Caem corpos à minha volta. Não são corpos, ainda. São ensaios de corpos, ensaios de quedas. Ensaios de quem sabe ou teme que, se ainda não caiu, cairá.
Hesito em usar palavras negras, termos caóticos, dramáticos. Fazem-me mal. Fazem-nos mal. Mas têm o condão de nos acordar, e o cerco adensa-se e é isto que vejo: gente aflita; gente em pânico! gente que não compreende porque é que de repente corre o risco de não ter que comer; de não ter casa!
Hesito em usar palavras negras, termos caóticos, dramáticos. Mas até quando é que nos vamos esconder atrás de um falso optimismo? E como iremos nós, portugueses, viver mais esta privação? De braços caídos e olhar submisso? de almas conformadas? Durante quanto tempo? É que, em média, costumamos aguentar cerca de 50 anos...
1 comentário:
Gosto deste passar do «filme» do sofrimento individual, do desespero, para o inconformismo com o isolamento na culpa privada. Lindo!
Enviar um comentário