Tive hoje uma conversa, em tom de entrevista – uma entrevista em tom de conversa, é mais correcto – com alunos do 12º ano, de uma escola do concelho de Oeiras, que me convidaram para esse fim no âmbito de um programa de Música & Arte por eles organizado, e que terá a duração de uma semana.
Fui convidada na qualidade de escritora, o que muito me honrou, pelo que os meus livros, todos os três, foram depositados em cima da mesa onde me sentaram, defronte de uma audiência que superou as expectativas, as minhas evidentemente.
As perguntas foram previamente preparadas por uma das alunas e por uma das professoras que estava presente e eu dei comigo a gostar de estar ali, a gostar de responder e a emocionar-me ligeiramente, muito ligeiramente, ao ler versos e parágrafos sobre os quais os meus olhos não poisavam desde o momento em que deixaram de ser meus para ser de quem os quisesse ler. Falou-se de justiça e injustiça; da condição da mulher; das desigualdades sociais; de Pessoa e Saramago; de Eça e do despropósito das leituras obrigatórias. Falou-se de ensino e de revolução; de protestos e de iniciativas; de estar vivo e desperto. Falou-se de pais e filhos; de esqueletos em armários; da “guerra” dos sexos; de compreensão e respeito. Falou-se de quase tudo o que importa.
Foi uma experiência muito gratificante e tenho pena que não haja mais alunos, de outras escolas, com este tipo de iniciativa porque, se houvesse, gostaria que me convidassem. Não gosto de dar palestras, mas tenho jeito para pequenos discursos e para discussões, sobretudo para discussões, e os meus conterrâneos não conhecem essa minha faceta, e eu tenho pena.
2 comentários:
E tu já a mostras-te???
Não sei :) se calhar não. Ando demasiado ocupada com a outra :):)
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