Esta nova vida tem-me roubado tempo de escrita mas,
sobretudo, algum tempo de reflexão. São poucos os momentos em que me posso dar
ao luxo de abraçar o silêncio e a solidão e, sem eles, as palavras fogem-me
envergonhadas ou tementes do tudo que à minha volta não sossega.
Desde que criei este pequeno espaço, nunca o tive tão
abandonado como o tenho agora e, contudo, todos os dias penso nele e vacilo e
lastimo sobre o meu afastamento, a minha incapacidade de o alimentar. Será que,
na vida, não se pode mesmo ter tudo? ou, para que sim, o trabalho é tanto que, sobreviventes
como eu, se encolhem com medo de implodir?
Gostaria de dizer que estou de volta mas temo uma certa
insinceridade. Repare-se que, mesmo agora, a atrapalhar-me as palavras que vêm
ao meu encontro, está o alerta das horas que passam e o risco no atraso dos
compromissos.
Mesmo assim, todos os dias alimento a esperança de que,
para a semana, o meu mundo abrande e eu terei, novamente, os meus pequenos
momentos e aí…aí sim, regressarei.
1 comentário:
Regresse Antígona, gosto dos seus temas e aprecio a sua escrita.
Da dedição ao seu blog depende um tipo de ginástica muito importante, o exercício mental que nos dexe merecer tanto cuidado como o físico.
Com a maior simpatia...
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