Nos tempos que correm não me parecem muito apropriados os protestos constantes, as insatisfações e as más vontades, quando nos levantamos debaixo de um tecto simpático, num prédio com elevadores; temos comida na mesa e roupa para vestir; quem nos trate as maleitas e dinheiro para a farmácia; quando temos família que nos apoia; sol que brilha; árvores e canto de pássaros. Não me parecem muito apropriados… Deveríamos talvez agradecer. Não a ninguém em concreto se acharmos que não existe a quem, mas alimentar esse grato sentimento que é a gratidão e que nos enche a alma e nos faz acreditar que somos felizes e que temos tudo aquilo que precisamos. Até porque os sentimentos, quer a gente queira quer não; quer acredite quer não, são criadores. São até, provavelmente, as primeiras máquinas geradoras que alguém um dia inventou.
Mas ela não pensa assim. Não sente assim. E a uma maleita outra se segue, às vezes até a própria solução da primeira é motivo de enfado e contrariedade, como se fosse urgente manter esse estado de espírito, e é. E é, porque sempre que ele esvoaça, quem a rodeia tende a esquecer aquilo que verdadeiramente a atormenta e isso é que não pode acontecer. Assim, vai disfarçando o seu mal com outros males menores e mantendo os olhos e os corações fixos nela, não vá ela perder-se nos sentimentos dos outros.
1 comentário:
Há que ter paciência, amiga. Beijinhos :)
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