Tenho estado a ver A Guerra de Joaquim Furtado, porventura o melhor e mais completo documento histórico que até hoje se fez sobre a nossa presença em África.
Fomos um bocadinho diferentes dos outros, mas podíamos ter sido tão mais se não tivéssemos tido um chefe de Estado tão provinciano…
Salazar não nos atrasou só a nós. Atrasou nações inteiras.
1 comentário:
Eu também tenho seguido essa série. Acho-a um bom documento, mas com algumas falhas. Nomeadamente alguns ex-combatentes dos movimentos de libertação. Demasiado novos para serem, efectivamente, combatentes há quase de 40 anos. Outra falha que eu encontrei é o facto de, num universo imenso de participantes, as entrevistas e conversas limitaram-se sempre às mesmas pessoas. Acho que o Joaquim Furtado devia ter descido bem mais abaixo na hierarquia militar e ter ouvido uma classe que fez efectivamente a guerra no terreno. Os oficiais milicianos, sargentos milicianos (de que eu fiz parte...) e finalmente, soldados. Encontraria, certamente, episódios dramáticos que só essa gente viveu.
Muitos daqueles oficiais superiores, nomeadamente generais, entrevistados, sabia da guerra o que lia nos relatórios da operações militares. Eu constatei isso, porque a minha experiência pessoal não estava de acordo com o que ouvi!
A minha opinião, Antígona, é que apesar de ser, sem duvida um bom trabalho, honesto e sério, está incompleto.
Ainda não há distanciamento no tempo para certos assuntos mais sensíveis, serem abordados friamente e com isenção. (Digo eu...).Um dia se fará a história completa desse drama imenso que foi a Guerra Colonial, a que nos levou a cegueira de um homem e dos que o rodeavam.
beijinhos
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