Há uma certa doçura no abandono, na entrega. Talvez seja essa doçura que assalta certas pessoas em certas idades e as leva a abandonarem-se à morte quando a vida ainda pulsa lá dentro, ténue, silenciosa.
É perigoso este amor ao abandono, esta vontade de não ser, de não estar; esta indiferença. É perigoso em todas as idades mas, fundamentalmente, em idades avançadas, quando aquilo que nos desperta cada vez desperta menos e dependemos da vontade alheia para por cá continuarmos.
É perigoso e assustador para quem presencia. Oscila-se entre a compreensão e a revolta feita do medo que a proximidade da morte transporta.
É perigoso este amor ao abandono, esta vontade de não ser, de não estar; esta indiferença. É perigoso em todas as idades mas, fundamentalmente, em idades avançadas, quando aquilo que nos desperta cada vez desperta menos e dependemos da vontade alheia para por cá continuarmos.
É perigoso e assustador para quem presencia. Oscila-se entre a compreensão e a revolta feita do medo que a proximidade da morte transporta.
1 comentário:
Embora seja duro admitir.
Esse direito ao abandono existe.
Cabe-nos entendê-lo, aceitando, ou não.
Enviar um comentário