quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O filho é meu. Faço com ele o que muito bem entender (?????)


Com o advento da crise, como tem acontecido ao longo da História, nascem alternativas como cogumelos e multiplicam-se os grupos revolucionários, reacionários ou ambos, contestatários e combatentes da ordem vigente com soluções que passam pelo desprezo total por todas as conquistas técnicas e científicas num saudosismo do passado, que é tanto mais ousado quanto o recuo do que se pretende recuperar, e acabam num outro extremo com visões de um novo mundo que se adivinha artificialíssimo.

Os meios-termos existem mas não são fáceis. Há quem ande a tentar recuperar o passado com ferramentas do futuro, sem grandes resultados ou, pelo menos, sem resultados acessíveis à maioria, como, por exemplo, a agricultura e a pecuária biológicas que ainda não se conseguiram impor às grandes produções e, à semelhança daquilo que muitos dos que as defendem combatem, são acessíveis apenas a uma minoria de privilegiados que conseguem pagar os preços exorbitantes que os revendedores, por exemplo de carne de bovino, pedem por embalagens que não dão para a cova de um dente.

Mas tudo isto é legítimo porque o Homem sempre foi livre de Ser e de agir conforme a sua própria visão e consciência. A questão que aqui coloco prende-se com o direito que temos de impor de uma forma perentória as nossas visões às nossas crianças.

Sei de pais que se recusam a vacinar os filhos e que acham que um homeopata é mais fiável do que um pediatra. E isso, meus senhores, deixa-me os cabelos em pé.

Com que direito se recusa a uma criança que não pode escolher, a proteção que levou anos de conquista, em todas as frentes – quer na científica, quer na política -, e que permitiu uma redução drástica das taxas de mortalidade infantil?! Com que direito, a não aquele que acreditamos possuir por sermos pais?! Direito abusivo, esse que acredita que um ser humano é propriedade seja de quem for!

1 comentário:

Majo disse...

Fiquei muitíssimo admirada!
Então as vacinas não são obrigatórias? Elas têm de ser apresentadas nos atos de matrícula em qualquer nível de ensino. Não se trata de preservar a saúde da criança, mas é um caso de saúde pública, pois trata-se de prevenir doenças contagiosas.
Foi através da vacinação que se diminuiu drásticamente a tuberculose, o tifo, a poliomielite, a raiva e erradicou-se a varíola!

Quanto aos alimentos de origem biológica são, de fato, uma afronta ao orçamento da maioria das famílias portuguesas e o mercado de produtos naturais, não tendo nenhum orgão de fiscalização, comete abusos, como por exemplo, não fixar o prazo de validade.

Abraço.