quinta-feira, 3 de novembro de 2011

"O Senhor Doutor"

E passou-se praticamente uma semana desde a última vez que por aqui passei. É assim. Tem dias em que as palavras não me cabem cá dentro e outros em que se esfumam mal ameaçam nascer.

Não, a tristeza não me abandonou. É pena. Gostaria de ter melhores notícias para vos dar. Infelizmente não tenho. A tristeza oscila, lá isso…pesa mais nuns momentos que noutros e tenho até rasgos de riso. Riso! O riso, só por si, e como sabem, não é indicador de alegria, pode até não passar da manifestação de uma sede de a possuir. A ela que anda tão esquiva… Mas “enquanto o pau vai e vem, folgam as costas”. Por isso rio sempre que posso. E hoje pude.

Quando era miúda tive lá por casa o livro do Oliveira Cosme As Lições do Tonecas. Este livro esteve durante muitos anos afastado de todos os públicos e foi uma série de televisão com o mesmo nome que o fez renascer para estas gerações mais novas que, na sua maioria, nem conhecem a obra senão alguns dos textos que foram aproveitados para a dita série. De resto, provavelmente, também foge ao conhecimento de alguns que o livro de que falo se editou a partir de um programa de rádio que o autor tinha em 1934 no Rádio Clube Português com o nome de “O Senhor Doutor”, mas isso também não interessa para nada, como diria uma outra senhora, desta feita da televisão. O que interessa para aqui é que aos miúdos de agora, como àqueles do meu tempo de criança, caiu-lhes no goto os disparates do maior cábula da história. Cábula, mas cheio de graça e de presença de espírito.

Não sei se por osmose se por contágio, alguns miúdos, especialmente rapazes, apanharam-lhe o espírito e hoje um levou-me às lágrimas com uma cena que mais parecia acabadinha de sair da boca do Oliveira Cosme apesar de ser totalmente original.

Não a vou relatar aqui. Perderia parte da graça. Mas afianço-vos que há coisas, simples, muito simples, capazes de despertar a imaginação mais empedernida e de transformar um rapazinho simples, muito simples, em alguém muito especial e, mesmo que esse momento dure quase nada, a semente da especialidade foi deitada à terra e depois, é só regar.

1 comentário:

Inês disse...

Um beijinho grande...