Há momentos em que duvido de tudo. Ponho em causa todas as
certezas e minimizo a importância do
mundo. Não, não se trata de relativizar. É muito mais do que isso. É
desvalorizar tudo aquilo a que nos atracamos na convicção de que tem valor
universal. É desvalorizar todas as certezas, por as acreditar improváveis e
temporâneas. É desvalorizar todos os dramas, por os encontrar insignificantes no
meio desta vastidão que é o universo. É desvalorizar todas as
lutas, por as acreditar pequenas e vãs, incapazes de vencer as forças que têm,
verdadeiramente, mantido o comando – as daquela natureza que também é a nossa
mas que teimamos em incompreender.
Um amigo muito querido, que não via há muito tempo e com quem
hoje almocei, contou-me uma história de um grupo de cientistas que se reuniu
para estudar o voo da mosca. Cada um, na sua especialidade, foi concluindo que
a mosca não pode de forma alguma voar – tem peso excessivo para a envergadura
das asas; não possui o aerodinamismo necessário para o empreendimento… enfim,
este grupo de cientistas concluiu que a mosca não pode voar e toda a gente ficou a saber que a mosca não pode voar.
Toda a gente,
menos a mosca.
2 comentários:
:)) E diria eu que a mosca é que importa... Vai-se a ver e podemos tirar ilações... Não??
Olá!
Alguém por favor que informe essa mosca!!!
Não vá ela ter um acidente.
Agora a sério, passei para te descobrir, voltarei com mais tempo.
Fica bem, bom fim de semana.
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