Dois dias a deitar-me tardíssimo deu nisto. Ferrei no sono depois do almoço.
Lá fora nada mexe. Como se ao mundo tivesse acontecido o mesmo. A bonança que vem depois da tempestade dos pratos, dos copos e das surpresas, do convívio e da alegria, da partilha que ultrapassa o bacalhau, o cabrito, as fatias douradas e os sonhos.
Este ano voltámos a ter tronco de natal. Há coisas que passam por cima de uma geração para se depositarem na seguinte. São as netas que trazem a lume as manias das avós. As filhas, essas ficam pelo caminho numa tentativa de inovação e contrariedade que do próximo se faz longe porque somos únicos e não nos podemos confundir com ninguém. Que parecida que estás com a tua mãe! Pois sim, mas não serei como ela. E assim se salta – um sim, um não – para no fim tudo vir a dar no mesmo. Herdamos, quer queiramos quer não.
Mas as tradições têm um início, ainda que não saibamos exactamente onde, e ninguém nos disse que não pode estar em nós. Foi nisso que pensei depois da noite de ontem – criar nesta família uma tradição que seja religiosamente seguida ano após ano e que daqui a duas ou três gerações já ninguém saiba porquê, mas porque sim a siga. E como as ideias de nada nos servem se não forem postas em prática, vou ver se comunico aos restantes que este ano se deu início a uma tradição e que a partir do próximo ano todos deverão fazer parte dela.
Vou fazer isso, mas não agora. Estão todos a descansar.
Chiu!, pouco barulho.
3 comentários:
:) Sorrisos para vocês:):)
Eu e o Tiago já temos número para o ano :)
Boa :):)
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