Olho-me aqui, há tantos anos atrás, e parece-me que foi, não ontem, seria um exagero, mas tão próximo quanto o é a identidade. Quem sou eu? Esta que aqui vejo ou a figura que me olha ao espelho? Por vezes penso que a minha alma cristalizou neste ano.
Poucos meses antes toda a minha vida tinha mudado, arrastada por uma doença que incapacitou o meu pai, até hoje. Por vezes pergunto-me se algum dia saí deste liceu. Há uns dias uma velha amiga levou-me às lágrimas quando, para ilustrar a flacidez das suas carnes, me dizia que a uma determinada velocidade, de braço apoiado na janela, os ossos chegavam ao destino muito antes dela que, empurrada pelo vento, tendia a deixar-se ficar para trás. Talvez isso nos aconteça a todos – os ossos andam em frente, mas a carne teima em deixar-se ficar.
5 comentários:
É no D.João de Castro?
Parece-me o Pragal. é?
É o Liceu de Almada (antigo D. João de Castro) no Pragal, sim senhor :)
E tu estás onde??
Estou na fila de baixo, a primeira do lado esquerdo (está uma linha preta a rodear-me) :)
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