quinta-feira, 22 de julho de 2010

Da lei da morte

A gente nasce, luta e morre.
Para aqueles que, como eu, acreditam na existência do espírito, o único propósito lógico será o do crescimento espiritual. Tudo o que cá deixamos, quer a nível material quer afectivo, é com os outros que fica, quando fica, em memória que é, quase sempre, temporária. Mesmo aqueles que «através de obras valerosas se vão da lei da morte libertando», mais cedo ou mais tarde cairão no esquecimento, até voltarem a ser, como o foram os antigos, rebuscados. E isso nem sempre acontece.
Assim, fico-me com o propósito do crescimento espiritual já que é o único que para mim faz sentido. Recordo-me, portanto, amiúde, de que morrerei. E, não sabendo como nunca se sabe quando tal acontecerá, é talvez importante estar para isso preparada em qualquer momento, não vá ela surpreender-me e eu andar, depois, para aí perdida sem eira nem beira…

2 comentários:

Goldfish disse...

Cruzes, canhoto!

Jardineiro do Rei disse...

É... É uma verdade.
Ao longo da minha vida passei por diversos estágios. Desde os tempos descuidados de menino em que, descalço e pobremente vestido, a minha riqueza maior era poder correr, saltar e roubar maçãs ou goiabas no quintal do Velho Silvério... passando mais tarde, já adolescente, pela fase da inveja dos belíssimos automóveis que os "bem na vida", exibiam despudoradamente, até perceber que tudo passa na vida, tudo é efémero e breve... bens materiais, riqueza, amor, ódio, alegrias. tudo se esvai naquele momento telúrico em nos ligamos à terra.
Às vezes, quando ando, por uma qualquer rua, de uma qualquer cidade e dou com aquelas placas de pedra que dizem: Aqui nasceu e viveu o Senhor "não sei quantos", grande benemérito e filho ilustre desta terra... pergunto a mim a mim mesmo: quem será? alguém? se lembra dele?
É isso! O que conta é o desenvolvimento espiritual... Tu do mais é nada!

Jardineiro do Reio