Há algo nas manifestações coletivas que me comove. Provavelmente
a sensação de pertença, o sentir que todos somos parte de algo maior.
No entanto, colado a este sentimento, vem um outro já antigo, uma necessidade que a minha
geração defendia com unhas e dentes – a de nos destacarmos da “carneirada”.
O coletivo remete-me para os “rebanhos” de gente
manipulada por forças que se mantêm à parte, empenhadas em minimizar, se
possível anular, o que cada um de nós tem de único, aquilo que nos distingue do
outro, aquilo que cada um, na verdade, É, e que se destaca apenas naqueles que
fazem questão de manter as massas “agrupadas em rebanhos”.
Os grupos são comoventes, e até necessários em
determinadas alturas, mas não nos podemos esquecer que aqueles que mudaram a
História não faziam parte de nenhum grupo, lutaram sozinhos – gente como Madre
Teresa de Calcutá; Martin Luther King, Nelson Mandela; Jesus Cristo ou Mahatman
Gandhi.
2 comentários:
Achei engraçada a estória dos rebanhos e como tudo na vida tem prós e contras ;mas, como não pertencemos, nem de longe nem de perto,áquele pequeno grupo de iluminados,o que nos resta senão a união ?!
Beijo
Gina
Os líderes indicados, não faziam parte de um grupo; faziam, sim, parte de um imenso grupo que os apoiava e do qual eram representantes.
Devemos tomar mais atenção ao que nos comove.
Não fossem os fortísimos protestos dos trabalhadores portugueses e a tirania exploradora não tinha fim. Hoje os nossos credores temem sériamente uma união da esquerda.
Mas tal nunca acontecerá enquanto a esquerda se debater com estas diferenças de classe: os carneiros e os lobos solitários.
O governo conhece bem estas disputas arrogantes, estas triviais rivalidades e joga com elas para manter-se numa posição ditadora.
Dizer que "os grupos são necessários em determinadas alturas", é estar a colaborar com a manipulação. Ora o dever dos inteletuais é informar, esclarecer, não menosprezar.
Não há dúvida que uma Nação tem aquilo que merece...
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