Como diz a canção “…não vais levar a mal, mas beleza é fundamental”.
E não me refiro aqui à beleza dos traços que delimitam a matéria, mas à beleza que vem da harmonia do conjunto composto pelo objecto e aquilo que o rodeia. A beleza graciosa e generosa do contexto do que é e do que parece ser, do que se vê e daquilo que é invisível.
E isto vem a propósito de um excerto de um bailado de Pina Bausch que encontrei no Facebook. Não pretendo pôr em causa a indiscutível qualidade de Pina Bausch nem, tão pouco, o valor desta obra, que não vi. O que me chamou a atenção, aqui como noutras obras de arte, foi o enfoque, o olhar do artista.
Eu própria defendi, há não muito tempo, a necessidade da exposição do mundo tal como ele é, a realidade “nua e crua” e, se mais não houvesse, bastariam estes dois adjectivos para se perceber que o mundo não é bonito. Eu própria defendi a necessidade do choque, como um grito que exige que se abram os olhos, que se veja!
Hoje, talvez por ser assolada por essa realidade “nua e crua”, seja através dos média, seja no contacto com obras de arte, questiono as vantagens daquilo a que chamo o “realismo assoberbado”.
Falta-nos a paz que a beleza tem o poder de transmitir! Não caberá essa transmissão aos artistas? Não lhes caberá a tarefa de recriar a realidade; de a olhar de um outro ângulo; de a transformar? Não estará na altura de circunscrever a triste realidade aos média e pedir aos artistas que nos mostrem o invisível, que nos mostrem um outro lado do possível? Será que não está na altura de tentarmos transformar um pouco o mundo devolvendo-lhe alguma beleza?
É que, quer queiramos quer não, os conceitos tendem a entranhar-se-nos na alma e, nos dias que correm, o paradigma vigente é o de uma realidade repleta de fealdade. Quem sabe se o mudarmos, ao paradigma, seremos capazes de, com o tempo, transformar o mundo. António Gedeão percebeu isso quando disse, a propósito dos olhares de Sancho e D. Quixote: “Vê moinhos? São moinhos! Vê gigantes? São gigantes!”
E não me refiro aqui à beleza dos traços que delimitam a matéria, mas à beleza que vem da harmonia do conjunto composto pelo objecto e aquilo que o rodeia. A beleza graciosa e generosa do contexto do que é e do que parece ser, do que se vê e daquilo que é invisível.
E isto vem a propósito de um excerto de um bailado de Pina Bausch que encontrei no Facebook. Não pretendo pôr em causa a indiscutível qualidade de Pina Bausch nem, tão pouco, o valor desta obra, que não vi. O que me chamou a atenção, aqui como noutras obras de arte, foi o enfoque, o olhar do artista.
Eu própria defendi, há não muito tempo, a necessidade da exposição do mundo tal como ele é, a realidade “nua e crua” e, se mais não houvesse, bastariam estes dois adjectivos para se perceber que o mundo não é bonito. Eu própria defendi a necessidade do choque, como um grito que exige que se abram os olhos, que se veja!
Hoje, talvez por ser assolada por essa realidade “nua e crua”, seja através dos média, seja no contacto com obras de arte, questiono as vantagens daquilo a que chamo o “realismo assoberbado”.
Falta-nos a paz que a beleza tem o poder de transmitir! Não caberá essa transmissão aos artistas? Não lhes caberá a tarefa de recriar a realidade; de a olhar de um outro ângulo; de a transformar? Não estará na altura de circunscrever a triste realidade aos média e pedir aos artistas que nos mostrem o invisível, que nos mostrem um outro lado do possível? Será que não está na altura de tentarmos transformar um pouco o mundo devolvendo-lhe alguma beleza?
É que, quer queiramos quer não, os conceitos tendem a entranhar-se-nos na alma e, nos dias que correm, o paradigma vigente é o de uma realidade repleta de fealdade. Quem sabe se o mudarmos, ao paradigma, seremos capazes de, com o tempo, transformar o mundo. António Gedeão percebeu isso quando disse, a propósito dos olhares de Sancho e D. Quixote: “Vê moinhos? São moinhos! Vê gigantes? São gigantes!”
3 comentários:
A beleza, mais do que um capricho, é uma necessidade. Precisamos dela, nem que seja de longe a longe, nas árvores, nos pássaros, no mar, e em tantas outras coisas, porque nos trasmite a calma que falas. Lindo texto Antígona. Bom Domingo para ti. Cheio de coisas bonitas :):)
Fabuloso este texto.
Adorei...não concordo na totalidade...mas adorei...
bjs
O texto é bonito, mas não posso aceitar que se espere do artista, ou da arte, q transforme o feio em belo, q mascare a realidade. Houve alturas emq isso foi verdade, era a procura do belo e do sublime q movia a arte. Felizmente o artista assumiu o seu papel social, de intervenção e de despertar das mentes, de cidadão. Se a forma através da qual o faz, nos parece a nós, espectadores, bela e agradável, optimo, mas convém não deixar de ler nas «entrelinhas».
Cumprimentos
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