sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Dos transportes públicos

Não gosto de tomar decisões, acerca de questões práticas, que não estejam minimamente fundamentadas. Por isso hoje decidi utilizar os transportes públicos para me deslocar para e da Faculdade.
Pois que, Senhores-Que-Mandam-Nisto-Tudo, se querem realmente a nossa, entenda-se – minha, colaboração no sentido de preservar o ambiente e isso tudo, terão de melhorar substancialmente o esquema dos transportes públicos, não digo em todas, mas em algumas vertentes que, por sinal, até são fundamentais. A saber:
- Os custos… mesmo com compras de 10 de uma vez, mesmo com passe, mesmo com todos os esquemas engendrados para nos fazer acreditar, ai que barato que está, é superior àquele que gasto se levar o meu automóvel. Eu sei que parece pouco provável, até impossível, mas é verdade. É superior.
- O tempo… que levo para chegar ao destino, sendo que a volta foi ainda pior, é muito superior àquele que levo na maior parte dos dias quando vou de automóvel, e muito semelhante àquele outro que perco nos dias de mais aperto. Um percurso que a determinada hora me tomaria cerca de 20 minutos, tomou-me hoje 1h30!!!
- O stress… a que me obriga a correria de um para outro comboio, com os carregamentos dos cartões, que não aceitam um se ainda lá tiverem um outro de outro percurso diferente, e a espera, principalmente do comboio da Fertagus que, ainda que passe com alguma frequência, tem horários definidos, e não estou a dizer que não compreendo essa necessidade, só estou a dizer que não me serve porque me faz perder tempo de mais, todo este stress é superior àquele que “sofro” dentro do meu carro, mesmo que em fila. E, já agora, essa ideia de que quando se vai de comboio se pode aproveitar o tempo para ler, é uma ideia muito romântica mas não passa disso mesmo – uma ideia romântica. Na prática o tempo dá para quase nada já que as viagens são curtas de mais para nos podermos alhear por um período de tempo suficiente para ler um parágrafo inteiro.
Portanto, ao fim de uma hora e um quarto, para lá, e uma hora e meia, para cá; três comboios; alguma corrida e muito stress, cheguei à conclusão que não, não me sai mais barato; não, não me serve. Continuarei a poluir diariamente o ambiente. Temos pena.
Não posso, porém, deixar de dizer que fiquei encantada com as condições dos comboios, de todos eles, e das respectivas estações. Estão de meter inveja a qualquer europeu. Recomendo aos londrinos um passeio Lisboa – Almada, de comboio evidentemente, e por comboio entenda-se Metro e seus derivados, já que eles coitados bem precisam de um modelo catita para se inspirarem na renovação da frota e respectivas estações e apeadeiros.

2 comentários:

CF disse...

Evoluções então. Nos meus tempos de faculdade, e de transportes públicos tudo era pior. Para além do mau que referes, tinhamos uns metros velhos e barulhentos, que rangiam até mais não...

Goldfish disse...

A minha mãe fez alguns anos o percurso Caparica - Sta. Apolónia. Ia de camioneta, barco, comboio e autocarro. Levava 1h15, 1h30 para cada lado, SE não houvesse complicações. Quando passou a fazer Lisboa Ocidental - Sta. Apolónia, em dois autocarros, levava 1h, 1h15. De carro punha-a lá em 20 min.. Estou a falar de uma altura em que não havia metro no Terreiro do Paço nem em Sta. Apolónia, mas não foi nem há 5 anos... Há muito a fazer pelos transportes públicos antes que eles sejam uma alternativa razoável ao carro.