Questionava-me há dias sobre esta ordem, um tanto ridícula, que o Homem imprimiu ao Mundo e à vida. Tentei imaginar uma outra qualquer, onde o trabalho não fosse tão essencial; onde as trocas não exigissem moeda…sei lá, qualquer outra coisa até, que ainda ninguém foi capaz de inventar ou de que ninguém se lembrou mas que nos trouxesse mais felizes, mais descansados, mais virados para nós mesmos – a Humanidade.
É que se formos a ver bem o Homem sustenta-se com as coisas mais disparatadas, como se o único propósito fosse o movimento, quer de bens quer de braços. Como se, na verdade, não fossemos capazes de estar parados e inventássemos coisas que não adiantam nem atrasam mas nos trazem distraídos, ocupados, vem-me muitas vezes à ideia a imagem daquele que sobe a montanha a empurrar um pedregulho gigante para depois o deixar rebolar por ela abaixo para que o possa empurrar outra e outra vez. Mas, a verdade, é que é disso que precisamos. Precisamos dessa ilusão de utilidade activa. Um ser parado é um ser inútil.
Não sei quem é que nos meteu essa na cabeça! Não sei até se foi alguém ou se já nascemos assim! Mas olho para certas pessoas, como a minha mãe por exemplo, e vejo que a sua luta consiste na manutenção da actividade. O prolongamento da sua vida sustenta-se no facto de ser necessária fazendo e cuidando de coisas e de outros. Sem isso, a vida deixaria de ter propósito. Talvez nos falte aprender que para sermos úteis não temos, necessariamente, de andar activos, e muito menos de criar necessidades e, com elas, preocupações, que na verdade podem, muito bem, não existir.
Será tarde, certamente, para mudarmos as coisas a não ser a partir daquilo que já temos. Estamos demasiado embrenhados nesta ordem, qualquer outra que venha será apenas um sucedâneo desta. Mas se tivéssemos de começar do zero o que faríamos?
É que se formos a ver bem o Homem sustenta-se com as coisas mais disparatadas, como se o único propósito fosse o movimento, quer de bens quer de braços. Como se, na verdade, não fossemos capazes de estar parados e inventássemos coisas que não adiantam nem atrasam mas nos trazem distraídos, ocupados, vem-me muitas vezes à ideia a imagem daquele que sobe a montanha a empurrar um pedregulho gigante para depois o deixar rebolar por ela abaixo para que o possa empurrar outra e outra vez. Mas, a verdade, é que é disso que precisamos. Precisamos dessa ilusão de utilidade activa. Um ser parado é um ser inútil.
Não sei quem é que nos meteu essa na cabeça! Não sei até se foi alguém ou se já nascemos assim! Mas olho para certas pessoas, como a minha mãe por exemplo, e vejo que a sua luta consiste na manutenção da actividade. O prolongamento da sua vida sustenta-se no facto de ser necessária fazendo e cuidando de coisas e de outros. Sem isso, a vida deixaria de ter propósito. Talvez nos falte aprender que para sermos úteis não temos, necessariamente, de andar activos, e muito menos de criar necessidades e, com elas, preocupações, que na verdade podem, muito bem, não existir.
Será tarde, certamente, para mudarmos as coisas a não ser a partir daquilo que já temos. Estamos demasiado embrenhados nesta ordem, qualquer outra que venha será apenas um sucedâneo desta. Mas se tivéssemos de começar do zero o que faríamos?
1 comentário:
Lindo texto, Antígona. Ao lê-lo, dei comigo a pensar em sir Thomas More e na sua 'Utopia'. Que tal?
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