Temendo a aproximação de uma ligeira depressão, apressei-me a marcar uma consulta de Psiquiatria.
Assim que entrei no consultório julguei ter entrado num quarto onde alguém, dormindo, corria o risco de apneia de tal forma era ruidosa a sua respiração! Obeso naquilo que me parece o limite da obesidade, o senhor respirava a contragosto, num esforço incomodativo e perturbador. Agarrado a uma caneta de onde sobressaiam unhas roídas para lá do sabugo e peles levantadas até se ver sangue, não me olhou sequer! Ao cabo de duas perguntas, desatou a escrever e, quando se preparava para me responder à, creio que única, pergunta que lhe fiz, um telefone tocou! O senhor deitou a mão a um dos bolsos do casaco de onde tirou uma pequena bolsa, de feltro verde bandeira. Na pequena aba, as quinas. Não era aquele que estava a tocar – pousou-o suavemente na secretária, ao seu lado, e meteu a mão na outra algibeira de onde tirou uma outra bolsinha, igual à primeira mas, desta feita, vermelha! Falou entusiasticamente ao telefone, desligou, pousou a bolsinha ao lado da que lá estava - uma bandeira portuguesa passou a marcar presença naquele consultório, e voltou à escrita. E o que escrevia o senhor?! Uma receita que comportava injecções e três espécies de comprimidos! Quando o indaguei sobre os efeitos, respondeu-me que eram antidepressivos.
E foi assim que, sem me conhecer; sem saber fosse o que fosse da minha história ou mesmo dos meus sintomas, este senhor decidiu que eu precisava de me encharcar em medicamentos!
Saí de lá convencidíssima que estou em muito, mas muito melhor estado do que ele, coitado!...
Assim que entrei no consultório julguei ter entrado num quarto onde alguém, dormindo, corria o risco de apneia de tal forma era ruidosa a sua respiração! Obeso naquilo que me parece o limite da obesidade, o senhor respirava a contragosto, num esforço incomodativo e perturbador. Agarrado a uma caneta de onde sobressaiam unhas roídas para lá do sabugo e peles levantadas até se ver sangue, não me olhou sequer! Ao cabo de duas perguntas, desatou a escrever e, quando se preparava para me responder à, creio que única, pergunta que lhe fiz, um telefone tocou! O senhor deitou a mão a um dos bolsos do casaco de onde tirou uma pequena bolsa, de feltro verde bandeira. Na pequena aba, as quinas. Não era aquele que estava a tocar – pousou-o suavemente na secretária, ao seu lado, e meteu a mão na outra algibeira de onde tirou uma outra bolsinha, igual à primeira mas, desta feita, vermelha! Falou entusiasticamente ao telefone, desligou, pousou a bolsinha ao lado da que lá estava - uma bandeira portuguesa passou a marcar presença naquele consultório, e voltou à escrita. E o que escrevia o senhor?! Uma receita que comportava injecções e três espécies de comprimidos! Quando o indaguei sobre os efeitos, respondeu-me que eram antidepressivos.
E foi assim que, sem me conhecer; sem saber fosse o que fosse da minha história ou mesmo dos meus sintomas, este senhor decidiu que eu precisava de me encharcar em medicamentos!
Saí de lá convencidíssima que estou em muito, mas muito melhor estado do que ele, coitado!...
5 comentários:
:):)
Primeiro, os que tratam as mentes, nem sempre são saudáveis, e tu tiveste azar.
Segundo, aqui a malta da psicologia, filtra muito melhor essas coisas, os Psiquiatras ppartem logo ao ataque com as pilulas maravilha.
Terceiro, para uma opinião sincera e à borlix, estou cá eu. É só combinar a jantarada, com a viola do Sputnick.
Quarto, assim, à distância, nem me pareces nada deprimida, mas enfim, também me engano.
Isto, numa seleccionadíssima e exigentíssima actividade profissional. Não admira que a política esteja como está... Mas também aqui há uma inspiração positiva: no pior dos males também podemos encontrar solução!...
Definitivamente, temos de tomar a nossa vida nas nossas próprias mãos, individualmente e com os que connosco partilham a existência. Os "donos" da gente e as autoridades "de cátedra" já foram de facto (SÓ falta irem-se de lege ferenda)...
CF combina lá isso :):)Bom jeito que me dava uma conversa profissional :):):)
A CF já se ofereceu e eu ia recomendar: nada contra psiquiatra, mas muitas vezes parece-me que as pessoas precisam mais de desabafar do que de consumir pilulazinhas milagrosas!
Eu que não sou da área da psicologia nem psiquiatria, confesso-me chocada com a descrição feita. E pagaste a consulta????? Eu tinha-me levantado e não pagava ai não não!!!
Vou pela CF...os psicólogos são mais cuidadosos...é uma formação diferente!
beijos
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