sábado, 13 de março de 2010

Desabafo

Hoje passei cerca de sete horas no hospital com a minha mãe. E se foram só sete foi porque me introduzi clandestinamente nas urgências e consegui chegar à fala com o médico. Constatei que havia um único neurocirurgião de serviço que, segundo as suas próprias palavras, tem apenas uma cabeça e dois braços. É claro que se assim não fosse provavelmente não seria neurocirurgião e não estaria ali.
Mas não é disso que quero falar. É do facto de, apesar de tanta espera, ter saído de lá com uma enorme admiração por todos aqueles que ali trabalham. À excepção talvez do imbecil do segurança que se planta à porta para impedir, sem o mínimo critério, as pessoas de entrar. Mas desde os enfermeiros aos médicos, principalmente ao neurocirurgião de uma só cabeça mas de uma grande alma, aqui fica a minha sincera admiração. Não haverá seguramente neste país lugar mais pandemónico do que as urgências de um hospital público.
E ainda bem que o meu discurso fugiu para aqui. Assim evito pensar na enorme angústia que sinto cada vez que a minha mãe adoece e o meu pai se aflige tanto tanto, porque o que eu queria mesmo era protegê-los para sempre de todos os males que há no mundo.

3 comentários:

Sputnick disse...

É mesmo porque estas situações existem, que me mete nojo escutar um político falar em TGVs,aeroportos, auto-estradas, estádios e afins, porque esses gajos nunca saberão avaliar uma angústia como a tua. Xi-Coração.

continuando assim... disse...

MAIS LOGO, um novo capítulo da história de Alice.
lá no,
... continuando assim...

Aceito , e agradeço as vossas sugestões ... talvez a letra esteja pequena... talvez o blogue possa estar confuso.... talvez ... e talvez :)
talvez nem gostem da história...

Enfim...qualquer coisa, digam.
até logo

obrigada por seguirem
Bj
teresa

Goldfish disse...

Acho que ninguém imagina o que é trabalhar numa urgência - ou se sabe por experiência ou nem se faz ideia. Tirando isso, boa sorte e as melhoras da mãe.