Não sou uma pessoa fácil, não sou. Sou determinada; exigente, mais até comigo do que com os outros mas basta sê-lo para o ser sempre…; dou tanto de mim em tudo o que faço, e a maior parte do que faço só mesmo dando, não há outra forma, que por vezes se me vai a paciência às urtigas e sinto, deveras, que se fecho a boca rebento; sou ciosa do meu espaço e do meu silêncio, ainda que ultimamente ande a treinar consegui-los dentro de mim, independentemente das condições ambientais ou das circunstâncias, o que não é fácil, nada fácil...; dou ares de independência e autonomia – e sou, na verdade, independente e autónoma, por vezes até mais do que gostaria de ser, aliás passo por muitas situações em que preferia mil vezes não ser capaz de…, para que alguém me ajudasse, alguém o fizesse por mim, mas depois vem todo este mau feitio ao de cima e chego à conclusão que a maior parte das vezes as coisas só ficam como eu acho que devem ficar quando sou eu a fazê-las porque a maior parte das pessoas sofre de uma incompetência crónica – o que também não é verdade, eu sei. Mas às vezes parece…parece…
Tudo isto para dizer que apesar dos pesares sou uma pessoa como as outras, com defeitos e virtudes, forças e fragilidades, enfim tudo aquilo que os outros têm – o fardo, se não é o mesmo, nunca é, será parecido -; zango-me quando tenho de me zangar e faço as pazes quando tenho de as fazer; não guardo rancores; evito fazer juízos de valor, na verdade sou uma mente bastante aberta – detesto radicalismos, absolutismos, fundamentalismos e outros ismos, tanto quanto detesto preconceitos… Mas há uma coisa que não me podem fazer – ignorarem-me. Ignorarem os meus sentimentos, as minhas razões, as minhas zangas, as minhas queixas, como se elas não tivessem a mínima importância, como se se tratasse de uma qualquer “pancada” de momento e não fossem sequer dignas de atenção, consideração ou interesse. Isso, ninguém pode fazer. Nunca.
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