Sem
inspiração nenhuma, sento-me à frente do computador e deixo os textos correrem, mais por hábito do que por
interesse. A noite mal dormida, ou pouco dormida, o que vai a dar no mesmo,
transtornou-me o resto do dia e sinto-me pior do que
quando saímos de um lugar a uma hora e chegamos a outro umas horas antes.
Até porque não sou pessoa de sofrer de jet lag. Se reina a Lua, durmo, se reina
o Sol, estou acordada. Sou bastante primitiva nesse campo, e provavelmente
noutros também, por isso não me afetam as viagens e os desnortes. Agora, o que
me afeta e, ao que parece, cada vez mais, são as trocas horárias. As
necessidades de trabalhar com a Lua e dormir depois mais um bocadinho quando o
Sol está tão acordado. Isso sim, desnorteia-me. E foi isso que aconteceu
hoje – trabalhei pela noite dentro e como não fui capaz de dormir a manhã toda, deixei-me cair no sofá depois do almoço e ferrei de tal maneira que
quando finalmente consegui espreitar pelo canto do olho, já se tinha ido o dia
praticamente todo e estava aí a hora do jantar.
Certo
é que acordei quando ele entrou ou, para ser mais precisa, espreitei pelo canto
do olho quando ele entrou porque para acordar precisei de mais meia hora,
mesmo com ele a tentar chamar a minha atenção com as notícias, frescas para quem passou a tarde a dormir – o Portas demitiu-se! De imediato me senti
desgovernada, sentimento que, aliás, já tinha tido ontem aquando da demissão do Gaspar
mas, ainda assim, nada que se compare com a aflição que me deu quando soube
quem é que o ía substituir. Então ainda no domingo eu tinha estado a ler uma
coisa qualquer com swaps e uma Maria Luís e agora a gaja ía para ministra?!
Há
pouco, após a tal sensação de desgoverno, dei por mim a pensar que o Portas é
bem capaz de ter em mente um protagonismo maior para a sua pessoa e por isso é
que se demitiu. Ou então é verdade que ficou agoniado, como eu, com a tal Maria
Luís. Uma coisa é certa, sinto-me feliz por viver no campo. Para quem não sabe,
é uma forma milenar de nos mantermos mais ou menos alheios a certas
movimentações de gente que não interessa nem ao menino Jesus. O grande senão é que
viver no campo já não é bem o que era e eu, apesar de ainda estar sob o efeito
da troca de horas, não posso deixar de me sentir angustiada quando me ponho à
procura de soluções em forma de substitutos e não consigo vislumbrar ninguém.
Nota de última hora: Ao que parece o Passos recusa-se a entregar ao PR a demissão do Portas. Começo a sentir o mesmo frenesim que senti há muitos anos, quando o Scolari nos convenceu a pôr bandeiras nas janelas e a apoiar a selecção. Agora sim, compreendo todos estes laços, quase nós cegos diria mesmo, entre o futebol e a política. Estou em pulgas para ver o resultado dos próximos jogos.
2 comentários:
Tu estás em pulgas, eu estou com medo. E das reacções sociais também...:(
Para quem vive no campo estás muito bem informada :))))
Enviar um comentário