-nos também sobre as novas medidas do Governo, ditadas pela oposição, que tendo sido dadas por alguma empresa escrita como medidas já aprovadas, não o são.
Well done Felisbela!


Frustração é...


ter uma Lua gigante à varanda e não ter máquina capaz de a fotografar.

Reencontros

Reencontrar pessoas que não via há 40 anos, e reconhecê-las, e gostar de as ver, e ficar feliz pelo seu sorriso e triste pelas suas tristezas...é maravilhoso!
Talvez estejamos todos irremediavelmente ligados.
E talvez só nos apercebamos realmente disso com o passar dos anos...

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Vai uma sessãozinha de karaoke?

Um amigo enviou-me estes senhores por mail e eu não resisti a trazê-los para aqui.

Não quero saber de desgraças

Detesto desgraças; não tenho feitio para o diz que disse; não posso com alarmismos e não possuo aquilo que ao que parece muita gente tem - curiosidade mórbida por acontecimentos catastróficos.
Não quero saber de boatos, dêem-me factos e comprovados de preferência, ou bem fundamentados. Quando a minha disposição estiver virada para o terror, coisa que nunca ou muito raramente está, vejo um filme do género e quando me apetecer que a minha mente se deixe invadir por boatos, ligo a televisão e vejo as notícias. Assim como assim sempre fico a par de meias verdades.

Neste mundo...

... há basicamente 3 tipos de pessoas – os que falam; os que agem e os que falam e agem.
Os primeiros são geralmente gente preguiçosa que vai libertando pelas palavras a culpa, que nem sabe que sente, do não agir.
Os segundos, dizem o essencial e agem. São dinâmicos; voluntariosos. Andam sempre tão ocupados que têm pouco tempo para pensar e por isso falam pouco. São aqueles que estão sempre lá quando é preciso.
Os terceiros…bem, desses há poucos… o que dificulta bastante a sua caracterização. Mas parece-me que devem ser bons gestores, pelo menos do tempo...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Por mais que tente...

...não consigo compreender porque é que se tem um cão grande fechado num apartamento quando o animal não faz mais nada senão ladrar e uivar, de noite, de dia, a toda a hora, só chora o pobre do bicho! Comprem piriquitos; peixes; gatos; tartarugas; hamsters (nem sei se isto leva h ou não!), já não posso ouvir o bicho!
Que raio de egoísmo é este?! São estas as pessoas que dizem que gostam de animais?! Um bicho que precisa de correr, passa os dias e as noites fechado! Sempre gostava de saber o que é que estes donos sentiriam se os fechassem num cubículo e só os levassem à rua uma ou duas vezes por dia durante cinco minutos. Deus queira que sonhem com isso hoje, pode ser que acordem angustiados.

Sugestão

Esperam-me 4; 5 ou 6 dias de trabalho árduo. São cerca de 400 páginas sobre ensino à distância.
Já agora, para quem se interessa por estas questões do ensino é capaz de ser um bom presente de Natal.
Trata-se de uma compilação de vários artigos de vários autores, da responsabilidade de Guilhermina Lobato Miranda, que aborda questões muito interessantes relacionadas com o ensino, não só à distância mas misto também e, se formos a ver bem, todo o ensino tende a ser mais ou menos misto (vejam-se os Magalhães...) já que a Internet é uma ferramenta usada por todos, e mesmo aqueles que não têm um propósito específico, aprendem com ela. A edição é da Relógio d’Água Editores e há-de sair antes do Natal. Assim eu acabe depressa a revisão… e não, não ganho qualquer tipo de comissão sobre as vendas.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Está tudo explicado...

Seguindo o conselho deste meu amigo fui ver que música é que estava na berra no dia em que nasci. Olhem o que saiu:



Mexer-me para quê se basta sonhar?!...
Agora percebo contra que é que tenho andado a lutar toda a vida - contra esta crença de que basta sonhar! Sim, porque é muito importante o ambiente em que se nasce!... E medonhos que eles são! Medonhos! Vai-se a ver e foi isso que me assustou! Quem é que aguenta exemplares desta envergadura?!

Cliquem aqui.

Vocês já tinham ouvido isto?

Pois que eu ouvi pela primeira vez na Rádio Marginal e gostei. Aqui fica.


Ufa!

Está um tempo levado da breca ( há que tempos que me anda a apetecer usar esta expressão) !
Vinha pela estrada a pensar se sou só eu que uso o limpa-pára-brisas traseiro! É que não vejo carro nenhum com aquilo a trabalhar! Só o meu é uma animação, tudo mexe!
Será que não chove nos vidros traseiros dos outros carros?!

Estatística

16,5 no meu primeiro teste! O de Estatística. Nada mau.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Da vida

Sempre que a minha vida muda passo por um período de quase pânico.
Mas depois tudo se ajusta, tudo se faz, tudo se consegue. Ou quase tudo.
As coisas de que prescindo vão-se esmorecendo no tempo até serem quase sombras, meras recordações. Aquelas que tomam o seu lugar tornam-se vivas companheiras de percurso. E tudo se acalma, tudo existe e é.
A vida retoma naturalmente o seu ritmo. E eu nela, adaptada.

Alienações


O trabalho físico aliena-me. Há alturas em que é a única forma de descansar um bocado a cabeça. Por isso hoje, depois de jantar, vou agarrar-me ao ferro.
Agarrar-me ao ferro em frente à televisão...

Únicos

Queremos todos ser Únicos. A chatice é que não podemos todos ser Únicos para toda a gente.
Por isso meus caros professores, vocês são únicos para mim, só que são únicos todos ao mesmo tempo...

Crise!

Até eu que não percebo nada de economia...bom, quase nada… sei que a forma de recuperar seja o que for, empresa, casa ou país, é reduzir despesas, e esse é o primeiro passo, e depois fazer de tudo para aumentar a produção. A produção! Não as receitas. Porque para aumentar receitas basta aumentar preços, impostos, ou então roubar, o que numa grande parte dos casos vai dar no mesmo…
Agora vem este senhor dizer que os aumentos salariais têm de diminuir, pergunto-me se o dele estará incluído, e que os impostos têm de subir. Quer isto dizer que são sempre os mesmos a pagar as crises?! Isto começa a ficar um bocadinho cansativo…

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

À noite...

...não presto para nada. De manhã peçam-me tudo que eu acedo com um entusiasmo de adolescente, mas à noite... sou daquelas pessoas que se a festa for nocturna é bom que seja a um dia feriado para eu poder dormir a sesta, ficar de molho na banheira e arranjar-me como se fosse de manhã.
Mesmo assim insisto em sentar-me para trabalhar depois do jantar e só quando começo a ficar hipnotizada com as letras e a sentir os membros a abandonarem-me devagarinho, é que me lembro que o melhor é ir dormir e deixar o trabalho para a madrugada, que é quando estou mesmo mesmo acordada. Porque ainda que me custe o acordar, assim que ultrapasso essa primeira dificuldade estou pronta para mais um dia.
Vou mas é dormir...

Verdades


Não há volta a dar - quando as coisas nos saem do pêlo, estimamo-las mais.

Sejam elas feitas de matéria ou de acção, a estima que lhes temos é directamente proporcional ao valor que lhes atribuímos e esse, está irremediavelmente ligado ao esforço que a coisa nos exigiu.

domingo, 22 de novembro de 2009

Ditos...

Há muitos anos, alguém que acabou por ter um papel preponderante na minha vida, dizia-me à laia de recado, tipo aquelas coisas que se dizem quando queremos qualquer coisa..., que a vida não é de escolhos, é de escolhas. Dizia e dizia muito bem, porque é verdade, a vida é de escolhas. Mas também é de alguns escolhos. De resto nem conheço uma única escolha que não traga agarrado um ou outro escolho. Deve ser a tal história do «nada é perfeito». Mesmo quando parece que sim...
A mim chateia-me! Chateia-me este tropeçar pontual nos escolhos das escolhas que faço.

Resultado


Revisões - 1
Trabalho para a Faculdade - 0

Querido S. Pedro


Um grande grande AMÉM para ti!

sábado, 21 de novembro de 2009

Quem é que se lembra disto?

Pedido especial

Querido S. Pedro,

Agora que já me lavaste o carro, dava-me imenso jeito que me secasses a roupa.

Agradecida

A.

Parabéns meu pai

Foi ele que me pegou o bichinho dos livros. A minha mãe queixava-se que ele gastava demasiado em livros, mas era a sua paixão. Estava sempre a ler qualquer coisa e acreditava que eram eles, os livros, a fonte de todos os saberes, a fuga que vai ao encontro de todas as realidades.
Faz hoje 77 anos e há já muitos que as suas leituras são escassas e muito muito difíceis. Aos 42 um AVC privou-o para sempre do uso da mão direita; dificultou-lhe o caminhar ; prendeu-lhe a fala e roubou-lhe as palavras. Essas mesmas de que ele tanto gostava.
Faz hoje 77 anos e sorri com facilidade. Não precisa de quase nada, a não ser da nossa companhia, do nosso amor. Por isso é sempre tão difícil saber o que comprar sem recorrer à ajuda da mulher que o acompanha, noite e dia, há tantos anos. É sempre ela, a minha mãe, que sabe o que lhe faz falta, o que lhe daria mais jeito…
Espero que goste da prenda que lhe levamos, é quentinha e elegante. É disso que precisa para se manter por cá para mais uns bons anos de sorrisos e abraços.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Memórias

Quando eu era miúda havia muitas histórias, passadas na velha Inglaterra, em que as crianças eram exploradas e mal tratadas em colégios internos. Lembro-me do David Copperfield e da Princesinha, que fazia parte da Colecção Azul duma editora que não sei o nome. Lembro-me bem das capas desses livros, lembro-me d' O Jardim Encantado... Posso não me lembrar de todos os títulos, mas lembro-me das histórias, li-as todas. Acabavam todas bem. Os maus eram castigados e as crianças compensadas pelos maus momentos por que tinham passado. Eram histórias de príncipes e de princesas que nasciam em berços de ouro mas que perdiam tudo, ou porque ficavam órfãs ou porque eram abandonadas. Sem dinheiro ou quem pagasse a sua educação, eram postas a trabalhar como adultos, andavam ao frio e ao vento, passavam fome e sofriam castigos mas, apesar dos maus tratos, nunca perdiam a capacidade de sonhar nem a bondade da alma e por isso eram recompensadas no fim, tal como eram castigados aqueles que delas tinham abusado.
Hoje, por mero acaso, parei no Hollywood e A Princesinha estava em cena. Nem sabia que tinham feito um filme! Dei por mim a antecipar, passados todos estes anos, o nome das crianças e a entusiasmar-me com o castigo daquela velha bruxa que acabou a limpar chaminés tal como merecia. A Sara, a Emengarda e a Bechy ficaram gravadas na minha memória.
Não sei até que ponto terei sido influenciada por elas, mas sei que nunca perdi a minha capacidade de sonhar tal como nunca deixei de acreditar que os maus hão-de ser castigados e os bons recompensados. No fundo, cá muito no fundo e apesar de muitas vezes duvidar dessa verdade, não sou capaz de deixar de sentir que quem é mau pagará por isso e o seu fim será doloroso, solitário e muito muito triste.

Um grande BEM HAJA



Ao senhor guarda que hoje me poupou uma grande dor de cabeça - que a vida lhe sorria sempre e que a sorte nunca o abandone.

Incapacidades

Tenho vários defeitos, tal como tenho várias virtudes evidentemente, mas de todos, aquele que mais directamente me incomoda, porque o considero ofensivo, é esta incapacidade lastimável para receber elogios. Fico sem jeito, engasgada, sem saber o que dizer, e acabo sempre por dizer o mais inconveniente que é a manifestação da minimização da coisa.
Esse seu casaco é lindo!, dizia-me hoje a professora de História, uma mulher de quem gostei desde o primeiro dia, até porque me lembra bastante uma amiga muito querida. E eu? O que é que respondi?! Pois que a primeira coisa que me veio à cabeça nesse momento de atrapalhação – é velho!
É velho?!... Realmente somos bichos estranhos!
Tenho feito todos os possíveis por ir, ao longo da minha vida, limando arestas que me incomodem naquilo que é, ou porque sempre foi ou porque passou a ser em momentos que nem sempre identifico, a minha personalidade. Esta é uma tão afiada, mas tão afiada, que não consigo dar cabo dela e que me tem perseguido sem eu lhe determinar a origem. Passo por mal educada, por mal agradecida e tudo piora porque imediatamente a seguir de proferir as palavras erradas, tenho consciência disso, fico ainda mais atrapalhada e «fujo» o mais elegantemente possível, se é que há elegância que colmate os disparates que disse.
Enfim…incapacidades…

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Dos medos




Os medos são, na sua maioria, fruto de imaginações férteis. A nossa cabeça põe-se a imaginar as maiores desgraças e lá andamos nós a olhar por cima do ombro ou mesmo para o céu com medo que ele nos caia em cima.


Mas de todos os medos que já vi, ter medo de comer ovas de peixe porque se imagina que por um qualquer fenómeno somos uma espécie de incubadora e elas eclodirão dentro de nós transformando-nos num aquário vivo! Esse, eu nunca tinha visto!...


Quem sofre deste pavor, não só nunca as provou como a primeira coisa que faz sempre que um peixe inteiro se acomoda no seu prato, é abrir-lhe a barriga não vá o animal estar grávido e aquilo pegar-se...


Para cúmulo de tudo isto, se pensarmos que se trata de alguém que prescindiu da carne como alimento e que, por isso, só come peixe, poderemos imaginar o desassossego no seu estádio quase perfeito...
O mais curioso é que esta pessoa come ovos de galinha! em forma de omeletes! será que nunca lhe passou pela cabeça que um dia pode comer um ovo já galado! É que isso sim, isso pode constituir um verdadeiro perigo! É que os peixes, se nascerem, têm por onde sair...agora um pinto!...já me parece um exercício bem mais complicado...

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Frustrações

Fui à cerimónia de abertura do ano académico na aula magna da UL e quando me preparava para fazer uma reportagem fotográfica daquelas que ambiciono mas nunca lá chego, no momento em que aponto a câmara para o palco, a máquina piscou a derradeira luz azul como que a dizer - estou sem bateria! Agora, como é que uma máquina que raramente sai da mala, fica sem bateria, é para mim um enigma. Mas a maior lástima foi não poder fotografar o senhor que andava lá com um chapéu feito de abajour! Isso sim, foi uma lástima!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Foi longo, o dia de hoje

Lá me despedi mais uma vez. Há anos que a nossa vida é feita de abraços e despedidas. Que bom serem temporárias...
Para o mês que vem estarão de volta.
Contam-se pelos dedos os Natais que passámos juntos nos últimos trinta anos. Este será especial.
Hoje estive vai não vai para comprar um bilhete de última hora e deixar-me ir com ele de avião... fiquei-me pela vontade e pela certeza de o poder fazer se quisesse.
Às vezes basta saber que se pode e dizer, hoje não que não dá jeito. Amanhã, talvez...

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Previsões

Amanhã espera-me um dia bem comprido, tenho de estar com o mano no aeroporto às 6:30 da manhã e depois sigo para a Faculdade, vou passar pelas brasas dentro do carro estou mesmo a ver, ainda que vá prevenida com uma pasta cheia de coisas para ir pondo em dia, porque é o que eu faço - vou pondo as coisas em dia já que não o posso fazer de uma assentada, nem de duas enfim...
Preciso de ir ao cabeleireiro, ainda tentei convencer a menina para me atender entre aulas pela manhã, mas ela não foi na conversa diz que não senhora só sábado. Com o meu sentido de oportunidade ainda chego a sábado com trabalho suficiente para ter de desmarcar outra vez o corte do cabelo que, com esta humidade, refina ainda mais os caracóis que saltam da cabeça como se não houvesse amanhã e fosse já hoje a prometida viagem ao céu.
Com a quantidade de coisas que tenho para fazer e sem hipótese de descontrair um bocadinho, sim, porque sempre se descontrai um bocado na cadeira do cabeleireiro, devo chegar à noite mais morta do que viva.
Logo se verá...vou ver se durmo.

Meio-balanço

O teste não me correu nada mal. Respondi a tudo, ainda que não saiba se bem se mal...
Ao ler por aqui as actualizações do dia pareceu-me que, à excepção de uma sobrevivente que acordou bem disposta, o resto do pessoal chora o facto de ser 2ª Feira, de estar a chover, de não ser rico para estar nas Maldivas, também eu queria..., enfim, o dia está realmente cinzento, muito cinzento, mas não se pode dizer que tenha começado mal. Vamos lá alegrar isto para a semana correr bem...


domingo, 15 de novembro de 2009

Antes assim...

Robert Enke

A homenagem prestada a Robert Enke no estádio de Hanover foi uma pública tomada de consciência da responsabilidade que cabe a todos nós perante aqueles que nos rodeiam.
Quantas vezes nos cruzamos convivemos e partilhamos vidas e tarefas, com outros nós, sem que os vejamos, sem que lhes dêmos a devida atenção. E assim se vão alguns definhando e partindo sem nos apercebermos senão quando já é tarde de mais.
Não se ouve falar muito de suicídio, não é já muito comum em personalidades públicas, há algum tempo atrás era, entre escritores e artistas, mas nem por isso deixa de ser uma realidade. Em certas zonas deste país o que é raro é encontrarmos uma família que não tenha tido pelo menos um suicida.
A mim deixa-me triste porque é uma desistência e creio que é preciso estar muito muito sozinho para tomar uma decisão tão drástica. Se calhar vale a pena lembrarmo-nos de olhar, de vez em quando, para o lado. Há sempre alguém a precisar que outro alguém olhe, e veja.
Já dizia a canção - «Vocês sabem lá!, a saudade de alguém que está perto…»


Angola

Esta imagem é de um bairro de Luanda - Bidonville.
Os maiores clientes de produtos de luxo, nas nossas lojas, são angolanos que vêm em aviões fretados muitas vezes com o único propósito de vir às compras. Os nossos comerciantes agradecem, e os espanhóis também já que a maior parte das «nossas» lojas, são deles. Eu, se fosse angolana, creio que teria algum pudor em vir aqui gastar o meu dinheiro em produtos de luxo mas, assim como assim, quem não tem pudor na forma como o obtém, também não tem motivos para o ter na forma como o gasta...
Será que eles, a «meia-dúzia» que pode, vão passear por Luanda exibindo os luxos que levam daqui?!
E amanhã é dia de teste. E eu ando às voltas com a Estatística...

É o que me apetece...

...em dias assim, cinzentos, invernais, quando se sente a casa como um refúgio.


sábado, 14 de novembro de 2009

Projectos


Assim que ficar rica passo a hibernar. Poucos me porão a vista em cima durante o Inverno.

FDS!!!!!!!!!!

Há dias em que o que me apetece é atirar o computador pela janela, mandar o modem à mãe e enfiar o rooter pela sanita abaixo!
Perde-se uma manhã inteira agarrada ao telefone, telemóvel ainda por cima! porque a Zon decidiu que havíamos de passar o fim-de-semana sem telefone! Gasta-se uma fortuna, agarra-se uma doença de nervos e fica tudo mais ou menos na mesma porque tem de ser com o técnico porque tem de cá vir! mas então podiam ter começado por aí e eu tinha poupado uma pequena fortuna a pagar 30 cêntimos por minuto, ligada aos Médicos dos Pcs que foi para onde me mandaram! horas a fio! ligue aqui, desligue ali, e agora escreva isto, agora desactive aquilo! e perde uma pessoa uma manhã de sábado, com tanto trabalho para fazer!, para afinal ficar sem wireless e ter de esperar até segunda! telefone também é mentira! foi-se e pronto! e agora espere que lhe liguem, tem 24 horas para se acalmar!..

Da Cidadania

Cidadania é uma palavra muito in, pelos menos nos meios educativos – educação para a cidadania. No fundo o que se quer dizer é que urge educar as pessoas para serem aquilo que elas realmente já são mas não sabem – cidadãs. Cidadãs de plenos direitos, quer para exercerem a sua liberdade, quer para se responsabilizarem por cada milímetro de terra desta Terra que é, afinal, a nossa única casa, pelo menos por enquanto.
A ideia de que vivemos no mundo do salve-se quem puder é, para além de estúpida, suficientemente destruidora para dever ser considerada por todos nós como uma excelente candidata à pena de morte já que ninguém se salva sozinho e mesmo que o fizesse duvido que sobrevivesse e mesmo que sobrevivesse gostaria de saber o que ficaria por cá a fazer sem ninguém com quem falar.
Andamos há anos a enganarmo-nos, quer no que diz respeito à nossa natureza, quer no que diz respeito às nossas normas de conduta. De facto, temos tanto de bom quanto temos de mau, sendo que tendemos a seguir os procedimentos que estiverem mais na moda - que forem mais «elogiados» socialmente. Tal como os carneiros, gostamos de viver na ilusão que fazemos parte daqueles que são seguidos e não dos que seguem, quando na verdade nos deslocamos todos ao molhe de nariz colado no rabo do que vai à frente, sendo que trocamos amiúdas vezes de lugar sem sequer darmos por isso.
Neste momento andamos todos, ou quase todos, de nariz colado aos média que insistem em nos levar pelos piores caminhos, mostrando-nos diariamente o que de pior existe neste mundo. A cultura constrói-se todos os dias e se aquilo que vimos, todos os dias, é o pior do que há em nós, então é esse o lado que aceitamos e até achamos natural que seja essa a faceta a ser usada não apenas nas mais altas esferas, mas no nosso dia-a-dia. Porque é normal, porque o mundo é mesmo assim, porque anda meio mundo a enganar outro meio e por aí adiante as desculpas para os maus procedimentos não têm fim e são sempre encontradas ao dobrar de cada esquina.
Em 1979, quando cheguei à Holanda, encontrei um país onde o consumo de drogas estava mais entregue à responsabilidade de quem as tomava do que à justiça. Em Portugal tinha-se tornado numa verdadeira praga que matou muita gente da minha geração. Das drogas leves passava-se para as pesadas e era tudo «o máximo» porque estava na moda. Num país que tinha acabado de sair da escuridão, a moda, fosse ela qual fosse, era sinónimo de vanguarda quase elitista. E que elite se formou!... Na Holanda, porque não havia exactamente proibição, o consumo de certas drogas era tão mal visto pela sociedade, mesmo a mais jovem, que só o pronunciar de certos nomes era o suficiente para que se olhasse de lado com aquele desprezo que arruma qualquer um.
Assim se trabalham e se constroem mentalidades.
Quando resolvermos realçar e ressaltar aquilo que de bom existe em nós, a falta de ética envergonhar-se-á porque deixará de ser comum. Quando começarmos a ver todos os dias os exemplos daqueles que por aí andam a lutar pela justiça e a combater o que está mal, a injustiça e a corrupção envergonhar-se-ão porque deixarão de ser comuns. Quando as vidas dos nossos heróis começarem a entrar diariamente pelas nossas casas, o que está mal envergonhar-se-á.
É de bons exemplos que precisamos. De exemplos de gente de bem, de gente direita, de gente íntegra.
A educação faz-se todos os dias em todo o lado, não apenas nas escolas. Um cidadão para ter consciência da sua importância precisa de se sentir rodeado de outros cidadãos como ele, responsáveis e justos, conscientes do seu papel no todo que formamos e sobretudo esclarecidos ao ponto de compreenderem que estamos todos no mesmo barco e que quando este se afundar, afundar-nos-emos todos com ele.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Hoje como ontem...



Quando, em 1979, resolvi ir ter com o meu irmão à Holanda e por lá me deixar ficar algum tempo, esta música estava na berra e eu não parava de a ouvir, sentida com a realidade, tão verdadeira, da sua letra.
Hoje, 30 anos mais tarde, é a vez do meu filho sentir na pele esta verdade que não mudou, esta selva em que, mais cedo ou mais tarde, todos temos de nos embrenhar, ainda que uns mais, outros menos.
A corrupção, a «xica espertice», a filha de putice que prevalece nas mentalidades de certos gestores, por pequenos e insignificantes que sejam, deixam triste qualquer novato que cresceu a acreditar na justiça e na justeza de todas as coisas.
Mas a possibilidade de denúncia existe, valha ela o que valer, existe! Por isso, filhos da puta deste país, ponham-se a pau comigo que não sou de me calar e não tenho medo de nada nem de ninguém!

Sexta-Feira 13

Há tantas maneiras de olhar o mundo que às vezes nem me parecem doentes aqueles que sofrem da doença bipolar!
Há dias em que todos os sentidos se viram para o que há de bom e outros em que lhes apetece, vá lá saber-se porquê, virarem-se para tudo o que há de mau. Os ouvidos só ouvem o que não gostam, os olhos só vêem o que não querem, ao paladar tudo parece igual e tudo o que se toca é áspero, grosseiro ou dá alergia. No coração instala-se uma inquietação que roça o mau presságio e a mente, muito mais inteligente nestas circunstâncias, esforça-se por mandar tudo à fava e grita-nos aos ouvidos que as sextas-feiras 13 trazem bons augúrios porque sim, porque dão sorte só porque não podem dar azar porque o que o povo diz é treta e até há provas de coisas muito boas que acontecem nestas sextas-feiras que eu sei que há porque já ouvi dizer.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Já lá vai o tempo...


...em que se perdia um dia inteiro, em filas intermináveis, para tratar do Bilhete de Identidade. Era uma verdadeira aventura e creio que não me esquecerei desses dias de apertos e sufocos, enfiada no meio de uma multidão que se punha em bicos de pés na tentativa de conseguir uma visão mais alargada do Arquivo de Identificação, mesmo ao lado da Judiciária, onde o que nos valia era aquele jardim para ir respirar e comer umas sandes.


Ontem o meu irmão conseguiu tratar do Cartão de Cidadão; do Bilhete de Identidade, que agora é provisório e só serve para tirar o passaporte; e do passaporte, em menos de cinco horas, e deu para almoçar e tudo!

Filas, nem vê-las! O B.I., entregaram-no uma hora depois; o passaporte, está pronto hoje; e o Cartão de Cidadão, há-de chegar à Holanda primeiro do que ele!

E ainda há quem diga que isto está tudo na mesma!!!

Desenganem-se os enganados!

Será que há gente que nasceu para enganar enquanto outros nasceram para ser enganados?!
Eu não acredito nessa história do destino. Acho que o destino está lá, em aberto, para nós fazermos dele aquilo que quisermos e formos capazes. Mas o certo é que há gente que parece não ser capaz de sair dum círculo de repetições desastrosas que lhe transforma a vida num inferno e que a senta num trono de eternas vítimas fadadas para a desgraça. Gente que é enganada uma e outra vez e que insiste em dar oportunidades, e falo de oportunidades aos mesmos evidentemente, àqueles que os enganaram! Gente que é roubada por todos aqueles com quem decide fazer sociedades, também já vi! Não uma, mas duas ou mais vezes, e neste caso não são os mesmos mas é como se fossem – são o mesmo estilo com certeza…
Se perguntarmos aos enganados o motivo pelo qual certas coisas não param de lhes acontecer, temo bastante que as respostas, de uma ou de outra forma, estejam ligadas ao fado e ao destino, ao «a vida é mesmo assim» e as pessoas não prestam… mas raramente as respostas estarão ligadas ao reconhecimento de uma responsabilidade própria; à resistência numa mudança de atitude; à necessidade de reformular o círculo de amigos ou o tipo de namorados ou namoradas!
Não é verdade que as pessoas não prestam – umas prestam, outras não. Não é verdade que alguém tenha nascido para ser enganado, ludibriado, atraiçoado, pela vida fora! Não faz sentido que seja o enganado a repensar a sua atitude e a desculpar permanentemente o outro porque talvez a culpa não seja dele, se calhar fez isto porque eu não fiz aquilo! Qual quê?! Fez porque é vigarista; porque é desonesto; porque é fraco; porque não assume os compromissos; porque não presta!
Zanguem-se! Têm todo o direito de se zangarem!
Sempre gostava de saber onde anda o ego de certa gente!...

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Castanha Assada!


Mudaram algumas regras mas as castanhas continuam pelas ruas de Lisboa e o seu cheiro, ainda que não pelo meio do frio, continua a invadir as narinas de quem sai. E a cidade está bonita! E os novos assadores são mais bonitos também.

Hoje corri Lisboa. Uni os três Campos, desci a Avenida, subi ao Chiado, passei o S. Carlos e fui à Estrela. Sentei-me numa esplanada. Almocei Cozido à Portuguesa.

Cheguei a esquecer-me do S. Martinho! Não fui à adega, mas provei o vinho em mesa de família e estou feliz.

O mano chegou...

...e o dia de hoje é só para ele.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Aos heróis

Procuramos heróis nos filmes e na banda desenhada e se olharmos bem à nossa volta eles andam por aí – os heróis de todos os dias, que lutam pela sobrevivência; as mães que criam filhos sozinhas, sem recursos quase nenhuns; os pais cujos filhos sofrem e que, mesmo assim, ainda vão sorrindo e sabem o valor da piedade.
Procuramos heróis nos filmes e na banda desenhada. Melhor fora que os reconhecêssemos em cada um de nós…

Rapazes e Raparigas

Isto de enfiar, numa mesma sala, rapazes e raparigas tem que se lhe diga. E não estou a falar de adolescentes. Estou a falar de crianças, algumas, e de pré-adolescentes, se é que essa designação existe... Eles (e elas) gostam de pensar que sim. Gostam de pensar que ainda não são bem adolescentes mas que também já não são crianças.
Mas isto das hormonas nem sempre está relacionado com a idade, depende de pessoa para pessoa. A mim falta-me a paciência quando é preciso que se concentrem porque têm testes marcados. Eles, mais do que elas, estão-se borrifando; ou passam a estar, mal chega uma rapariga. Começam por corar, se já a conhecem; falam mais alto; dizem graçolas; ficam completamente aéreos, desconcentrados e barulhentos. Fazem perguntas que lhes parecem importantes e complicadas, ao jeito de, estás a ver como eu já estou adiantado..., e desestabilizam tudo.
Hoje pensei que vou mas é começar a separá-los, vão uns lá para dentro e ficam outros cá fora.

O que me leva a agir?

O medo das repercussões; os «dez mandamentos» ou a minha consciência?
O que é que me dita o que devo ou não devo fazer, nesta ou naquela circunstância?
É que só sendo capaz de responder a isto é que chegarei a conhecer-me…

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Os homens da minha vida

Amanhã chega um dos três homens da minha vida. É verdade – tenho três. Também é verdade que preferia ter quatro mas, ao que parece, é pedir de mais…
O primeiro veio para cá antes de mim, pegou-me ao colo, viu-me crescer.
O segundo, é este que chega amanhã. Quando chegou já eu por cá andava, ainda que houvesse pouco tempo mas o suficiente, ainda assim, para me lembrar da sua majestosa entrada, para a esperar ansiosamente e para ter ficado verdadeiramente feliz com a sua vinda. Nunca mais as nossas almas se separaram desde então.
O terceiro está prestes a deixar o ninho. Esse fui eu que o fiz, é um dos meus orgulhos e da minha razão de viver.
A vantagem destes três homens que tenho é que os terei no matter what. Amo-os incondicionalmente e sei que me amam a mim. Exercício muito mais complicado, ao que parece, para quem vem de fora…

Faz hoje 20 anos...


...que caiu, o desgraçado.

domingo, 8 de novembro de 2009

Quem é que se lembra disto?

Consegui!

Consegui acabar o trabalho; consegui ir às compras; consegui almoçar com os meus pais e ainda vou conseguir passar a ferro e, qui ça, ainda vou conseguir fazer qualquer coisa para a Faculdade!
Eh eh! Consegui!

Erros Ortográficos

Existem certos tiques de escrita que se generalizam mas que nem por isso deixam de ser erros ortográficos.
De todos o mais gritante é «demais». Não sei se se trata de alguma colagem feita por via dos nossos irmãos brasileiros ou se não passa de um erro que se tem vindo a arrastar desde os primeiros anos de escola, mas que aparece em tudo quanto é sítio, aparece. São as legendas televisivas; os jornais e até alguns livros, todos a escreverem «demais» em frases como: Não comas demais!
Quando coincide com o meu pequeno almoço, a rubrica Bom Português, que passa na RTP1 durante as primeiras notícias, estou sempre à espera que perguntem isto às pessoas. Há muita gente que lá vai aprendendo qualquer coisita desta forma... Mas não, nunca se lembraram de perguntar se «de mais» em frases como: Dormiste de mais ou Comeste de mais; Gastaste de mais, se escreve separado ou tudo junto.
Pois que se escreve SEPARADO.
«Demais» assim, tudo juntinho, significa o que resta, os outros, além disso, de resto.
Sempre que se quiserem referir a excesso de quantidade, por favor escrevam DE MAIS.
Assim:
Nunca é tarde de mais!
É que já é de mais! Tanto erro!...

sábado, 7 de novembro de 2009

Um pouco de publicidade

Este meu amigo está com textos bem bonitos. Ora espreitem lá aqui.

Interrompi a minha revisão e sentei-me à frente da televisão

Na RTP1 um directo de Andorra fez-me saber que 3 portugueses morreram num acidente ocorrido numa obra; um está desaparecido e outro sob os escombros. Todos os esforços - pelo menos foi o que disseram - se estão a fazer para tirar de lá o homem. O apresentador fazia perguntas do tipo «o que é que ele disse?», à repórter que estava no local. E a exploração do drama tomou proporções que me agoniaram de tal maneira que mudei de canal. Esta exploração do drama sem outro objectivo que não a exploração do lado negro da coisa, é doentia e não me serve para nada. Nem a mim nem a ninguém, a não ser, talvez, a gente mórbida que se alimenta de dramas.
Pela SIC fiquei a saber que as taxas de juro, Euribor a 6 meses, estão abaixo do 1% mas que mesmo assim há prédios inteiros, construídos há mais de 7 anos, à espera de serem vendidos… e eu a querer comprar! E os bancos a não emprestar…e um mercado inteiro parado, onde perde quem construiu e tem de aguentar as prestações de 20 e 30 andares; e perde quem quer comprar e anda, como eu, a suportar rendas que só servem os senhorios…enfim, espera-se que a lei mude agora, facilitando um pouco estas trocas e permitindo a este mercado respirar um bocadinho…(foi o que disseram…)
Fiquei também a saber que está a decorrer uma feira de «franchising» para todas as bolsas. Façam as vossas apostas, tentem a sorte já que o emprego está difícil…
Nos EUA os assassínios não param. Eles é que ainda não perceberam, não é oficial, mas estão em guerra com eles mesmos vai já para algum tempo…
Farão, na próxima segunda-feira (ou terça, não tenho a certeza) 20 anos que caiu o muro mais polémico da nossa História. Construído em 1962, separou famílias e amigos, qual cenário de terror! O Homem é capaz das coisas mais extraordinárias! Imaginem se de repente alguém resolvesse construir um muro que dividisse Lisboa e proibir a passagem de um lado para o outro! Nem quero imaginar um horror desses!
Afinal a mãe russa da menina que foi criada por cá, tem-se revelado uma alcoólica incapaz…e assim se dá cabo da vida de certas crianças…esquecemo-nos com alguma frequência que «parir é dor» mas «criar, é amor»…
Ah! É verdade! E está aberta a época do Cogumelo Selvagem. É vê-los, os Ainda-Humanos, a sair de casa de cesto no braço, pelos campos, a apanhar cogumelos…

Mais um desabafo

Há alturas em que chego a pensar que sofro de alguma incapacidade de equilíbrio. A minha vida parece estender-se por fases. Tal como o ano que se divide em estações, existem para mim os Verões despreocupados; os Outonos trabalhosos; os Invernos depressivos e as Primaveras esperançosas, como se não houvesse a mínima possibilidade de as ir misturando e alternando afazeres, se não num só dia, pelo menos durante a semana.
Ninguém pode viver só para isto, ou só para aquilo. Tem de haver capacidade para ir temperando o dia-a-dia com uns pózinhos disto e outros daquilo. Eu não a tenho! E como não a tenho, dou comigo a ter saudades dos amigos, para quem deixei de ter tempo; da família, que me parece fugir por entre os dedos; da música, que só vou ouvindo no meio do trânsito; das notícias, que vou apanhando aqui e ali e que me deixam sempre com esta sensação de andar a anhar; das saídas; dos restaurantes; do cinema e do teatro sem os quais, convenhamos, isto deixa de ter graça!
Mas como a necessidade aguça o engenho, quem sabe não arranjo destreza suficiente para dar conta de tudo… e assim como assim já falta pouco para as férias…
Entretanto perdi de vista o canito. Pode ser que alguma alma caridosa o tenha recolhido...

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

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isto sou eu a vociferar.
Mais um fim-de-semana a trabalhar! E vão cinco! ou seis, já lhes perdi a conta!

Do perdoar

Falava-se de perdão; de actos imperdoáveis. Questionava-se a possibilidade e a impossibilidade de perdoar. Mediam-se crimes; pesavam-se gravidades; ditavam-se penas e castigos; aplicavam-se sentenças.
A quem pesa o rancor? A quem padece de raiva.
Não que o perdão seja fácil. Não é. Mas quem beneficia realmente com ele? O ofensor ou o ofendido?
É que mesmo aqueles que conseguem o perdão institucional, ainda que sejam inocentes raramente conseguem o perdão daqueles que acreditam ter sido as suas vítimas. E mesmo aqueles que são condenados pelos tribunais e que cumprem penas, raramente satisfazem a sede de vingança daqueles que acreditam ter sido as suas vítimas.
E aos condenados, como aos ilibados, tanto se lhes dá porque não sentem o rancor, a revolta e a raiva das vítimas. Mas as vítimas, essas sim, essas arrastam pela vida fora o veneno da raiva, da revolta e do ódio. Essas, são vítimas duas vezes – primeiro dos agressores e depois delas mesmas, os agredidos.
Não é fácil perdoar, mas é muito mais saudável e, sobretudo, muito mais libertador.

Gente má

Será possível que os espanhóis que compraram, este ano, o apartamento aqui por baixo do meu e que chegaram todos felizes, com duas filhas e um canito que ladrava que nem um desgraçado porque, disse-me a mãe, sentia-se estranho num ambiente ao qual não estava habituado, será possível, perguntava eu, que se tenham ido embora e tenham deixado por cá, perdido pela rua, o pobre do canito que tem ar de lu-lu incapaz de sobreviver a céu aberto?! Será possível que a crueldade de alguns chegue a este ponto?! Eu, que nem sou uma grande apreciadora de cães, que já disse mil vezes que não quero mais nenhum, que estou cansada de os enterrar, que não tenho vida para ter cão, sim, porque para se ter cão tem de ser ter vida! Ter um cão é um compromisso que dura todos os anos que o animal durar; ter um cão é querer que a família cresça porque um cão passa a ser um membro de pleno direito ou então não o tenham, façam como eu! E agora vejo o animal daqui da varanda e só me apetece ir buscá-lo para o meter nem sei onde! Vejo-o de cauda levantada, ainda, porque ainda não compreendeu o que lhe aconteceu coitado! E por aqui ciranda, sem eira nem beira que era o que deveria acontecer aos donos dele e a outros como eles… Raios os partam!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Os escândalos mediáticos

Desde miúda que me lembro de ouvir dizer que este país é um país de compadrios, de filhos e enteados, de luvas e interesses menos nobres. Estou mesmo convencida que grandes fortunas se têm feito, ao longo dos anos, à pala dessas negociatas. Provavelmente o único que não enriqueceu durante o Estado Novo foi Salazar, talvez por uma questão de alma. O homem tinha outros interesses que não os materiais. Para ele o poder era muito mais fascinante e, provinciano como era, solitário também, nunca deve ter visto necessidade de acumular riqueza. Ao fim e ao cabo conseguiu o que queria – poder e controle.
Nunca, em época nenhuma, me lembro de ver tamanha exposição pública de escândalos desta natureza. Não faço ideia se é bom sinal ou apenas uma manobra de diversão. De resto, cada vez questiono mais a verdade e os motivos do que nos é dado a «comer», compreendo Marinho e Pinto quando diz que os media fazem um circo dos casos mais mediáticos; compreendo-o quando afirma que o importante é divulgar, depois de apurados, os culpados e os inocentes já que todos se misturam no início de um escândalo e muitas vidas podem ser destruídas injustamente.
Mas uma coisa é certa, o facto de se saber que alguém, em algum lugar, denuncia e condena publicamente a corrupção, faz-me acreditar que alguma coisa está a mudar. Talvez os tempos, talvez as vontades, mas alguma coisa ainda assim.

Da juventude

Há uns dias, em conversa com um amigo, queixava-me dum certo cansaço e duvidava se conseguiria levar a bom termo tudo aquilo a que, este ano, me propus. Com uma certa convicção ele afirmava que sim, porque tenho «força e juventude para isso». À palavra «juventude» sorri e gracejei. Mas talvez ele tenha razão. Talvez a juventude seja uma condição independente da idade e não necessariamente ligada à imaturidade com eu sempre pensei que fosse. Talvez a juventude seja um estar aqui e agora realmente vivido, sem esforço. Talvez a juventude seja apenas a consciência de estar vivo e ter coisas, tantas coisas, para fazer ainda.
Pena é que o corpo, de vez em quando, nos atraiçoe…

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Isto passa, não é nada...

Comove-me o esforço que às vezes fazemos para ultrapassar momentos de dor. A fuga para a frente; o querer acreditar que o que se passa não é suficientemente grave, que não merece a nossa tristeza, que a vida é demasiado curta, como se a tristeza e a dor não fizessem parte dela.
Comovem-me os olhos cheios de lágrimas a acompanhar um sorriso de não se passa nada de grave.
Dói-me a dor minimizada, menosprezada, e dói-me ainda mais por saber que só as grandes dores são merecedoras de tal procedimento.
E temo, quase sempre, as repercussões desse fazer, as possíveis depressões que a fuga tantas vezes traz consigo.
Gostava de poder dizer que a dor, como o prazer, faz parte da vida e que, como ele, deve ser vivida em toda a sua plenitude, porque é essa a única forma de catarse. Não há outra. Todos os recursos paralelos são uma mentira que como gato escondido, terão sempre um rabo de fora que nos lembrará e nos incomodará até quase sempre.
Gostava de poder dizer que quando se foge de algo que existe, somos perseguidos e forçados a aprender a viver assim, na fuga ou no vergar de ombros pelo peso que se carrega.
Gostava de o poder dizer mas não posso, porque há coisas, tantas coisas, que não se ensinam só se aprendem. E cada um tem o seu ritmo.
Mas eu gostava, ainda assim, de poder dizer, porque as pessoas são importante para mim; porque algumas delas são ainda mais importantes e porque não gosto, nem um bocadinho, de as ver sofrer. Por isso, por mim, sofram lá tudo de uma vez, por favor, sofram-no até ao fim, chorem-no, arranquem do peito o que é de arrancar. E depois sarem.

Esta gente é estúpida

Será que é preciso andar na escola para se perceber que uma caixa de correio a deitar por fora é um claro sinal da ausência de moradores?!
Esta gente que anda a enfiar publicidade em tudo o que é buraco não vê que há certas caixas, em certos prédios, onde já nada cabe?!
Realmente não é por acaso que uns fazem umas coisas e outros outras...
Dormi 9 horas e meia e nem me lembro!...

terça-feira, 3 de novembro de 2009

De tudo o que mais confusão me tem feito ultimamente é o facto de andar há alguns dias convencida que o dia é outro que não este, porque este já passou e a semana está a chegar ao fim...

O Homem, esse itinerante

Ouvi hoje nas notícias que num inquérito à escala mundial foi apurado que a maioria, se não a totalidade, dos habitantes dos países ditos em desenvolvimento, mudariam de país, definitivamente e sem olhar para trás.
Fica assim provado que existem lugares na Terra que são mesmo bons é para se estar de papo para o ar sem se fazer rigorosamente nada e com dinheiro para gastar, já que a maioria destes países com possibilidade de abandono por parte dos seus naturais são paraísos de férias para aqueles que trabalham no outro lado do mundo.
No princípio procurámos os lugares com as melhores condições naturais, agora procuramos aqueles com as melhores condições económicas. Ao fim e ao cabo somos filhos da Terra e a sensação de pertença mais não é do que raízes que vamos criando em solo que nos alimente bem.



domingo, 1 de novembro de 2009

A dor da substituição

E dizia-me a minha querida tia de oitenta anos:
- Vê lá tu como é que eu ando que até o ter de deitar fora o cesto das molas me comoveu!
- Mas comoveu-a como?!
- Comoveu-me! Fez-me impressão deitá-lo fora!
- Mas então porque é que o deitou?
- Porque estava velho, estava a desfazer-se e eu comprei um novo. Quando chegou a hora de o substituir vieram-me as lágrimas aos olhos e fiquei com um nó na garganta.

Injustiças, isso sim...

De tanto que já li e continuo a ler, vou engolindo conceitos sem tempo sequer para os mastigar e acabo a tomar por minhas, palavras e imagens que me foram transmitidas já nem sei por quem mas eu concordo, identifico-me e agora são minhas.
Para que me serve tanta “sabedoria”? Para quase nada porque ninguém acredita em mim se a minha memória não for capaz de trazer à superfície o nome daquele ou daquela que reconhecidamente, entenda-se publicamente reconhecido, comprovou isto ou aquilo.
Resultado – para que me fossem verdadeiramente úteis todas estas leituras teria de as revisitar e postar-lhes, no canto inferior esquerdo da minha memória, as fidedignas fontes porque se à pergunta – quem é que disse isso? eu responder, sei lá mas alguém disse que eu já li em qualquer lado, ou, digo eu que já se me entranhou esta verdade, mandam-me dar uma curva ou olham-me desconfiados como quem diz, mas quem é esta que tem a mania que sabe tudo?!...

Para quando...

...uma lei que determine que sempre que um feriado coincida com um domingo, passará automaticamente para o dia útil seguinte?! E quem diz a um domingo, diz a um sábado. Aliás os feriados que coincidem com os sábados deveriam ser antecipados para sexta-feira. Isto na minha opinião, claro.
É que não sei se sabem, mas hoje é feriado. Ah pois é...

Música clássica ao domingo de manhã

Não despertei porque já estava desperta, mas toda a rua deve ter despertado com Handel a tocar em altos berros numa mota bem artilhada que achou por bem cultivar a população às 9 da manhã de um domingo! E porque não? Afinal qualquer dia e qualquer hora são bons para alimentar a cultura.
Só não cheguei a perceber se a intenção era essa ou se faltava alternativa, uns phones, por exemplo, ao condutor que de capacete enfiado pela cabeça abaixo achou por bem levantar o som da motoreta de modo a conseguir viajar ao ritmo do compositor.
A mim não me fez diferença que, como não me canso de frisar, já não sei se é domingo, segunda ou terça, mas faço ideia do pulo que deram na cama todos os moradores desta avenida que ao domingo, a esta hora, até costuma ser pacata…