terça-feira, 27 de abril de 2010

segunda-feira, 26 de abril de 2010


Despejar uma casa sozinha é cansativo e muito muito deprimente.
Já enchi 26 caixas e não há nenhuma divisão que possa dar por terminada...
Espero sinceramente que seja a minha última mudança, até porque vai ser um recomeço cheio de novidades. Mas isso fica para outro post.

domingo, 25 de abril de 2010

Pavlov, essa é que é essa!

Decerto será de estranhar esta resistência, que chega a ser física, ao encaixotamento que a mudança de casa exige.
É certo que, na última mudança que fiz, me vi obrigada a superar todas as minhas forças e momentos houve em que acreditei sucumbir à dor de me desfazer de uma vida inteira; de um projecto; de um futuro que dei como certo. Mas esta mudança nada tem a ver com isso. Ao contrário da anterior esta representa um passo na construção de uma estabilidade que acredito ser capaz de construir sozinha. Então porquê esta resistência? Porquê este aperto no estômago, estas vertigens sempre que levanto os olhos para os livros que vou ter de encaixotar?
Provavelmente Pavlov explicaria isto com os seus reflexos condicionados. De facto, e ao que parece, aprendemos mais depressa do que a nossa razão supõe. E é esta «inconsciência» do que se sabe que, não só obriga o nosso corpo a reagir como, e atenção a isso, nos pode induzir no erro de interpretarmos mal essa reacção.
Se eu, em vez de «ler» a forma como o meu corpo tem reagido à mudança como uma estranha aprendizagem feita por ele na mudança anterior, a ler como um aviso ou um alerta – estará lançada a confusão, com todas as dúvidas e todos os medos a causarem-me insónias para além daquelas que já me causam (estão mais brandas) a falta dos cigarros. Estarei a fazer bem? Será que estou no caminho certo? Será que tudo vai correr de forma positiva? São estas perguntas, de resto as mais estúpidas que se podem fazer porque raramente têm resposta e quando a têm ela não passa, ao fim e ao cabo, de suposições e desejos aos quais gostamos de chamar previsões e que nos dão, por períodos de tempo indeterminados, a falsa ilusão de controle, mas são estas as perguntas que me invadem o cérebro sempre que sinto o estômago a apertar, quando afinal e muito, mas muito provavelmente, ele aperta porque se lembra do sofrimento que foi, a última vez que se viu nestes apuros. Até porque, e isso é uma coisa que eu faço questão de ter bem presente, se se tratasse deste tipo de dúvidas então ele tinha-se apertado no dia da escritura e isso não aconteceu. Muito pelo contrário. Por isso vamos mas é a despachar isto que se faz tarde! Que é como quem diz, deixa-te mas é de merdas!

sábado, 24 de abril de 2010

Vidas virtuais

Resolvi parar num café cujo dono foi meu colega de escola. Embora não nos vejamos com muita frequência, muito pelo contrário – estamos anos sem nos vermos, o facto é que lá vamos sabendo um do outro, talvez até porque não há muito para saber, pelo menos do lado dele, já do meu, por isto ou por aquilo há sempre uma novidade para contar. Mas do lado dele, não. É como se a vida não andasse; como se aquela família estivesse suspensa no tempo. Dos quatro filhos, três ainda estão em casa e o café toma, ao casal, todo o tempo do mundo. Estou farto disto, desabafou ele, trabalhamos dezoito horas por dia para pagar as férias…
A mulher dele, com cara de poucos amigos, falou-me por cima do ombro, enfim, o ambiente estava pesado e eu tive pena do meu antigo colega que leva uma vida totalmente desprovida de sentido.
Neste entretanto entrou uma senhora cuja cara não me é estranha e eis que de repente a conversa muda para um registo completamente diferente. Os olhos dele recuperaram o antigo brilho e, de ataque em ataque, a expressão do seu rosto rejuvenescia. Compreendi que falavam de um jogo. Um jogo de computador. Mas faziam-no como se da vida se tratasse. As expressões; os termos; a seriedade e o entusiasmo, roubados à vida, existem agora no écran de um computador.
Eu sei que hoje em dia se passa muito tempo por aqui e sei também que a virtualidade é já uma realidade. Não sou inocente. Mas eu vivo sozinha. Isto distrai-me. Ainda assim, nunca dei por mim a discutir um jogo de computador como se da vida se tratasse! É triste. Saí de lá triste. Tanto mundo aí! Tanta vida para viver! Tanta gente com quem trocar sorrisos!
Mais uma vez sinto que fomos enganados. A vida não dá o que nos prometeram que daria; os planos são uma treta e o único plano que deve ser feito e realizado é aquele que nos permite desfrutar de cada passo; divertirmo-nos em cada esquina. Caso contrário, não vale a pena andar por cá.

Fumar Mata


E deixar de fumar dá tonturas; irritabilidade; insónias e falta de concentração.
Do mal o menos...

sexta-feira, 23 de abril de 2010

No segredo dos deuses

Hoje, a tratar do Ernesto (o Ernesto é o canário), tive consciência de que sempre parti do princípio que o Ernesto é macho, quando não faço a mínima ideia se é macho ou fêmea.
Aposto em como ele também não e, a esta hora, acredita tanto como eu, ou mais ainda, que é macho. Que é macho, que é amarelo, que é pequenino e que é lindo; que canta muito bem e por aí adiante… É nisso que ele acredita e é isso que ele é, tudo aquilo que eu lhe digo que é – ele é.
Imaginem agora o que cada um de nós é! Provavelmente por isso, por sermos o que os outros desde sempre disseram que somos, é que somos todos muito parecidos senão iguais! Vai-se a ver e aquilo que cada um de nós é, se é que existe, e que nos poderá efectivamente diferenciar de todos os outros, está mais do que camuflado debaixo de tudo aquilo que, desde que nascemos, nos dizem que somos. A não ser que tenhamos tido a sorte da coincidência, isto é, que quando nos disseram, em pequenos, que éramos inteligentes, tenham acertado na muche!, aquilo que cada um de nós é permanecerá para sempre no segredo dos deuses. Isto se realmente existir, já se vê...

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Aos poucos...



...tenho-me vindo a desligar da televisão.

Faz-me companhia às refeições. Ligo-a quando começo; desligo-a quando acabo. É rara a noite em que me sento a olhar para ela. É certo que tenho quase sempre trabalho para fazer mas, é certo também que há cada vez menos programas que me prendam a atenção.


Há um, apesar de tudo, que me tem mantido «agarrada». É uma série. E é a única que todas as semanas me lembra que hoje; ou ontem; ou anteontem, foi terça-feira. E nem é na televisão que a vejo!...

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Estou tão danada que o melhor é não dar nome a isto...

Correndo o risco de plagiar António Vieira – é tudo a comer! Ou, melhor ainda – é tudo a roubar! O raio que os parta a todos mais os impostos de selo; as inspecções; os serviços e a pata que os pôs a todos! Se um dia pudéssemos perder algum tempo a somar todas as merdelhices que pagamos sem saber para quê, disfarçadas de lei e camufladas de inevitabilidade, chegaríamos à conclusão que afinal a miséria de ordenados que temos até chegaria para qualquer coisa se não tivéssemos de a distribuir por este bando de abutres que paira permanentemente sobre as nossas cabeças.
O meu sonho, aquele sonho sonho, a minha grande ambição, é poder, um dia, cagar em absoluto nestas instituições todas; é ter um pedaço de terra onde possa fazer um furo à revelia dos mamões; onde instale placas e moinhos que me gerem a energia que preciso; é não precisar dos bancos para nada, nadinha, ter as minhas dívidas todas pagas e guardar o dinheiro como se fazia antigamente, debaixo do colchão; dentro de um frasco; à sombra da árvore – em todo o lado menos no banco. O meu sonho é poder, um dia, espetar-lhes, com toda a convicção, o dedo do meio e mandá-los a todos àquela parte. Puta que os pariu!

Há muito tempo que não me surpreendiam!

Há pouco, um senhor que me estendia uma caixa de jardineira de lulas suspendeu o gesto o tempo suficiente para o meu olhar encontrar o dele e vaticinou:
- Que tudo isto se transforme em saúde.
E sorriu.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Encontrei o meu metrónomo

Dei comigo a cantarolar isto, assobiar não que não sei, mas tenho pena.

A vida tem destas coisas

Dou comigo a acumular cestos de roupa à espera de ferro que nunca há-de vir, tal como a minha filha. E dou comigo a vasculhar, todas as manhãs, nesses mesmos cestos tal como o meu filho. E o que eu embirrava com isso!
Ontem no meio de um certo desespero resolvi parar o cérebro e nessa paragem realizei que tudo, rigorosamente tudo aquilo a que me propus foi escolha minha. A compra de casa, foi escolha minha; uma licenciatura tardia, foi escolha minha; a Empresa, foi escolha minha. Poderia ter feito outras escolhas. Poderia ter optado por algo mais simples, mais básico, e muito mais desinteressante.
Foi escolha minha. É escolha minha. Em qualquer momento posso escolher outra coisa qualquer. Nem sabem o descanso que isso dá!...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Não consigo

A sério. Não estou a conseguir. São coisa de mais. Parece que todos os pássaros do mundo resolveram c....... em cima de mim! Não dá!
Desde que me levanto até que me deito pareço uma idiota a rezar pelos cantos - Isto é preciso é ter calma. Muita calma. Vai correr tudo bem.
E ando nisto há alguns dias e já está quase. Quase, quase. Quem me dera puder dizer que depois tiro férias...

domingo, 18 de abril de 2010

Agora sim, começou a dança...

Acabaram de voar cá de casa todos os candeeiros de tecto, estou portanto à média luz quando não na escuridão. Um dos quartos já está sem alternativa. A sensação é a de que abriu a época do campista.
Entretanto agarrei-me com unhas e dentes à Estatística mas não tenho a certeza se servirá para alguma coisa. Mesmo agarradinha, passei estas duas últimas horas a falar alto e a esticar os braços para amparar os candeeiros.
E foi este o dia que me escolheu para eu deixar de fumar. Digo, que me escolheu, porque não fui eu que escolhi coisa nenhuma, foi a noite de ontem que, à traição, me deixou sem cigarros e eu, como sou preguiçosa e preciso de estudar (já se percebeu), entendi que não haveria de sair de casa para comprar fosse o que fosse.
Vamos lá a ver como me aguento…

Me, me, me...

Quando, por qualquer motivo, nos zangamos com um amigo, ou com uma amiga, daqueles mesmo queridos e próximos, sentimos o coração apertado e na cabeça uma voz que repete, exaustivamente, tudo o que ao longo dos anos fizemos por ele, ou por ela. Os momentos em que esse amigo ou amiga beneficiou do privilégio da nossa amizade passam-nos em modo contínuo pelo cérebro, over and over again. Ingrato, nem sabe a sorte que tem tido! é uma das possíveis frases que no meio de tantas outras nos perseguem até a crise, naturalmente, se desvanecer.
Raramente, quase nunca, bem…nunca, os nossos pensamentos se debruçam sobre os momentos em que directa ou indirectamente beneficiámos dessa amizade. Nunca, porque o momento em que isso começa a acontecer é o mesmo em que a zanga se começa a esvair.
Quando atravessamos na vida fases de assoberbamento de tarefas, afazeres ou prazos para cumprir, raramente pensamos nos afazeres, nas tarefas ou prazos para cumprir, dos outros, por muito queridos que eles nos sejam, quer-se lá saber! os nossos prazos são, sem sombra de dúvida, muito mais apertados; as nossas urgências muito mais prementes, ainda que a razão nos diga que se calhar não, mas isso não interessa para nada, o coração é que sente e ele está chateado e pronto.
Tudo isto é a prova provada da gigantesca dificuldade que temos, todos nós, de nos colocarmos na posição do outro. Isso é tudo muito bonito mas é quando a vida do outro está complicada mas a nossa flui, calma e pacificamente, sem stresses ou dissabores. Aí sim, somos capazes de nos encher de compreensão, altruísmo e boa vizinhança. Agora se não for esse o caso, temos pena mas o meu é sempre sempre, mais urgente do que o teu… a minha desgraça é sempre sempre muito maior do que a tua e o meu azar!... Desse nem se fala.
Já alguma vez vos aconteceu perceberem de repente, a meio de uma conversa, que fazem parte de um concurso em que o vencedor é aquele que mais sofre? aquele que tem mais dores, e mais graves; aquele que mais desgraças tem para contar?! Ridículo, não é?

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Deus escreve direito por linhas tortas

Há alturas em que esta afirmação faz todo o sentido e aquelas em que não faz se calhar é porque a nossa visão é pequena e não alcança.
Foram quatro pneus novos. O acidente provocado ontem pelo motar que me rasgou o pneu traseiro levou-me hoje ao senhor dos pneus. O plano era passar os dianteiros para trás e comprar dois para a frente. É assim que costumo fazer. O problema é que aquele outro, o dianteiro, que me caiu no buraco não há um mês, estava num estado tão lastimoso, ele e a jante, que se o carro me fugia era só por ele e se não tive um acidente maior, daqueles que se tem quando à chuva um pneu rebenta, exactamente no momento em que atrasada se «corre» daqui para ali, só pode ter sido Deus.
Obrigada portanto ao senhor da mota porque a Deus já agradeci.
Queixamo-nos amiúde das coisas, sem sabermos se o seu acontecimento não estará a evitar um mal maior.

Da vitimização, ou não...

Se formos a ver bem, a vitimização é uma coisa relativamente simples. Todos nós temos razões de queixa. Todos nós podemos, se quisermos e estivermos para aí virados, chorar as nossas desgraças; lamentar os nossos esforços; carpir sobre os nossos azares; sofrer, enfim, as injustiças do mundo e até de Deus e darmos, assim, realce a todas as mágoas.

Se quisermos, e estivermos para aí virados…

Mas também se quisermos e estivermos para aí virados, podemos agradecer toda a nossa sorte; alegrarmo-nos com todas as nossas conquistas; regozijarmo-nos com os nossos esforços; fortalecermo-nos com os nossos percalços e, sobretudo, chamar-lhes isso mesmo – percalços.

Podemos. Se quisermos e estivermos para aí virados.

Talvez por isso se veja por aí gente sem nada a não ser dor; gente curvada pela vida, a sorrir e a agradecer o sol que espreita, olhe ali, não vê?! naquela nesga! E gente que trabalha e tem um salário, todos os meses; gente que respira saúde; gente que estuda; que escolhe; que luta, porque pode e porque quer, num lamento diário de não aguento mais isto; num choro sufocado de ninguém me quer, ninguém me dá atenção, ninguém me dá valor. Talvez por isso…

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Faz hoje anos o mais novo elemento da família. Parabéns a ele.

Faz hoje anos o meu sobrinho.
Nasceu há nove. Num domingo de Páscoa. Quando já todos suspirávamos por ele.
Vive indeciso entre o português e o holandês. Bem, talvez não tão indeciso assim mas que se esforça por falar a língua do seu pai disso eu não tenho dúvidas, ainda que precise de começar no número um sempre que quer traduzir para português um número qualquer. Mas já responde para além dos «sins» e «nãos», o que é já uma vitória. Principalmente para nós que, daqui de tão longe, gostamos de lhe ouvir a voz.
É giro que se farta. Quando era mais pequeno tinha tanta graça que o comparávamos a um desenho animado. Agora, mais crescidinho, não gosta desse tipo de comparações e nem sempre vai à bola com as brincadeiras dos primos, tão mais crescidos do que ele.
Faz anos hoje e eu gostava de o ter aqui para o poder abraçar mas a vida é mesmo assim. Agora só lá mais para o fim do ano. Ainda assim aqui fica, bem registado, o meu desejo de uma vida longa e tão feliz, mas tão feliz que o seu rosto, quando envelhecer, envelheça a sorrir. Que a saúde e a fortuna lhe batam sempre à porta e que, mais ano menos ano, queira vir até cá, passar connosco umas férias de Verão.

E vão dois...

no espaço de quê? um mês? mais coisa menos coisa.
Desta feita estava eu sossegadinha na fila de trânsito, quando um motociclista muito mas mesmo muito apressado me abalroou o pneu traseiro. Fez-lhe um lenho a toda a largura, obrigou-me a sujar, outra vez, as mãos e pior do que isso, forçou-me a mais um gasto extraordinário que é tudo o que eu, neste momento, menos preciso.
Não lhe desejo que o dele rebente porque isso seria, provavelmente, fatal. Mas que lhe dê uma dor de barriga daquelas insuportáveis que nos obrigam a repensar os nossos actos; daquelas que nos vergam enquanto murmuramos, meu Deus que fiz eu para merecer isto! isso desejo-lhe, e mais qualquer coisita se possível que o estupor nem se dignou a parar e viu muito bem o que fez só teve foi a sorte de não ter caído. Raios o partam.

Batem leve, levemente...

Dizia, hoje de manhã, uma senhora velhotinha ao jornalista da RTP1:
- Fazia um barulho! Era assim: UUUUUU!!!!! Parecia um pequeno tornado!
- E não era? - perguntou o jornalista.
- Eu acho que sim - respondeu ela com um grande sorriso.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Os verdugos desta nova Idade Média

De há cerca de duas ou três semanas a esta parte que cada vez que meto gasolina pago mais um bocadinho. Já vai praticamente no 1.50 € o litro do combustível do meu pequeno automóvel! Gostava de saber, dado que há tanta fome no mundo, quem é que eu ando a alimentar!
Na outra Idade Média, os verdugos dos senhores feudais invadiam as aldeias para extorquir aos pobres camponeses impostos impossíveis, mas davam a cara. A quem, como eu, gosta de espernear, era-lhe dado um alvo, concreto, definido, e a possibilidade de se armar contra.
Estes verdugos, desta nova Idade Média, escondem-se atrás uns dos outros; atrás das leis; atrás da ordem para a qual nós, que habitamos as bases, não contribuímos em nada a não ser na dócil concordância, e roubam tanto ou mais ainda, subtilmente, quase despercebidamente, todos os dias, mais um bocadinho.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Cuidado com os limites

Os limites são traiçoeiros. Muitas vezes só os reconhecemos depois de os termos ultrapassado.
Há pouco um amigo perguntou-me se eu estava bem. Respondi que nem por isso, que estou extremamente cansada. E foi nesse momento que me apercebi que estou prestes a ultrapassar um...

Dia Mundial do Beijo

Pois, diz que hoje é o dia mundial do beijo.
Assim em jeito de comemoração não haverá por aí umas escolas itinerantes a ensinar os homens por este país fora? É que dava jeito...

Dava-me imenso jeito...

...ter dinheiro suficiente para desatar a esburacar paredes para enfiar fios e fazer nascer tomadas. Sempre gostava de saber porque é que num mundo em que tudo, ou quase tudo, é eléctrico as casas têm duas, no máximo três, tomadas em salas do tamanho de um comboio que têm de comportar televisão, playstation, box, computador, mais o módem e mais as colunas e mais os candeeiros e os aquecedores e o diabo a sete, e onde vou eu ligar isso tudo?! em duas tomadas?! hem?! E depois a porcaria do quadro eléctrico também não tem potência que chegue e uma pessoa pede aumento de potência e eles ainda são capazes de embirrar com as calhas que circundam as paredes. Palavra de honra que se eu pudesse, se tivesse tempo e dinheiro esburacava aquilo tudo, ou mandava esburacar que eu para abrir roços não sirvo, quando me ponho a abrir buracos são coisas como deve de ser, não são cá aqueles fiozinhos todos muito certinhos, mas se eu tivesse dinheiro e tempo provavelmente também não tinha comprado uma casa em segunda mão e não estava agora com estes problemas todos.
É por estas e por outras que o mundo é injusto porque é exactamente para quem não precisa que as coisas existem. Até o tempo e o dinheiro!
Pronto, já desabafei.
Mas nem por isso estou mais sossegada. Deve ser por prever que a seguir às tomadas e aos interruptores hão-de vir as janelas e os armários e a banheira e os....irra! porque é que isto não pode ser simples?! assim tipo, vou-me mudar, já me mudei?!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Da coragem

A coragem, tal como outras características humanas, usa túnicas de várias cores ainda que esteja habituada a ser identificada apenas quando se veste, por exemplo, de vermelho ou mesmo de negro.
É vermelha a coragem do forcado que enfrenta os cornos do touro; a do bombeiro que se lança no combate ao fogo; a do salvador que arrisca a própria vida para salvar uma outra; a do guerreiro que luta contra a tirania porque acredita na liberdade ou a da cobaia que arrisca a vida em prol da ciência.
É alaranjada a do peregrino que, despojado de tudo, mete pés aos caminhos do mundo; a do eremita que crê doar o seu sacrifício aos homens; a do benfeitor para quem o bem do próximo é sempre um bem maior.
É negra a coragem daqueles que vão para a guerra; negra a dos que perdem um filho e mesmo assim caminham; negra a de todos os que sofrem as mais terríveis privações e não desistem.
Mas também é coragem aquela que se veste de branco e que se dilui no meio da multidão. É coragem a força de todos aqueles, vulgares de Lineu, que quotidianamente se levantam e vão trabalhar porque acreditam que é esse o seu dever. É coragem a túnica branca que vestem aqueles que entendem ser sua obrigação manter esta ordem que todos nós temos vindo a construir ao longo dos séculos. É coragem aquela das mães e dos pais que criam sozinhos os filhos. É coragem esta capacidade de persistência dia após dia de seguir no caminho que se acredita recto; honesto e construtivo. Também isso é coragem.

A História tem destas coisas

E a expressão « Vi-me grego para cá chegar» volta a estar fundamentada.

domingo, 11 de abril de 2010

Mau carma uma ova!

A minha avó tinha um ditado que a minha mãe sempre repetiu – «Guarda o que não queres. Terás o que precisas».
Os valores mudaram consideravelmente e, em oposição ao ditado da minha avó, hoje apela-se ao desfazer. Desfaçam-se! Libertem-se! Abram espaço!
E nós, idiotas, desfazemo-nos com a maior das facilidades das coisas mais antigas como das mais recentes. Desfazemo-nos porque nos querem fazer acreditar que é preciso abrir espaço para o novo e que é mau carma acumular coisas e que quanto maiores forem os nossos espaços vazios mais possibilidades teremos de os voltar a encher porque estamos a enviar ao universo uma mensagem da abundância que na verdade não temos mas gostávamos de ter. Desfazemo-nos, enfim, para abrir portas, para criar possibilidades.
Mas quem é que nos enfiou isto na cabeça?! Não foram com certeza aqueles que defendem a reciclagem. Nem aqueles que defendem a urgência da diminuição do consumo. Obviamente.
A utilização que se passou a dar de valores como a espiritualidade, não é honesta e, muito menos, bem-intencionada. Parvos somos nós, a massa anónima, que ainda vamos nestas conversas!
Um outro ditado que a minha avó gostava de repetir – «Com papas e bolos se enganam os tolos.»
Pois eu teria feito bem melhor, nestes dois últimos anos, se lhe tivesse dado ouvidos. É que me desfiz de coisas que agora me dariam um jeitão!... e, ao contrário daquilo em que me querem fazer acreditar – não, não tenho dinheiro para comprar outras. E não, não consigo deixar de pensar que, se fossemos guardando ao longo da nossa vida, guardando e cuidando evidentemente, aquelas coisas que nos vão fazendo falta, haveria de chegar uma altura em que não precisaríamos de comprar praticamente nada.

Pedro Passos Coelho

É impressão minha ou a esta hora há uma série de partidos a quererem ter um?

O PSD é tipo Angola

«O PSD está unido na luta contra o PS», dizia Morais Sarmento. Já nem sei se disse «luta», se disse «guerra», espero que tenha sido «luta», sempre é mais suave. O que vão fazer quando a luta contra o PS acabar é que não sei. Angola também se uniu na luta contra Portugal e vejam o que aconteceu depois...

sábado, 10 de abril de 2010

Que venha...

Que venha o 7 de Maio. Que venha já que a Amazónia é coisa que me assusta e barcos a descerem rios que rasgam florestas, barcos com camas de rede onde vão descansando os aventureiros, só me trazem à memória o Apocalypse Now.
Que venha o 7 de Maio que antecipando me vejo já nas Chegadas do Aeroporto, de coração apertado mas por pouco tempo, por muito pouco tempo, porque o que vejo mesmo é o teu rosto e o teu corpo, que não é mais de menino mas de homem e que eu não abraço há tanto tanto tempo. Que venha o 7 de Maio...

sexta-feira, 9 de abril de 2010

O mal dele...

...era lixo! Exactamente - lixo. Pó; Cotão.
Abriu-se o bicho; tirou-se a placa gráfica que tem agarrada uma piquena ventoínha que, coitadita, não rodava por estar empastelada em cotão. É o que faz ter o desgraçado rente ao chão...
Limpou-se tudo tão bem limpinho que está mais silêncioso do que nunca e até as cores estão mais brilhantes! Parece novo!
Meus caros, já sabem - se o vosso computador começar a parecer-se com uma mota, limpem-no por dentro. Aspirem-no com cuidado. Varram-no com uma trincha daquelas mesmo peludas, e vão ver que ele deixa de se queixar. É que já o meu avô dizia: As máquinas têm sempre razão.
E pronto, estou tão contente que já não me apetece falar de coisas sérias. Amanhã há mais. Pode ser que me volte a inspiração.

Pois é: não dá...

Era minha intenção chegar aqui e falar da calma que é necessária para se conseguir fazer as 365000 coisas que há para fazer. Ou falar da importância de se ser dono e senhor de uma enorme capacidade de frustração. Mas não. Não consigo. Com o barulho infernizante que o meu computador faz e que um entendido já disse ser lixo metido na ventoinha da placa não sei de quê e que é só abrir e limpar, tiram-se os parafusos e pronto mas eu de parafusos cada vez percebo menos e até já nem sei muito bem se não terei perdido algum por aí, não consigo ficar o tempo exigido por temas tão importantes como a calma e a resistência à frustração. Eu sei que este blog é de antagonices que trata mas tudo tem os seus limites, e estar a escrever uma coisa quando o que me apetece mesmo é partir o bicho, é uma contradição que, até para mim, ultrapassa os limites do razoável. Pode ser que amanhã esteja mais calminho. Ou que eu me decida a agarrar nele para o levar ao doutor dos computadores.

Casa Pronta

Escritura marcada para o dia 26 de Março – Casa Pronta
26 de Março :
O Agente Imobiliário - Há um problema com o portal das finanças. Os impostos prévios que seriam pagos na escritura (Casa Pronta) terão de o ser antecipadamente.
Rumámos às finanças. Paguei.
Conservatória do Registo Predial – Presentes todas as partes envolvidas, incluindo representante Casa Pronta que, orgulhosa diz: Não se preocupe com mais nada. Nem pedido de Isenção; nem mudança de Morada Fiscal; nem transferência de propriedade. Tratamos de tudo a partir daqui.
9 de Abril:
Intenção: Transferência de contadores – água; luz; gás.
Portal das Finanças: Pedido de Caderneta Predial.
Ah, e tal, a casa não está dada como sua!
A partir daqui foram três horas ao telefone. Entre Casa Pronta; Conservatória e Finanças, foi um vaivém desgraçado, para chegar à conclusão que afinal a Casa Pronta até cumpriu, as Finanças é que parece que não perceberam e, como tal, despejam o veredicto: Tem de se deslocar com a máxima urgência à repartição da sua área de residência.
Casa Pronta, uma ova!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Das ofertas e das procuras

Não há muitos anos atrás as coisas eram bem mais simples, mais fiáveis. Havia poucas escolhas, é certo. Mas o tempo que poderíamos despender a escolher, despendíamos, talvez, a criar. Agora as ofertas são muitas, o que é tentador e nos dá a ilusão de benefício. Se este servidor é caro, há sempre um outro mais barato. Se este não nos serve bem, ameaçamo-lo de mudança e, nesta espécie de guerrilha, ocupamos grande parte da nossa vida – a escolher a quem pagaremos o telefone; a quem compraremos as provisões; a quem pagaremos a electricidade, ou o gás, só falta a água; em que escola estudarão os nossos filhos; a que banco confiaremos o nosso dinheiro; que televisão nos entrará pela casa dentro…
Mas a verdade é que, com o número de ofertas, alargam-se as fileiras das promessas e promete-se aquilo que não se pode cumprir. Ou escondem-se fragilidades.
As pessoas do antigamente, aqueles que têm agora 70 e tantos anos, não estão preparadas para enfrentar um mundo onde não se pode acreditar cegamente em quem nos bate à porta, e assinam contratos porque a senhora era simpática e prometeu gastos menores, só ninguém se lembrou de perguntar – então e se avaria? quem arranja? quem paga? quanto paga?
Embandeiramos em arco com tanta promessa e enterramo-nos todos os dias, perdidos nos incumprimentos e nas letras miudinhas dos contratos que nunca lemos.

terça-feira, 6 de abril de 2010

E é isto

Não chega trabalhar muito. É preciso fazê-lo com inteligência.
Um esforço cego e desordenado desgasta e raramente traz os proveitos que se julgam merecidos. Há que ordenar a vida; medir os esforços; equacionar as várias situações de forma a torná-las justamente rentáveis.
Há que ser inteligente.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Pois é...

Há dias em que são as máquinas que me desesperam.
Estou há uma semana à espera que o meu amigo das obras ponha o carro dele a andar para me despachar a casa. Já perdemos uma semana e tenho até ao fim do mês para me mudar.
O bendito haveria de avariar exactamente no primeiro dia de trabalho!
O computador também já deve ter previsto mudança e, com a ansiedade da pressa, transformou-se em mota! É insuportável! Só para não o ouvir, ligo-o e desligo-o um ror de vezes ao dia. Também não lhe deve dar muita saúde…
O candeeiro que me alumiava como deve de ser as noites de trabalho, também já era. Do tecto pendem os fios. Vamos lá a ver se tem arranjo ou se tenho de comprar outro.
A água da torneira arrasta com ela toda a ferrugem acumulada nos canos. É de tal forma que em dois anos já me furou duas caldeiras da máquina de café. Vamos lá a ver se não me furou qualquer coisa a mim também.
Enfim, já percebi que, umas mais outras menos, todas as máquinas têm de ir ao «médico» antes da mudança. Quanto mais não seja porque não quero que levem daqui qualquer má vibração. O melhor mesmo é irem à revisão, pode ser que venham de lá desinfectadas.

domingo, 4 de abril de 2010

E por falar de Páscoa...

Ao ler esta menina veio-me à lembrança uma cena a que assisti esta manhã e que me levou algum tempo a esquecer. Nesta minha cada vez mais premente necessidade de não me deixar derrubar, há coisas que prefiro esquecer. É uma defesa como qualquer outra.
Diz a CF que a capa do Público a chocou. E o caso não é para menos, as cada vez mais gritantes diferenças de direitos e condições só não chocam quem é de pedra. Mas o facto é que, quando o que nos choca está geograficamente distante, choca-nos naquele momento mas depois passa. Não é uma realidade com a qual tenhamos de conviver e, confortáveis como julgamos estar neste nosso mundinho, depressa esquecemos que todos os dias morrem milhares...com fome.
O pior é quando a nossa realidade ameaça desmoronar. Quando essa realidade longínqua que nos chega apenas através dos jornais ou de outras formas de comunicação, nos bate à porta. Aí é que a porta torce o rabo porque nas costas do vizinho vimos as nossas e todas as entranhas estremecem, mesmo as daqueles que são de pedra.
Pois eu hoje vi uma senhora, vestida com normalidade, limpa, de cabelo lavado (e estes pormenores são importantes), a vasculhar nos caixotes de lixo aqui da minha rua. Não, não vivo num bairro social, nada parecido com isso. Vivo até, e por enquanto, numa zona considerada cara. Pois a senhora andava aqui, mesmo por debaixo da minha varanda, a levantar tampas, a rasgar sacos, à procura...não sei de quê. Não abriu uma, nem duas. Foi seguindo rua fora, de cabeça baixa, timidamente, evitando dar nas vistas sem saber que eu, daqui de cima a observava. Numa das mãos levava um saco de plástico, não sei o que tinha dentro.

In Christus

Redescobri-me, esta Páscoa, muito mais cristã do que aquilo que me julgava ser.
Os meus olhos fogem-me para todas as histórias que rodeiam a Sua vida e os meus ouvidos têm-se deleitado com cânticos em Sua honra. E, pese embora o facto de sempre ter nutrido uma grande admiração e respeito por esta personagem da nossa História, não me lembro de ter sentido, durante tantos dias seguidos, a alma tão cheia da Sua presença.
Não sei se O compreendo, a Ele ou à Sua mensagem, tão completamente quanto seria desejável, mas sei que a maior parte de nós não o faz. E sei que para o fazer, mais do que pensar é preciso sentir. E para sentir, é preciso deixar de pensar. Talvez por isso mesmo a minha cabeça tenha estado algo parada nestes últimos dias.

sábado, 3 de abril de 2010

Estou há dois dias para escrever três páginas.
Levanto-me, sento-me. Leio mais qualquer coisa, levanto-me outra vez. Volto a sentar-me, vou até lá fora, acendo um cigarro. Venho para dentro, sento-me no computador (tudo isto com as palavras a bailarem-me na cabeça). Saio do computador e volto a sentar-me em frente aos livros e aos cadernos e aos textos, pego na caneta, suspiro e vou para o sofá. Acendo a televisão e digo, são só cinco minutos... e ando nisto há dia e meio (dia e meio porque hoje só contou a partir das quatro da tarde). E pronto, é isto. Não há meio de me resolver a vomitar a porcaria do texto!

Dizer que sinto vergonha, é pouco. Tristeza. Muita tristeza.

Eu tenho andado mais ou menos calada mas as notícias de hoje fizeram-me sentir que vivo num futuro deserto onde impera o quase caos.
Não há ninguém que se aproveite ou, melhor ainda, aqueles que existem não fazem outra coisa senão aproveitarem-se e aquele sonho muito antigo já, de descentralização, está praticamente morto.
Não há médicos porque a ordem dos médicos quer continuar a controlar o número de crias; todas as zonas que não estejam confinadas às cidades do Porto e de Lisboa estão a morrer devagar e o deserto de que há pouco tempo falou um qualquer ministro passará a ser uma realidade ainda que não situada onde ele o viu…
As vergonhas, se é que existem, andam bem escondidas, a não ser que se manifestem por os actos serem tão vastos que já andam na boca do mundo.
Cada vez se pedem mais sacrifícios a um povo que cada vez tem menos regalias e com tanta corrupção nem a dignidade nos restará.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Páscoa Feliz

Vim aqui para vos desejar uma Páscoa muito Feliz.
Gostaria de ter ilustrado a quadra mas as imagens que se encontram ou são de coelhinhos e cestos de ovos, ou da Ressurreição de Cristo. E o que é que esperavas? perguntarão vocês. Pois…nada mais do que isso, mas não me apeteceram nem umas nem outras.
Já agora aproveito para deixar aqui uma dica: Tentem ver televisão o menos possível. Especialmente notícias e coisas assim. Concentrem-se em acreditar que vamos para a frente. Não se deixem contagiar. Não deixem que o negativismo se entranhe.
E pronto. Divirtam-se; reúnam-se; comam folares e ninhos; encharquem-se em amêndoas. Mas, se tiverem de ver televisão, optem por aqueles filmes alusivos à quadra e muito muito muito, mas mesmo muito antigos, que sempre imprimem um espírito de esperança, muito mas mesmo muito mais necessário do que a negritude que as notícias nos trazem.
E não me venham cá com a história da necessidade de estar ao corrente das coisas! Olhem à vossa volta e estarão muito mais ao corrente do que engolindo aquilo que os telejornais querem que vocês engulam.
Páscoa Feliz

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Os bons; os maus e os assim assim

Entre um bom profissional com laivos de desonestidade e um menos bom, mas esforçado, honesto e transparente. Escolho o último.
Há pessoas a quem a competência, aquela que elas acreditam ter, sobe de tal forma à cabeça que tomam de assalto o trono de César, convencidos que são os senhores do mundo que tudo podem; convencidos de que aqueles que os rodeiam são idiotas passiveis de serem enganados e manipulados a seu bel-prazer.
Mas foi-me lançado aqui um pequeno desafio para que pudesse escrever um texto sobre as boas pessoas. Aquelas que ostentam uma cervical inteira; que não desviam o olhar; aquelas, enfim, em quem se pode confiar de olhos fechados. E elas existem, eu sei que sim. Contudo não posso afirmar que, aparte as pessoas com quem geralmente me dou, tenham cruzado a minha vida nestes últimos dias, pelo que se torna difícil esse pequeno desafio.
Por isso resolvi destacar aqui uma acção de extrema simpatia vinda de alguém inesperado.
Pois que hoje recebi bolos! E não foram uns bolos quaisquer. Não. Foram bolos feitos pelas mãos da mãe de quem mos ofereceu, assim, do nada. Ofereceu-mos porque sim. Tocou-me. Se calhar não me teria tocado se fossem uns bolos comprados na pastelaria da esquina. Mas os bolos feitos pela nossa mãe, e dos quais nos orgulhamos, não se dão assim ao desbarato, a qualquer um.
Bolos aparte, trata-se de um bom profissional em quem se pode confiar (não sei se de olhos fechados mas isso sou eu que já vou tendo alguma dificuldade em fechar os olhos….). São mais raros esses bons profissionais, mas também os há. Com bolos ou sem eles.