Têm-se desprezado certas banalidades acusadas de serem exatamente isso - banalidades -, embora as próprias nem tenham conhecimento do que delas pensam certas pessoas. Aliás, as mesmas que espalharam o que muitas vezes não são mais do que boatos. E um boato, por mais inocente que seja ou possa parecer, é sempre iniciador de uma mudança se for capaz de agradar primeiro a este, depois àquele, e mais tarde ao outro. Assim se mudam valores.
Assim se mudam valores.
E não quero com isto dizer que tudo se deva manter como inicialmente. Mesmo que não se saiba quando foi esse inicialmente. Ficarmos atidos a coisas antigas, dizeres milenares ou tradições que só faziam sentido em determinados contextos que já não existem, não faz sentido nenhum.
Contudo, há valores humanos que por serem isso mesmo constituem as nossas bases. E os boatos que os transformaram em banalidades, fazendo de quem deles fala alguém que abre a boca para falar de lugares comuns, não são inocentes.
Se calhar era bom que recomeçássemos todos a dizer certas banalidades como, por exemplo, as mudanças fazem-se a partir de dentro, e, não faz sentido querer mudar o mundo quando ainda não nos mudámos a nós, ou mesmo, cá se fazem, cá se pagam e a vida é curta há que fazer com ela o melhor que se sabe não vá o diabo tecê-las e a alma ser mesmo imortal…
Estas e outras banalidades que nos recordem a nossa verdadeira dimensão e lugar, bem como as nossas obrigações morais e éticas, só podem ter sido conspurcadas por quem defende interesses que não são, não de perto nem de longe, os comuns.
Pensemos em Walt Disney e na sua crença de que a sabedoria do mundo era simples porque era dual – o bem e o mal e a sua eterna luta. Quem sabe o homem tinha razão? Quem sabe as coisas afinal até são simples e o problema maior reside nos indecisos que as duas fações da vida disputam incessantemente?
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