Duras estas
palavras do Pedro Bidarra. Esta é a minha geração e sei que há excepões.
Conheço-as. São elas que confirmam a regra. Mas de uma coisa o Pedro se
esqueceu - quem decretou as passagens administrativas não foram os estudantes,
foram os professores e os responsáveis da altura - os velhos que ele quer
ressuscitar e que cresceram num regime pequeno e mesquinho, fechado ao resto do
mundo e que, por isso mesmo, fizeram uma revolução mas não souberam cuidar dos
filhos adolescentes que, sem qualquer tipo de preparação, ficaram por sua conta
e risco, ao sabor da tão sonhada liberdade.
Nenhuma geração
existe separada da anterior. Não vale a pena, por isso, responsabilizar uns sem
responsabilizar os outros. Somos todos responsáveis seja lá por o que for.
O percurso, o
nosso - de todos -, é feito por todos e é com ele que vamos aprendendo - com as
vitórias e com os erros. Responsabilizarmo-nos a nós directamente, pode parecer
uma atitude de consciência, mas não passa de um desvario em tudo igual ao
sacudir a água do capote.
Ter consciência
da realidade é compreender o papel de todos no processo. Ver os papéis separados
é falta de humildade ou falsa humildade, o que vai dar no mesmo.
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