Quero isto.
Não exactamente assim. Se não for pedir de mais preferiria a
coisa sem o incómodo dos ataques, das paralisias e de todas as incapacidades
que não estejam directamente ligadas às vicissitudes da idade. Mas quero isto.
Quero este amor, este cuidado, esta amizade sublime que reserva para si tudo o
que é íntimo. Quero esta dignidade. É assim que quero partir.
É claro que isto, exactamente isto – mesmo exceptuando os tais
ataques -, já não poderei ter. Aquele que era suposto ser o companheiro da
minha vida, ou aqueles, ficaram pelo caminho, provavelmente porque tudo
indicava que isto, eu não teria. Mas como para se ter isto não é preciso uma
vida inteira – vinte ou trinta anos podem muito bem bastar -, eu quero isto.
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