sexta-feira, 2 de julho de 2010

Num carrocel

A vida sucede-se, os acontecimentos atropelam-se de forma mais ou menos intensa, mas estão aí para os vivermos, de forma mais ou menos intensa.
O que ontem foi verdade, hoje deixou de o ser e para quem, como eu, se entusiasma, ela, a vida, assemelha-se muitas vezes a um carrocel.
Podemos escolher sentir o vento a levantar-nos os cabelos, ou sentir o estômago às voltas. Eu escolho os dois, conforme as circunstâncias.
Neste momento é o orgulho que me faz sorrir. O orgulho de ter, afinal, conseguido vencer etapas que julgava perdidas ou, no melhor dos casos, gravemente danificadas. Acabei o ano académico, sem precisar de recorrer à segunda fase dos exames, com média de 14 e consegui, neste segundo semestre, em que mudei de casa e faltei às aulas semanas a fio, um 19 de nota final que me deixou inchada de orgulho; as crianças que ameaçaram não vir neste início de Julho, afinal vieram e, de ontem para hoje, cresceram em número; a aceitação de uma criança diferente das outras, com problemas difíceis de lidar, fez-nos temer esta aventura que é levá-las para praia todos os dias, e para o parque, e para as brincadeiras que os façam felizes, porque se não sorrirem nós também não sorriremos, esse medo não deu frutos e dissipou-se no sucesso do primeiro dia que foi o de ontem; um incidente que considero grave e que existiu em consequência de um quase extremo cansaço e da aceitação de prazos demasiado apertados pôs em risco um trabalho que amo e faço há vários anos, não só pôs em risco como me fez balançar na crença das minhas capacidades, que isto de capacidades próprias nem sempre a consciência acerta, mas tudo se compôs porque afinal, tal como já tive oportunidade de dizer aqui, sou eu que sou mais exigente comigo e tendo a castigar-me mais do que mereço, ainda bem que quem me vê de fora não é assim.

3 comentários:

CF disse...

A vida é mesmo assim, e o nosso estado acompanha, que mais ele faça? Resta-nos ir equilibrando e sentirmos-nos felizes quando o conseguimos :)

Sputnick disse...

Se a D.GDLP estivesse por cá, levavas um laço verde, ora pois :)

Sandra disse...

Geralmente o grau de exigência que colocamos em nós próprios acabamos por colocar nos outros também...e isso é complicado...por dois motivos, porque facilmente nos desiludimos conosco e com os outros na mesma medida.

Eu optei por mudar, coloco as minhas expectativas mais abaixo um bocadinho, comigo também, porque somos humanos e porque errar também o é.

A perfeição apenas existe nos objectos porque apenas se espera que eles façam aquilo para os quais foram concebidos e os parâmetros aí estão bem definidos...uma mesa...uma cadeira...uma bola...e mesmo assim, nem todos servem, mas isso não por eles serem imperfeitos, mas sim, porque nós humanos somos exigentes demais...até com os objectos.

:)