Existe no
sonhador uma certa inocência que permite aos destruidores de sonhos tomar nas suas próprias mãos o poder da
realização ou não realização dos mesmos.
Não basta sonhar
para que as coisas aconteçam. Não é verdade que “sempre que um homem sonha o
mundo pula e avança” e muito menos verdade é que isso aconteça com a mesma
facilidade com que uma bola, colorida ou não, se deixa manipular pelas mãos
seja de quem for.
Não é que não
goste do poema. Muito pelo contrário – sei-o de cor e sempre que posso canto-o a
plenos plumões. Acreditar na possibildade do sonho é ainda maior do que sonhar
e os poetas têm esse poder – o de nos fazer acreditar na possibilidade dos
sonhos.
Contudo, para
quem quer mesmo transformar sonhos em realidade, é bom que saiba que só o
poderá fazer se os seus sonhos coincidirem com os interesses dos controladores
de sonhos, individuos que existem longe, muito longe, do alcance das comuns
vistas e que têm o poder de matar todo e qualquer sonho que se interponha entre
eles, os seus interesses egónicos e as suas crenças mesquinhas.
Assim, convém
empenharmo-nos a ensinar às nossas crianças o Bem. Ensinar-lhes todas as
vantagens e extrema importância do Bem. Porque é dentro desse Bem que mora a
vergonha que impede, por exemplo, a corrupção e é dentro desse Bem que mora o Amor
por tudo o que existe e o prazer de sentir que à nossa volta todos, ou quase
todos, são felizes.
Desta forma,
talvez daqui a muitos anos tenhamos colocado lá em cima, no lugar dos
controladores de sonhos, gente que não precisa de provar, nem a si nem a
ninguém, o seu poder de controlar mas antes a sua capacidade de Amar e
espalhar esse Amor pelo mundo.
De outra forma,
tudo o que se fizer de pouco ou nada servirá. Muitas guerras são perdidas por
tácticas erróneas e aquelas que movimentam muita gente não têm segredos para um
inimigo que é exímio em guerra de guerrilha.
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