segunda-feira, 5 de novembro de 2012

À espera do fim do mundo


Nos EUA anda gente a construir bunkers de todos os tamanhos e feitios para se precaver contra o fim do mundo.

Pergunto-me que tipo de sentimento, ou instinto, nos leva a querer sobreviver seja de que forma for. Não será, creio eu, o instinto de sobrevivência da espécie já que esse, ao que parece, se manifesta em cima do acontecimento ou sexualmente – ainda que já existam algumas teorias que deitam por terra o instinto de sobrevivência como motor sexual (e se não existem deveriam existir).

Assim, que paranóia é essa de levar parte da vida, alguns uma grande parte dela, a arquitetar uma forma de não morrer?! Não será essa uma forma de não vida? Porque é que é tão importante que sobrevivamos num cenário de catástrofe terminal? O que é que a nossa espécie tem assim de tão fundamental? A capacidade de dar cabo disto? Quando aprenderemos a respeitar a vida tal como ela se nos oferece e deixamos essa megalomania de controlar tudo excepto, tantas vezes, nós mesmos?

Por mim, dispenso bunkers. Até porque não me agrada mesmo nada a ideia de viver num mundo destruído. Ele já como está, sabe Deus!... Se me tirarem o pouco que ainda existe de natureza sã, de bondade, de respeito, de ordem, de moral, de ética enfim, de humanidade, prefiro, sinceramente, fazer parte dos que partem.

2 comentários:

Jardineiro do Rei disse...

Sabes, o nosso mundo é feito de pessoas que se interligam, que estabelecem laços, que se amam ou odeiam. Não somos ilhas, nem podemos viver sem ser em sociedade, com todos os defeitos que tenha. Não faz sentido tentarmos sobreviver ao fim do mundo. O fim do mundo é "ponto final" para todos.

Um abraço

João

CF disse...

Antígona, faço minhas as tuas palavras. Somos o que somos, no mundo que se conhece. O que seríamos em outro? Não sei. E não, não ambiciono saber...