Tenho alturas em que me embrenho de tal maneira no trabalho e nas preocupações e nas responsabilidades e naquilo que invento se for caso disso, que me fecho em mim e esqueço, ou antes - faço de conta que esqueço, que para além deste mundo em cuja ratoeira fui caindo, umas vezes consciente outras nem por isso, existe um outro feito de gente, de convívio, de amizade, de amor e de muito, muito carinho.
E quando a minha cegueira me começa a cegar, acordo, respondo aos apelos e vou, e é quando vou que recordo a imensa riqueza que se esconde nos outros e sem a qual na verdade não poderia viver, a não ser talvez durante escassos, escassíssimos, períodos de tempo.
Contudo, e apesar de tudo isto ser verdade verdadinha, é nos meus filhos que habita toda a minha força. Nem preciso de os ver, sempre, basta ouvi-los, basta até saber que estão lá, que estão bem, e nada mais importa, nada mais temo. Foi neles que depositei tudo o que tinha e aquilo que a partir daí cultivei, porque não sei viver cheia de nada mas preciso de ter no meu horizonte a paisagem mais bela, mais abundante e rica, a mais verde, a mais viçosa, a mais tranquila, a mais alta, a mais luminosa, e eles são, muitas vezes, essa paisagem e, por isso, a minha paz.
5 comentários:
e que filhos maravilhosos devem ser, a julgar pelo quase nada que sei da D. pelo menos!
E são Raquel :) São o meu maior orgulho :)
:):):)
Como te entendo. Galinhas é que nós somos :)
fiquei com lagrima. adoro.te lamechas!
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