sábado, 12 de setembro de 2015

Pretérito mais-que-perfeito

Acabei de passar à porta dos escritórios de uma empresa especializada em portas de luxo, modernas e originais, tal e qual os candeeiros lá na rua da Vitória [não se preocupe mais...].

Não, não se preocupe, porque se tiver menos de 50 anos provavelmente não perceberá o paralelismo e isso não tem importância nenhuma. O que interessa aqui é que os ditos escritórios estão ao abandono. Faliram. Eles, a firma e mais umas poucas que aqui na zona vendiam materiais de construção de primeira água.

Como é que eu sei disso? É fácil, foram eles que nos forneceram todos os materiais que usámos nas obras de remodelação da casa de família.

O tempo passa. Inexoravelmente, passa. E tudo o que é novo será velho, ou morto. 

No entanto, tudo o que passa merece lamento. Porquê? Porque tudo o que passa foi perfeito, foi bom, foi belo. Na nossa memória evidentemente.

É claro que nada do que acontece agora se pode comparar ao que já passou. 

Porque ainda não passou.

Perfeitos? só os pretéritos. Os presentes não passam de momentos que até podiam ser mas não são e, mesmo que fossem, não os veríamos.

E como poderíamos, se os nossos olhos apontam sempre noutra direcção?

Aqui para nós que ninguém nos ouve: não me fez grande mossa o abandono das portas.

1 comentário:

Majo disse...

~~~
~ Lamento constatar a dissolução de firmas de qualidade
que deixam no desemprego os seus trabalhadores...


~ Também lamento ter que engolir, mais uns anos, Portas
forticado numa coligação tão ridícula...

~~~~~ Abraço amigo. ~~~~~
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