segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Da abstenção

Na impossibilidade de investigar sobre cada motivo que levou cada pessoa a abster-se de votar, creio que será justo, e democrático, ter em conta a existência de populações que utilizam a abstenção como forma de luta por não terem mais nenhuma.

Contudo, e uma vez que a abstenção não é considerada uma figura de valor percentual no quadro do eleitorado, lá se vai a forma de luta! É que, votem 100 ou 20, ganhará sempre o candidato que tiver mais cruzes efectivas no papel.

Em qualquer concelho de administração, creio eu, quando um ou mais membros são impossibilitados de comparecer numa votação terão de se fazer representar por outrem. Quer isto dizer que TODAS as vontades serão tidas em conta ou não se avança com medida nenhuma.

Essa deveria ser, na minha opinião, a atitude correcta no que às eleições diz respeito. Deveria ser determinado um número mínimo de votantes, nunca abaixo de 51% do eleitorado, para que qualquer eleição fosse levada a cabo. Só assim se estaria, realmente, a dar voz à maioria dos portugueses.

Até que ponto é que o modelo vigente serve o poder, é algo sobre o qual nos deveríamos debruçar.

Como já tive oportunidade de referir, em resposta a um comentário deixado no post anterior a este, e ao contrário do que possa parecer, eu votei, voto sempre a não ser que esteja verdadeiramente incapacitada de me deslocar. Contudo, numa democracia, não digo verdadeira porque a nossa o é, mas completa, esse quadro teria de ser tido em conta. Como é que faz, por exemplo, quem está internado ou incapacitado de se deslocar?

Existem, sempre existiram desde os primórdios gregos da democracia, formas mais ou menos subtis de afastar a participação dos mais fracos, e por “mais fracos” entenda-se todos aqueles que já mencionei mais os que continuam a ser objecto de uma selecção velada e que, de uma forma ou de outra, são mantidos na ignorância.

À pergunta “Como votar?”, digitada no site do Ministério da Administração Interna, obtive como resposta “0 resultados”.

Este é o site cujo link deveria aparecer no do Ministério da Administração Interna, sempre que é formulada uma pergunta sobre eleições.

3 comentários:

Sputnick disse...

Na minha opinião, o voto deveria ser obrigatório. Por outro lado, o estado, que tanto $$$ nos gasta em tempos de antena e afins, teria de assegurar inequivocamente, as condições para cada um votar. Mas não creio que este modelo interesse aos interesses instalados.

MB disse...

Cara Antigona, sobre a abstenção já sabe qual a minha opinião e não mudo nem uma vírgula mas, obviamente q as opiniões expressas no post anterior se referem a quem usa a abstenção de forma "consciente" como forma de marcar uma posição. Reconheço que haverá sempre motivos de força maior q justificam a ausência e muitas vezes os mecanismos q posssibilitariam a algumas pessoas votar, como deslocações feitas com o auxílio de bombeiros, etc, não funcionam. Mas não acredite q são esses casos q engrossam as percentagem do absentismo. Em abono da verdade devo confessar q já houve umas eleições em q não votei... estava na maternidade em trabalho de parto (mas valeu a pena não ter ido votar o resultado foi espectacular). Bjo

Goldfish disse...

Quanto mais ignorante é um povo, quanto mais informação e menos compreensão houver, mais fácil é fazer gato e sapato dele.