Aborrece-me a arrogância, ou a falta de humildade que é
quase a mesma coisa. A sobranceria, aquele “olhar de cima para baixo” de quem
está convencido que mede mais qualquer coisa do que o outro, sejam centímetros
ou metros, aborrece-me. E mesmo que eu imagine que toda aquela postura esconde o
medo e, por vezes a solidão, não sou capaz de a relativizar e, pimba, fico
igual – todo o desprezo que consigo sentir vem ao de cima e, cá dentro, cresço
ainda mais, sobranceiramente, sem um pingo de fraternidade ou complacência.
É o mesmo com a agressividade. Tenho-lhe um horror tão
grande que, perante ela, antecipo-me sempre que posso, basta que a cheire, nem
preciso de a sentir.
Perante isto, seria natural uma pequena introspeção e
talvez, quem sabe, uma tentativa franca de olhar no outro o mesmo medo, a mesma
solidão.
Talvez um dia. Talvez no dia em que for capaz de “atrasar”
esses meus sentires o suficiente para me dar tempo a pensar. Até lá…
2 comentários:
Obrigada!
Já hoje cometeu, pelo menos, uma boa acção: o seu primeiro parágrafo fez-me soltar uma boa gargalhada...
É que eu estava mesmo a precisar dela.
É humano responder da mesma maneira, mas se duplicarmos a mímica da atitude, se levantarmos bem a sobrancelha, se olharmos bem de alto a baixo, se lhe virarmos o ombro com desprezo, a criatura dá-se conta de quanto está a ser ridícula.
Acabamos por praticar uma boa acção.
Qunto à agressividade, prefiro virar as costas. Não descer a outro nível...
A propósito de agressividade, a Bárbara Guimarães vítima de violência doméstica! Que horror! Quem diria!...
:( também sou um bocadinho assim. pelo menos com essa da arrogância...
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