Não tem saudades aqui do
bairro? perguntou-me ela assim que cheguei. E o curioso é que ainda não tinha
chegado a meio da rua quando esse pensamento me ocupou, logo seguido daquela
sensação que tenho, sempre que regresso ainda que pontualmente ao lugar que deixei
para trás - incómodo.
Ao contrário de muita gente,
sinto-me sempre melhor no lugar onde
estou do que me lembro de me sentir no lugar onde estava - seja ele um sítio, uma pessoa ou
mesmo um estado de espírito. Tudo o que tenho agora é o melhor que já tive e, mesmo
que não seja, é isso que eu sinto.
Voltar ao lugar que deixei, traz-me um desconforto tão grande que antes de lá chegar já estou a pensar em
sair e voltar para mim. Creio que tem sido esse o meu percurso, agora que penso
nisso, em direção a mim, ao encontro de mim.
Assim, quando morrer, já poderei dizer que me conheci, que cheguei a
saber quem fui.
Os retornos não
são regressos, são recuos. E eu não gosto de andar para trás a não ser que isso
seja imprescindível para continuar em frente.
Não, respondi-lhe. Não sinto
saudades. Gosto de viver onde vivo.
1 comentário:
~
~~ Compreendo-a perfeitamente...
~~ Interessante e assertiva a sua análise introspetiva.
~~ A atitude é fundamental na conquista do sucesso.
~~~~~ Abraço amigo. ~~~~~
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