terça-feira, 28 de setembro de 2010

Da influência dos ânimos

Em tempos difíceis como este, parece que os ânimos oscilam entre o pessimismo e o optimismo.
No meio costumava estar a normalidade, mas deve-se ter cansado e fugiu para a esperança que pelos vistos é mesmo verde, daquele verde de que se alimentam certos animais... daí que não se encontre em lado nenhum, nem a esperança e nem a normalidade.
De resto a esperança alberga tudo o que é bom e rejeita tudo o que é mau. Por ausência de egoísmo alguma coisa tem de ficar para o medo…
Mas o mais estranho, no meio disto tudo, é a forma como os ânimos influenciam os acontecimentos. Ontem não foi um dia fácil. Nem fácil nem agradável no que diz respeito a tudo o que pode influenciar o ânimo. Por consequência a noite foi de pesadelos e o despertar de hoje… enfim, nem vale a pena comentar… a questão é que tudo empanou como se o país tivesse sido assolado, de repente, por uma epidemia qualquer que lhe tolheu os mecanismos e, enquanto eu jazia, transida de pânico, agarrada ao volante do automóvel, todos os outros condutores sofreram, na certa, do mesmo mal e, pelas nove e tal da manhã, as filas de trânsito acumularam-se sem razão aparentemente objectiva.
E, voltando ao mais estranho dos estranhos, tudo se aliviou no momento em que a erva da esperança, a tal que de vez em quando é manjar de certos animais, voltou a despontar viçosa mas quebradiça, que os tempos, como já disse, são suficientemente difíceis para que ela não se aguente firme e hirta.
Chamem-me doida, mas que o ânimo influencia grandemente os acontecimentos reais, influencia. Pode até não mudar o âmago, mas muda o superficial e isso é, muitas vezes, o suficiente para se arranjar as forças necessárias para, senão mudar, pelo menos chocalhar o que é vital.
Trabalhem-se os ânimos e pode ser que se consiga alguma coisa no meio desta embrulhada que é o nosso incertíssimo futuro. Alguma razão os brasileiros hão-de ter quando apregoam os benefícios do espírito positivo, ao fim e ao cabo é um povo que percebe bem o que são dificuldades...

2 comentários:

Inês disse...

Resta aprender a animar esses ânimos... tarefa difícil mas nunca impossível! Um beijinho!

Sputnick disse...

Sabes, esse meio termo, é como a nossa classe média, está em vias de extinção :-)