segunda-feira, 23 de abril de 2012

A vida a sério


Uma amiga perguntou-me se eu levava a vida a sério. Na verdade a pergunta foi feita na negativa e a palavra “isto” substituiu “vida”, Não levas isto a sério?, perguntou ela já com o espanto a brilhar-lhe nos olhos, como quem adivinha a resposta. Não, respondi eu. E foi assim que legitimei o espanto dela.

Não é que não leve a vida a sério. Como é possível não levar a sério as alegrias, os sofrimentos, as incertezas, os medos, o amor, a esperança?!... O que eu não levo a sério são as questiúnculas que se apoderam das relações humanas. As distrações. As discussões empolgadas que se alimentam do que de mais vazio nos povoa. Discussões sem alma, sem verdade. Discussões falsas, que escondem misérias.

Não levo a sério as discussões dos amantes, nem as opiniões dos políticos. Não levo a sério as birras das crianças. Não levo a sério nada que existe apenas para alimentar egos ou saldar frustrações. É só isso que eu não levo a sério. Mais de resto, levo tudo a sério. Era lá eu capaz de brincar com a vida!

4 comentários:

CF disse...

:):)

Sputnick disse...

bem...e quantas vezes a vida brinca connosco? :)

Inês disse...

Tão lindo este texto... pode não parecer, mas eu andoo por cá... Um beijinho.

Anónimo disse...

É bom ler-te. De quando em vez passo por cá tipo leitor anónimo e a alma fica reconfortada! :-)